Ricos colocam o pé no freio na renda variável e aceleram na fixa

Fim do ciclo de alta dos juros não tirou os ricos de ativos mais seguros

Ilustração: Marcelo Andreguetti)

Setembro foi marcado pelas incertezas, seja em relação ao exterior ou a questões internas como a eleição. E como bem se sabe, o mercado não gosta nada de cenários nebulosos. Ainda assim, a B3 fechou o mês com uma leve alta, de 0,47%.

Isso foi o suficiente para assustar alguns investidores, inclusive os mais ricos, que colocaram o pé no freio na alocação em renda variável e passaram a apostar mais na renda fixa, segundo o levantamento mensal da Smartbrain.

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A pesquisa foi feita com base na plataforma da empresa, que processa diariamente mais de 340 mil extratos de investimentos, somando mais de R$ 250 bilhões de patrimônio analisados.

O estudo observa carteiras de investidores dos segmentos do varejo (que têm uma participação de 28,51%), alta renda (40,84%), private (26,91%) e ultra high (3,73%). As categorias de investimentos englobam ativos como: ações, fundos de ações, multimercados, de renda fixa e fundos imobiliários (FIIs).

Ainda que no mês o Banco Central tenha optado por manter a Selic em 13,75% ao ano (e, assim, ter interrompido o ciclo e alta dos juros), os investidores viram isso como um bom sinal para a renda fixa. A inflação já dá sinais de arrefecimento, o que poderia indicar que os juros estão prestes a cair. Mas não foi essa a leitura do mercado. Com isso, a participação da renda fixa na carteira dos investidores no mês passado cresceu.

O percentual de renda fixa na carteira do público mapeado saiu de 36,66% para 37,47%, após ter caído na passagem de julho para agosto.

Ricos investem em ações?

Simultaneamente, a alocação em ações caiu. Ela saiu de 12,31% para 12,10%. O mesmo aconteceu com os fundos multimercados. Eles ainda representam a maior parte da carteira desse público, mas a participação saiu de 39,36% em agosto para 38,41% em setembro.

FIIs permanecem na mesma

A alocação nos fundos imobiliários se manteve praticamente estável em setembro, saindo de 1,58% para 1,61%, fazendo uma trajetória contrária ao visto na passagem de julho para a agosto.

Por fim, a categoria “outros tipos de investimento”, que englobal, por exemplo, as criptomoedas, teve uma alta e saiu de 3,88% para 4,14%.

As ações favoritas dos mais ricos

Na lista das ações “queridinhas” do mês estão alguns BDRs como os do grupo de e-commerce chinês Alibaba e a Meta (dona do Facebook). Esses ativos garantiram uma parte mais “ousada” da carteira.

De resto, os investidores preferiram apostar em ações mais defensivas, que englobam empresas com forte geração de caixa e que tendem a sofrer menos em cenários de crise ou muita volatilidade.

Um exemplo foram as ações das produtoras de commodities Vale e Petrobras, que têm forte participação no Ibovespa, assim como a dos “bancões” Bradesco e Itaú Unibanco, que também entraram na lista. Além delas, outra representante do setor financeiro, foram as ações do BB Seguridade.

Por fim, ações de prestadoras de serviços, que também têm resiliência por oferecerem serviços de demanda constante, também ficaram entre as favoritas de setembro. Foi o caso empresas de energia Engie, CPFL Energia e EDP Brasil.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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