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3 formas de investir no meio ambiente pela bolsa de valores
O Dia Mundial do Meio Ambiente, que aconteceu na quarta-feira (5), pode ser ressignificado. Isso porque a data chama a atenção para os impactos dos investimentos e para a busca de soluções para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Manter a floresta em pé gera mais benefícios econômicos do que o desmatamento. Na B3, bolsa de valores brasileira, existem opções de ativos que contribuem para o manejo florestal sustentável. Portanto, investir no meio ambiente fez muito sentido.
Alguns dos efeitos mais notáveis das mudanças climáticas foram as enchentes sem precedentes do Rio Grande do Sul, que deixaram um rastro de destruição em 90% do Estado, com pelo menos 172 mortos. Com o aquecimento global, a catástrofe climática teve sua intensidade aumentada numa escala de 6% a 9%, conforme estudo do centro de pesquisas World Weather Attribution (WWA).
O que alimenta esse aquecimento são as atividades humanas nocivas ao meio ambiente, como desmatamento ilegal e a queima de combustíveis fósseis, de acordo com os estudos.
Em termos econômicos, a floresta preservada vale mais de US$ 317 bilhões por ano, segundo estudo do Banco Mundial, um exemplo de que investir em meio ambiente traz retorno.
Confira, a seguir, como os investidores podem contribuir para investir em meio ambiente e sustentabilidade pela B3:
Títulos verdes
Os Títulos Verdes, Sociais e Sustentáveis, contudo, são instrumentos de dívida de empresas, governos e entidades multilaterais. Eles estão nos mercados de capitais para atrair capital para projetos com impacto socioambiental positivo.
Desde novembro de 2018, esses títulos passaram a fazer parte das negociações no mercado de capitais brasileiro.
Já os Sustainability-Linked Bonds (SLB) são instrumentos de dívida. Têm como objetivo fazer com que o emissor alcance metas ESG, com indicadores-chave de desempenho. Esses títulos podem ter suas características financeiras e estruturais alteradas dependendo do atingimento ou não das metas de sustentabilidade pré-estabelecias.
Veja abaixo exemplos de títulos verdes que estão listados na B3:
Títulos Verdes (Green Bonds) | Adaptação às mudanças climáticas, Conservação da biodiversidade terrestre e aquática, Edifícios Verdes, Eficiência energética, Energia renovável, Gestão sustentável das águas e águas residuais, Produtos, tecnologias e processos de produção ecoeficientes e/ou adaptados à economia circular, Prevenção e controle de poluição, Transporte limpo |
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Títulos Sociais (Social Bonds) | Acesso a serviços essenciais, Geração de empregos e programas projetados para prevenir e/ou aliviar o desemprego decorrente da crise socioeconômica, inclusive por meio do efeito potencial do financiamento de PMEs e microfinanças, Habitação a preços acessíveis, Infraestrutura básica acessível, Segurança alimentar e sistemas alimentares sustentáveis |
Títulos de Sustentabilidade (Sustentability Bonds) | Projetos com caráter socioambiental |
Títulos Vinculados à Sustentabilidade (Sustentability-Linked Bonds) | Indicador: Gestão de emissões/ Meta: reduzir em 15% a intensidade de emissões de GEE até 2030, Indicador: Gestão de Resíduos/ Meta: 97% de resíduos reciclados até 2025, Indicador: Energia Renovável/ Meta: Atingir 100% de consumo de energia elétrica renovável até 2022 |
Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3)
O objetivo do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3) é indicar o desempenho médio das ações de empresas sustentáveis. Para investir na carteira, existe um ETF (Exchange traded fund) atrelado ao índice, o ISUS11.
Ao todo, são 78 companhias de 36 setores. O ISE B3 reúne ações e units exclusivamente de companhias listadas na B3 que atendem aos critérios de inclusão do índice.
Nesta lista não estão BDRs e ativos de companhias em recuperação judicial ou extrajudicial, regime especial de administração temporária, intervenção ou em qualquer outra situação especial de listagem.
Confira abaixo as empresas que compõem a carteira do ISE B3 atualmente:
AES Brasil, Allos, Ambev, Ambipar, Arezzo, Atacadão, Auren, Azul, B3, Banco do Brasil, Banco Pan, Bradesco, BRF, BTG Pactual, C&A Modas, Camil Alimentos, CCR, Cemig, Cia Brasileira de Alumínio, Cia Brasileira de Distribuição, Cielo, Cogna Educação, Copasa, Copel, Cosan, CPFL, CTEEP, Cyrela, Dexco, Diagnósticos da América, Ecorodovias, Eletrobrás, Enauta, Eneva, Engie, Fleury, Gafisa, Grendene, Grupo de Moda Soma, Guararapes, Hypera, Iguatemi, Iochpe Maxion, Irani Papel e Embalagem, Itaú Unibanco, Itausa, JSL, Klabin, Lojas Renner, M. Dias Branco, Magazine Luiza, Minerva, Mitre Realty, Movida, MRV, Natura, Neoenergia, Porto Seguro, Raia Drogasil, Raízen, Rede D’Or, Rumo, Sanepar, Santander, Santos Brasil, Sendas, Serena, Simpar, SLC Agrícola, Suzano, Telefônica, Tim, Ultrapar, Usiminas, Vamos, Vibra, Weg e Yduqs.
Ações verdes
Outra opção aos investidores — ainda em desenvolvimento — é a classificação das Ações Verdes (BAV) na B3. Esse projeto reconhece companhias que contam com atividades que contribuem com a proteção do meio ambiente e com o combate às mudanças climáticas. Esta designação especial busca incentivar as companhias, de maneira voluntária, a atuarem de forma alinhada às melhores práticas Ambientais, Sociais e de Governança Corporativa (ASG).
Podem solicitar a classificação as empresas listadas que tenham mais de 50% da sua receita bruta anual de atividades verdes.
E também mais de 50% dos investimentos e despesas operacionais anuais destinados a tais atividades, além de menos de 5% da receita bruta anual de combustíveis fósseis.
O objetivo é ajudar os investidores a direcionar seus recursos para o financiamento de uma economia mais sustentável. Para as empresas, é uma forma de demonstrar seus compromissos com a economia verde.
O nome BAV se inspira nos Green Equity Principles. Eles nasceram em 2023 pela World Federation of Exchanges (WFE). Esta organização apoia o desenvolvimento do mercado de capitais via pesquisas, estudos e estatísticas sobre boas práticas de mercado.
O que é ESG?
O termo apareceu pela primeira vez no relatório Who Cares Wins, da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2004. Desde então, a sigla ganhou destaque por unir as preocupações que as empresas devem seguir para serem certificadas com boas práticas.
A urgência desse debate se faz necessária em meio às mudanças climáticas, que estão interferindo na saúde humana, de acordo com a Fiocruz. Assim como na qualidade da água, na poluição do ar e na propagação de doenças.
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