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FOFs: quais fundos de fundos devem se destacar em 2024?
O mercado financeiro possui diversas opções de investimentos para diferentes objetivos e riscos. E um desses produtos é o FOF, ou fundo de fundos, que pode ajudar o investidor a aumentar seu retorno financeiro. Mas claro que, assim como outros ativos, esses fundos também possuem riscos. E vamos ver tudo isso logo abaixo.
O que são os FOFs?
Então, para começarmos, vale saber que esse produto nada mais é do que fundos de investimentos que alocam seus recursos em cotas de outros fundos.
“Ou seja, ao invés de investirem diretamente em ativos financeiros, como títulos públicos, privados ou ações, por exemplo, os fundos de fundos compram cotas de outros fundos”, esclarece Ricardo Lopes, sócio e head de wealth solutions da Monte Bravo.
Aliás, incluir o FOF em sua carteira ajuda a ampliar a possibilidade de retorno ao mesmo tempo em que se busca minimizar o risco financeiro. Afinal de contas, você estará investindo em vários produtos, com rentabilidades diferentes.
“Uma característica que o investidor deve notar é que normalmente, de acordo com a classificação da Comissão de Valores Mobiliário (CVM), um fundo de fundo tem a sigla FIC ou FICFI em seu nome. Essas siglas caracterizam os fundos que investem em cotas de outros fundos, facilitando para o investidor no momento de decidir como alocar seu dinheiro”, pontua Marcos Milan, professor da FIA Business School.
Como funciona o FOF?
E, assim como os demais tipos de fundos de investimento, o FOF funciona como uma espécie de condomínio. Isso porque o investidor, mediante o pagamento de uma taxa de administração, adquire uma pequena parte do fundo, terceirizando a sua gestão na busca da melhor relação retorno versus risco.
Portanto, nos fundos de fundos o investidor faz uma alocação em um único fundo, que por sua vez compra fundos de mercados. Que podem vir de diversas classes de ativos, como renda fixa, renda variável, moedas ou ativos globais.
“Com isso, o investidor consegue, por meio de um único investimento, acessar ao mesmo tempo diversos mercados. E ainda conta com a experiência e conhecimento dos gestores para capturar oportunidades de retorno com risco controlado”, argumenta Renato Santaniello, head de alocação da Santander Asset Management.
Além disso, vale saber que os FOFs seguem as mesmas regras dos demais tipos de fundos de investimento. “Para ser considerado um fundo de fundo, o produto deve ter pelo menos 95% do seu patrimônio alocado em cotas de outros fundos de investimento”, afirma Milan.
Quais são os tipos de FOFs?
Os fundos dos fundos geralmente são divididos em duas grandes categorias. A primeira seria o FOF de alocação. Nela, os ativos financeiros tendem a replicar um perfil de investimento e o cliente tem a alocação pronta de acordo com seu apetite ao risco.
“Já a segunda, e talvez mais comum, são os FOFs que focam em classes de ativo (renda fixa, multimercado, ações) e o gestor procura escolher os melhores de cada classe e faz a gestão de risco nas alocações do produto. Os fundos de fundos de classe de ativo dão a liberdade do cliente montar como melhor deseja sua carteira com o percentual desejado em cada classe de ativo”, explica Ricardo Lopes.
Vantagens de investir nos fundos de fundos
Mas, independentemente do tipo de FOF que você escolher, vale conhecer os benefícios de aplicar parte do seu patrimônio nesse produto. De acordo com Marcos Milan, a maior vantagem dos fundos de fundos é a diversificação.
“Afinal, ao invés de investir em um único fundo e ficar exposto às decisões de um único gestor, ao se investir em um FIC, o investidor tem a possibilidade de contar com estratégias distintas. Ou seja, quando um fundo não apresenta uma performance bacana, pode ser compensada pela performance de outros fundos”, conta.
Além disso, outra grande vantagem dos FOFs é que se trata de uma solução de investimento com risco balanceado. “E não apenas por acessar ao mesmo tempo diversos mercados, mas também por combinar gestores com diferentes estilos dada a experiência de mercado. Sem esquecer dos processos para a tomada de decisão tanto na alocação dos recursos quanto no controle de risco da estratégia”, acrescenta Renato Santaniello.
Riscos do investimento
Por outro lado, os fundos de fundos, claro, também possuem desvantagens. Para Santaniello, um potencial risco dos FOFs seria o de concentrar o risco em poucos fundos ou selecionar estratégias parecidas. O que reduz a diversificação da carteira.
“Nesse caso, o investidor pode sofrer impactos negativos relevantes na performance do fundo em momentos de crise. O que se traduz em uma experiência ruim e pode levar o investidor a tomar decisões precipitadas e erradas de mudanças na alocação. E isso pode resultar em perdas permanentes. Por isso, é importante avaliar o fundo de fundos em cenários adversos para saber se está adequado ao seu perfil de risco”, ensina.
Já outro ponto de atenção na hora de investir em FOFs são as taxas de administração e de performance para todos os fundos que compõem sua carteira. E essas taxas são, obviamente, repassadas ao investidor final. “Portanto, é importante tomar cuidado e ler com calma sobre todas as taxas incluídas em um fundo desse tipo. Afinal de contas, ao longo do tempo, as taxas de administração podem fazer uma diferença razoável na rentabilidade do investimento”, comenta Milan.
Fundos de fundos são para todos os investidores?
Então, por ter essas características bastante diversas, pode se dizer que o FOF é indicado para qualquer investidor, desde que ele estude com bastante cuidado a estratégia de investimento, e acompanhe os níveis de risco e liquidez de cada fundo. “E aí, estando tudo dentro da estratégia do investidor, basta alocar o dinheiro e acompanhar sua evolução”, diz o professor.
Sem esquecer que recentemente a indústria de fundos revisou o valor mínimo para acessar os FOFs. Isso porque, antes, esses produtos eram direcionados apenas aos clientes de alta renda. “Hoje os investidores contam com diversas opções para todos os perfis de risco e com valor de entrada baixo”, afirma Santaniello.
Qual é o melhor fundo de fundos para 2024?
Antes de escolher qual FOF fará parte da sua carteira, é preciso analisar com calma se o produto condiz com seus objetivos. Mas, ainda assim, também é importante conhecer quais fundos de fundos devem performar melhor esse ano.
Para Ricardo Lopes, Os FOFs multimercados tendem a ter bons retornos em 2024. Isso por conta da clara tendência de queda na taxa de juros. O que beneficia o investimento. “Também corrobora com a ideia de que os juros nos EUA, que estavam pressionando o mundo, já entram no processo de discussão sobre o início de queda. O que tem favorecido os ativos de risco local e internacionalmente. Ou seja, a tendência é que 2024 seja um ano bom para estes fundos”, comenta o especialista.
Com isso, os fundos multimercados podem ser uma boa alternativa para capturar as oportunidades nos mercados de juros, moedas e renda variável, mantendo o risco balanceado. “Para os investidores com maior apetite ao risco, uma alternativa seria os fundos de ações. Isso porque esses produtos também têm uma perspectiva positiva com o cenário de queda de juros já iniciado no Brasil”, afirma Renato Santaniello.
Já na visão de Marcos Milan, para esse ano o investidor deve ficar atento em fundos de renda variável. “Já que aumenta a possibilidade de buscar maior risco por conta da diminuição da rentabilidade dos ativos de renda fixa com a queda dos juros. O que alavanca o mercado de fundos de renda variável”, acredita.
E como investir em FOF?
Se você ficou interessado em investir nos fundos de fundos, saiba que o processo é bem simples. Primeiramente, será preciso ter uma conta em um banco ou corretora para ter acesso aos FOFs ofertados por estas casas.
Além disso, os especialistas indicam a importância de contar com o apoio de um profissional para que você possa compreender as características, nível de risco e objetivo do FOF em que irá investir. Tudo isso, claro, para que você tenha a maior clareza do tipo de produto que está aplicando parte de seu patrimônio.
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