Confira 3 formas de investir em ouro pela bolsa de valores brasileira

Metal é indicado principalmente para trazer segurança e estabilidade para a carteira de investimentos
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  • O ouro, investimento tradicional e seguro, protege contra inflação e riscos de mercado.
  • Sua alta é impulsionada por fatores como a volatilidade da curva de juros e a aversão a riscos em cenários de juros altos, especialmente nos EUA.
  • Invista em ouro na bolsa via ETFs (GOLD11), BDRs de ETFs (BIAU39, ABGD39 e GDXB39 – este último para investidores qualificados), ou fundos de investimento.
  • Embora seja um ativo seguro, lembre-se que o ouro não gera renda e seu preço é volátil.
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Um dos investimentos mais antigos e tradicionais que existem no mercado, o ouro já foi usado como moeda em negociações financeiras e comerciais, e ainda hoje tem seu espaço nas finanças.

Atualmente, seu principal papel é trazer segurança e estabilidade para a carteira de investimentos. Isso porque o metal tende a proteger contra a inflação, a desvalorização das moedas e os riscos de mercado. Já que tem oferta limitada e provou seu valor ao longo do tempo.

O que motiva a alta do ouro

Por suas características, o ouro é um ativo buscado pelos investidores contra a oscilação excessiva no mercado financeiro. E, segundo Ângelo Belitardo, gestor da Hike Capital, alguns fatores estão fazendo com que o metal caminhe em altas exponenciais desde o ano passado.

De acordo com o gestor, desde a corrida presidencial dos Estados Unidos, com as promessas e favoritismo de Donald Trump, o mercado vem buscando se proteger investindo em ouro.

“Por ser um presidente polêmico e que causa muitos conflitos com uma cultura de usar o poder dos EUA para barganhar, o que gera embates comerciais como a imposição de tarifas, o mercado se assustou. As medidas [defendidas por Trump] podem causar, além de oscilações, inflação”, afirmou.

Outro ponto citado por ele como motivo para a busca por ouro foi a volatilidade na curva de juros.

“Em cenários de alta na taxa de juros é comum que se veja uma oscilação excessiva, tanto em ativos de renda fixa, como em renda variável. Então, os investidores fogem dessa oscilação e vão para o ouro como uma forma de proteção”.

Essa aversão ao risco também entra na atenção de investidores quando se soma ao cenário de juros altos pelo mundo, principalmente nos EUA, afirma Belitardo.

“Quando os juros permanecem altos nos EUA, a liquidez no mercado global diminui. Já que os recursos são direcionados para lá, e quando há menos liquidez a volatilidade aumenta de forma considerável”.

Como investir em ouro na bolsa de valores

Além do ouro na forma física, existem também opções de investimento na bolsa de valores que permitem acesso ao investimento no metal a preços acessíveis. Bem como com maior liquidez.

ETFs

Os ETFs são fundos de investimento cujas cotas são negociadas na bolsa, como se fossem ações. Atualmente existe disponível na B3 o ETF GOLD11, que busca replicar as oscilações de preço do ouro através do investimento em outro ETF (IAU). O IAU é negociado no mercado americano e acompanha as cotações da commodity.

BDRs de ETFs

Outra opção na bolsa é o BDR de ETF, um “certificado de compra” de um ETF que é negociado lá fora. São três opções disponíveis na B3, mas apenas uma delas está disponível para todos os investidores: o BIAU39, certificado do ETF IAU.

Os outros ativos disponíveis para investidores qualificados (que possuem mais de R$ 1 milhão investidos) são o Abrdn Physical Gold (ABGD39) e o Vaneck Vectors Gold Miners (GDXB39).

Fundos de investimento

Outra alternativa para investir no metal são fundos de investimentos que têm ouro na carteira. Neste caso o investidor vai delegar a forma de se expor ao metal para gestores profissionais.

Vantagens e desvantagens de investir em ouro

Vitor Amorim, especialista em investimentos da Top Gain Research, aponta que uma das vantagens de investir em ouro é que o metal não tem relação com nenhuma moeda fiduciária. Ou seja, não depende de nenhuma economia. “Por isso o metal é considerado um ativo seguro”.

Além disso, o ouro é uma forma tangível de investimento que pode ser mantida fisicamente ou em uma conta bancária, diz o CEO da Box Asset Management, Fabrício Gonçalvez.

Já entre as desvantagens do investimento os especialistas ressaltam que o ouro não é um gerador de renda, como ações que pagam dividendos e títulos de renda fixa que pagam juros semestrais.

Outra desvantagem do metal é que seu preço é volátil, o que pode trazer prejuízos ao investidor em determinados períodos, principalmente no curto prazo.

O que influencia o preço do ouro?

Existem diversos fatores que podem influenciar a cotação do ouro. Porém, por se tratar de uma commodity limitada, a relação entre oferta e demanda pelo produto é o principal fator de variação do preço.

O cenário da economia mundial é o que dita a busca pelo metal, já que está ligado à segurança. Portanto, a cotação pode ser afetada por várias questões, como a estabilidade geopolítica, a evolução da economia mundial, mudanças nas taxas de juros e nas políticas monetárias.

Segundo Fabrício Gonçalvez, outros fatores que podem afetar o preço do ouro incluem flutuações cambiais, que tornam o metal mais ou menos acessível em diferentes países.

“Os preços do ouro também podem ser afetados pelas negociações em mercados futuros, onde os investidores compram e vendem contratos de ouro com o objetivo de especular ou fazer hedge, bem como pelo desempenho de outros ativos financeiros, como ações e títulos”, afirma.

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