Petrobras (PETR4), Vale (VALE3) e mais nove empresas para montar uma carteira de renda passiva

Especialistas indicam os papéis e o que levar em consideração na hora de escolher ações para a carteira de renda passiva

Empresas citadas na reportagem:

Para quem tem o perfil de moderado a arrojado e quer construir uma carteira de renda passiva com ações, o ideal é buscar empresas com bons pagamentos de dividendos. Mas não apenas isso.

De acordo com especialistas, é importante avaliar os balanços, entender se a companhia tem crescimento constante, acompanhar a política de dividendos e ainda a governança corporativa.

“Também é essencial verificar se o negócio opera em um setor resiliente e se a administração da empresa se mantém comprometida com a geração de valor ao acionista. Além disso, o investidor precisa considerar a diversificação de sua carteira, de modo a reduzir a exposição a riscos específicos de um único papel ou setor”, ensina Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos.

11 empresas para compor carteira de renda passiva

Com isso em mente, os entrevistados apresentaram uma lista de papéis que indicam como interessantes para quem pensa em construir uma carteira de renda passiva.

Confira a lista indicada:

  • Itaúsa (ITSA4);
  • Caixa Seguridade (CXSE3);
  • BB Seguridade (BBSE3);
  • Santander (SANB11);
  • Banco do Brasil (BBAS3);
  • Itaú Unibanco (ITUB4);
  • Petrobras (PETR4);
  • Vale (VALE3);
  • Taesa (TAEE11);
  • Engie Brasil (EGIE3);
  • Copel (CPLE6).

Setor resiliente

Para Bruno Corano, economista da Corano capital, o setor financeiro, que é o caso da Itaúsa, Santander, Banco do Brasil e Itaú Unibanco, é muito forte no Brasil.

Fachada de agência do banco Santander no Brasil. Foto: Divulgação

O que justifica, de entrada, essas empresas na carteira de renda passiva. “Além disso, estamos próximos do fim de um ciclo de alta de juros. Com a inadimplência controlada, bancos têm grande capacidade de entregar fortes dividendos. Já as empresas de seguridade são muito boas pagadoras e têm um fluxo de caixa sólido com crescimento de lucro constante”, afirma.

Boas políticas de dividendos

No setor de energia, Taesa, Engie Brasil e Copel ganham destaque. De acordo com Fernando Camargo Luiz, gestor da Garoa Wealth Management, a Taesa tem receita estável e previsível. “O que permite, então, margens elevadas e pagamentos constantes de dividendos”, acrescenta.

No caso da Engie Brasil, Sidney Lima comenta que “o fluxo de caixa da empresa tende a ser mais previsível e estável.” O que contribui bastante para a construção da carteira de renda passiva.

Já a Copel, companhia de energia do Paraná, passou recentemente por processo de privatização parcial. “E isso tende a melhorar sua eficiência e política de dividendos”, acredita o gestor.

Commodities na carteira de renda passiva

E dentro dessa diversificação, os especialistas indicam duas empresas de commodities: Petrobras e Vale. “A Petrobrás apresentou lucros recordes e distribuição generosa de dividendos nos últimos anos”, argumenta Luiz.

No caso da Vale, Lima diz que apesar de exposta às oscilações das commodities, tem apresentado resultados financeiros robustos nos últimos anos. “Além disso, em períodos de lucro elevado, vem remunerando fortemente seus acionistas.”, comenta.

É importante revisar a carteira de renda passiva periodicamente

Esses investimentos estão ligados às performances financeiras de cada empresa, por isso, é importante revisitar a carteira de renda passiva de tempos em tempos. Afinal de contas, essas companhias podem sofrer oscilações ao longo do tempo.

“O ideal é fazer essa revisão pelo menos uma vez a cada 3 ou 6 meses, ou sempre que houver mudanças significativas no cenário econômico, no setor das empresas ou na estratégia pessoal do investidor”, esclarece Bruna Sene, analista de renda variável da Rico.

A especialista afirma ainda que até mesmo ao realizar novos aportes, é essencial avaliar se os ativos escolhidos continuam alinhados com os objetivos de longo prazo.

“E aí, é importante considerar fatores como desempenho das empresas, pagamento de dividendos, momento de preço e perspectivas futuras. Essa prática garante que a carteira permaneça ajustada às metas e ao perfil do investidor”, acredita.

Como revisar a carteira de renda passiva?

Os profissionais consultados pela reportagem fizeram um passo a passo sobre como analisar e ajustar a carteira com foco em renda passiva.

1. Avalie o desempenho dos ativos: verifique se as empresas continuam entregando resultados consistentes, como lucros sólidos e pagamento regular de dividendos.

“Aqui vale incluir a leitura dos demonstrativos de resultado e dos comentários de analistas do setor. O investidor deve considerar como evoluíram importantes indicadores financeiros, como ROIC, alavancagem, múltiplos e fluxo de caixa livre”, explica Henrique Fischer, analista da Trígono Capital.

2. Considere mudanças no cenário econômico e setorial: “Isso porque alterações em políticas econômicas, regulamentações ou crises podem impactar diretamente o desempenho das empresas”, afirma Bruna Sene.

3. Reavalie se os ativos continuam alinhados com os objetivos de longo prazo e perfil de investidor: é importante confirmar se o pagamento de dividendos está dentro das expectativas e se as empresas ainda são boas geradoras de renda passiva. “Caso algum ativo tenha perdido relevância ou surjam oportunidades melhores, considere realizar um rebalanceamento na carteira”, propõem a especialista.

Disciplina e visão de longo prazo

O fato é que investir em uma carteira de renda passiva via ações exige disciplina, paciência e visão de longo prazo. Afinal de contas, diferente de investimentos com foco em ganho de capital, o investidor de dividendos está interessado em construir uma fonte de renda contínua, que pode inclusive complementar a aposentadoria.

“Além disso, diversificação é crucial – tanto entre setores quanto entre empresas – para reduzir riscos específicos. E por fim, é importante reinvestir os dividendos no início da jornada, acelerando o efeito dos juros compostos”, conclui Fernando Camargo Luiz.

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