ETF de debêntures entra no radar com novo índice da B3

A primeira carteira teórica será composta por 22 debêntures de oito emissores

A B3 vai lançar seu primeiro índice de debêntures. O produto, chamado Índice de Debêntures Ultra Qualidade DI B3, terá como base os títulos de dívida de companhias que são aceitos como depósito em garantia para algumas operações na bolsa. A ideia é que ele sirva de referência do desempenho médio dos preços desses papéis.

A primeira carteira será composta por 22 debêntures de oito emissores: Compass Gás e Energia, Cosan, Sabesp, Rede D’Or São Luiz, Localiza, Algar Telecom, Marfrig e Equatorial. Todos os títulos têm remuneração baseada em DI mais um “spread” (conhecidos como DI+).

“Inicialmente o índice é DI+, mas pretendemos considerar outros indicadores em breve”, disse Ricardo Cavalheiro, superintendente de índices da B3, em entrevista a jornalistas. Além do CDI+, outros modelos de remuneração das debêntures são IPCA com acréscimo (ou decréscimo) de spread e percentual do CDI, que tem sido cada vez menos usado.

“Obviamente, também temos planos de expandir nosso universo de partida e analisar o mercado como um todo, sem a restrição de necessariamente participar da lista das debêntures aceitas como garantia. Esse é só um primeiro passo no universo de debêntures e o projeto é expandir bastante esse universo de cobertura”, explicou.

Índice de debêntures deve embasar novo ETF

Também no futuro, o indicador deve ser usado como base para o desenvolvimento de novos produtos, como ETFs. “Estamos em negociação para o licenciamento desse índice. Nossa expectativa é que, no curto prazo, possamos ver instrumentos utilizando esse índice para terem exposição a esse tema”, disse Cavalheiro.

O rebalanceamento da carteira será mensal e deve refletir, por exemplo, o pagamento de eventos financeiros, como juros, amortizações e prêmios e eventuais resgates. O peso máximo de cada emissor na carteira será de 15%.

Pelas regras, não poderão entrar no índice papéis de emissores que não sejam listados em bolsa, além de debêntures perpétuas, conversíveis e permutáveis. Também serão restritos os papéis de emissores que façam parte do mesmo grupo econômico da B3, ou que estejam em recuperação judicial ou extrajudicial na data de rebalanceamento.

A lista de debêntures excluídas do indicador inclui ainda os papéis com prazo de vencimento inferior a um mês (para que o vencimento do ativo não aconteça durante o período de vigência da carteira teórica) e as que tenham prazo superior a dez anos.

Dentro do índice, as debêntures são ponderadas pelo valor de mercado, levando em consideração as quantidades de mercado ao longo da vigência do título, segundo a B3.

A B3 passou a aceitar desde dezembro de 2023 as debêntures como garantia das operações, atendendo à demanda dos participantes do mercado que queriam a ampliação do rol de ativos aceitos para cobertura de margem de risco.

Em 2024, a B3 lançou sete novos índices no mercado, seis deles derivados do Ibovespa. Segundo Cavalheiro, o plano para 2025 é superar o número de índices lançados.

Com informações do Valor Econômico

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