Investidores com menos dinheiro são os que mais apostam em ativos internacionais
Em junho, apenas 3,86% dos investidores tinham investimentos no exterior em carteira
As mudanças recentes nas regras de investimentos trouxeram facilidades para o investidor pessoa física comum, que passou a ter acesso a ativos no mercado internacional. E são justamente os investidores com menor capital investido que têm se arriscado mais nessa seara, aponta um levantamento da fintech Gorila, realizado na base de usuários de seu consolidador de investimentos. De acordo com a pesquisa, quem tem menos de R$ 20 mil de patrimônio investido alocava 21,76% desse valor em ativos no exterior em junho.
Vale lembrar que o estudo só considerou aplicações diretas no exterior, não levando em conta BDRs, por exemplo. Também no mês passado, quem tinha entre R$ 20 mil e R$ 50 mil investidos colocava uma parcela de 16,66% em aplicações internacionais. Essa proporção cai paulatinamente conforme o patrimônio do investidor cresce. Quem tinha aplicações de mais de R$ 300 mil, por exemplo, aportava 13,25% no exterior em junho.
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“Quem tem menos dinheiro vai atrás de mais volatilidade e maior risco, enquanto quem tem mais capital para investir faz alocações mais racionais e mais parecidas com as de family offices”, afirma Guilherme Assis, presidente da Gorila. Family offices são empresas que assumem a administração dos investimentos de uma família com muitos ativos.
Ousados, mas poucos
A parcela de investidores que deixam uma parte do portfólio alocada no exterior ainda é pequena. Do universo pesquisado pela Gorila, apenas 3,86% dos investidores tinham ativos internacionais em carteira. Em abril de 2021, essa parcela era de 3,01%.
O presidente da Gorila observa que houve um ligeiro aumento no período, apesar das condições mais adversas do mercado financeiro, com maior volatilidade dos ativos negociados e do próprio dólar.
Outro ponto levantado por Assis é que não houve saques generalizados mesmo com o aumento das taxas de juros em todo o mundo, o que costuma levar ao movimento natural de fuga para posições menos arriscadas em renda fixa.
Para ele, esse é um sinal positivo. “É um processo de educação financeira, de entendimento dos mercados. É um crescimento contínuo com cada vez mais pessoas se aventurando”, avalia Assis, atribuindo esse movimento à atual maior facilidade de acesso do investidor pessoa física ao mercado internacional.