Economia e investimentos: o que esperar para o segundo semestre?
Com a desaceleração global, gestores destacam ativos na renda fixa e variável
Pandemia, guerra na Ucrânia e alta volatilidade marcaram o primeiro semestre, que foi intenso nos investimentos no Brasil e no mundo. “Saímos de um choque de oferta grande por conta da Covid-19 e entramos em um segundo choque com a questão na Ucrânia. Agora ainda estamos em um período de inflação alta em diversos países”, contextualizou Daniel Miraglia, economista-chefe da Integral Investimentos, em uma apresentação para a imprensa.
O que podemos esperar para o segundo semestre?
O economista prevê uma desaceleração na China, Estados Unidos e Europa nos próximos meses, o que impactará nos preços das commodities. “A economia brasileira está sofrendo impactos dessa desaceleração global, mas o Brasil se destaca como a única opção para investimentos estrangeiros entre os mercados emergentes. Temos dimensão continental e somos grandes produtores de commodities”, ressaltou o economista.
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O Integral Group projeta um crescimento de 1,20% para a economia brasileira neste ano, abaixo da mediana do mercado, que prevê um avanço de 1,75%. Para 2023, prevê uma expansão do PIB de 1%, acima do 0,5% projetado pelo mercado.
Fundos imobiliários em alta
Vitor Bidetti, CEO da Integral BREI, afirmou que as previsões para os fundos imobiliários são boas. “A nossa expectativa é que a inflação vá para algo em torno de 5% em 2023 e a Selic mais próxima de um dígito novamente. Assim, devemos ver o IFIX (Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários) arrancando, a Bolsa retomando em um novo ciclo positivo”, ressaltou.
Ele ainda destacou a performance do índice desde 2011, ano de sua criação. “Foi a classe que teve o melhor desempenho nesse período, acima do Ibovespa e do CDI“, afirmou. No acumulado de 2011 a maio deste ano, o IFIX acumulou retorno de 179,56%, contra 42,19% do Ibovespa e 162,30% do CDI. “Isso mostra que é uma classe com mais resiliência e estabilidade, principalmente em ciclos longos”, ressaltou Bidetti.
E na renda fixa?
O destaque para o próximo semestre fica para os fundos de crédito privado. “Esperamos um cenário de Selic alta por mais um tempo, com esses fundos sendo uma boa oportunidade de investimento. Comparando antes da pandemia, esse mercado está mais saudável, com emissores diferentes e prêmios maiores”, afirmou Marcos Iorio, gestor da Integral Investimentos.
Ele ainda falou sobre o crescimento do estoque de debêntures, principal ativo que compõe o mercado de crédito privado. De acordo com dados da Anbima, entre dezembro de 2019 e junho de 2022, o estoque de debêntures cresceu 130%, a R$ 1,557 trilhão. Na visão de Iorio, isso permite a criação de carteiras mais diversificadas. “Temos prêmios mais interessantes, que justificam investir em uma debênture de longo prazo via fundos de investimento de crédito”.