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Investimentos atrelados ao IPCA ou ao CDI: qual é a melhor opção?
O CDI e o IPCA são índices importantes para acompanhar quando o tema é finanças pessoais. Isso porque ambos interferem diretamente no desempenho das aplicações financeiras de renda fixa.
O CDI (Certificado de Depósito Interbancário) é um índice que acompanha de perto a Selic, a taxa básica de juros brasileira. Já o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) é o principal indicador para compreender as tendências de inflação do Brasil.
Quer entender melhor como o CDI e o IPCA impactam nos investimentos de renda fixa? A seguir, confira a diferença entre os dois índices e saiba qual a melhor opção para os seus objetivos de curto e longo prazo.
O que é IPCA?
Criado em 1979 para medir o nível de preços de bens e serviços disponíveis na nossa economia, IPCA é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo. Ele foi . Em resumo, ele é um índice de inflação que acompanha o preço daquilo que as famílias brasileiras compram e consomem.
O índice é medido e calculado pelo IBGE todos os meses. Para chegar ao valor, o IBGE faz uma pesquisa de preços em estabelecimentos comerciais e prestadoras de serviços nas principais áreas urbanas do país. O resultado mostra a variação dos custos entre os meses, além do acumulado em períodos maiores.
O IPCA é considerado o indicador oficial pelo governo federal, mas ele não é o único que acompanha a inflação. Existem outros, como o IPP (Índice de Preços ao Produtor), IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) e o IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor).
Investimentos atrelados à inflação
Confira a seguir três tipos de investimentos atrelados à inflação.
Tesouro IPCA+
O Tesouro IPCA+ é um título público emitido pelo Tesouro Nacional para captar recursos para o governo federal. Em contrapartida, há o pagamento de uma rentabilidade híbrida — composta por uma taxa prefixada mais a variação do IPCA.
Títulos privados de rendimento híbrido
A renda fixa privada também apresenta possibilidades com rendimento híbrido, oferecendo uma taxa fixa além do que o indicador de inflação render. Entre as opções estão o certificado de depósito bancário (CDB), a letra de crédito imobiliário (LCI) e a letra de crédito do agronegócio (LCA).
Fundos de inflação
Nos fundos de inflação, o investimento é feito, prioritariamente, em títulos públicos atrelados ao IPCA. Eles podem ser opções para quem busca acessibilidade e praticidade para investir e proteger o dinheiro da perda de poder de compra.
O que é CDI?
O CDI é um título emitido por bancos para captar recursos de outras instituições financeiras com prazo de um dia útil. Seu custo é definido pela taxa DI. Trata-se de uma média das operações realizadas entre bancos e que acompanha a Selic, definida pelo Banco Central, com um desconto de 0,10 ponto percentual.
O que chamamos de CDI é, na verdade, a taxa DI praticada entre bancos, utilizada também como rentabilidade para muitos títulos de renda fixa.
Por representar transações rápidas feitas entre as instituições financeiras e muitas vezes ter garantia com títulos públicos, a taxa DI geralmente tem um valor bastante próximo ao da Selic. Nesse sentido, os indicadores precisam estar próximos para trazer equilíbrio.
Investimentos atrelados ao CDI
Uma variedade de investimentos têm a remuneração atrelada à taxa do CDI. É o caso dos CDBs, das LCIs, das LCAs, das debêntures, dos CRIs, dos CRAs e dos fundos DI.
IPCA ou CDI: como funciona a rentabilidade na renda fixa?
Na hora de definir quais investimentos têm mais a ver com as suas necessidades, é necessário compreender a relação entre CDI, IPCA e a renda fixa. Nesse sentido, você precisa conhecer como funciona a rentabilidade das aplicações que envolvem esses índices.
O retorno pode ocorrer de três formas:
- Prefixado: a rentabilidade se dá em um percentual fixo, conhecido pelo investidor no momento da aplicação;
- pós-fixado: os rendimentos acompanham algum indicador financeiro, como a taxa Selic ou o CDI. Ou seja, você sabe o critério de rentabilidade, mas ela varia de acordo com o indicador;
- híbrido: o retorno mescla a rentabilidade prefixada e a pós-fixada. Neste caso, o rendimento tem um percentual fixo acrescido do desempenho de um índice financeiro (geralmente, o IPCA).
Investimentos atrelados ao CDI: opção para o curto prazo
Na avaliação de Flávio Pretti, planejador financeiro CFP pela Planejar, para projeto de vida no curto prazo, as opções atreladas ao CDI ou à Selic, opções pós-fixadas, são as únicas adequadas, por uma questão de não tomar um risco desnecessário.
“Quando você tem uma necessidade em que você vai precisar do dinheiro investido num prazo relativamente curto, de um ou dois anos, você deve estar atrelado ao pós-fixado, Selic ou CDI. Se for um título privado, pode ser um CDB de banco. Se for um título público, o Tesouro Selic, por exemplo”, afirma o planejador financeiro.
“Realmente, o grande ponto que define é o prazo. Porque, se a gente pensar no curtíssimo prazo, indicamos algo mais atrelado ao CDI. Quando a gente começa a pensar na metade do ano que vem em diante, o IPCA se mostra talvez pouco mais atraente”, completa Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.
Por que investir em produtos atrelados à inflação?
De acordo com Flávio Pretti, planejador financeiro CFP pela Planejar, com investimentos atrelados à inflação, como o Tesouro IPCA, não há perda do poder de compra. “Você, na verdade, ganha um poder de compra adicional porque eles têm uma taxa de juro real. Hoje, por exemplo, o Tesouro IPCA+ 2029 está pagando a variação do IPCA mais 5,03% de juro real. Isso significa que eles têm o poder de não só manter, mas também de alavancar o seu poder de compra”, explica Pretti.
O planejador financeiro pontua que investimentos que têm como base a inflação devem estar atrelados a projetos de vida que vão acontecer lá no futuro, preferencialmente o mais próximo possível aos seus vencimentos. Pretti alerta que, caso você invista no Tesouro IPCA+ 2029 e precise desse dinheiro daqui um ano e meio, ao mesmo tempo em que a taxa de juros subir nesse período, esse papel pode ser depreciado para acompanhar a marcação a mercado.
“Então, ele seria um mau investimento para este momento de dois anos num cenário de alta taxa de juros. Isso levaria a uma perda e não a um ganho. Agora, se você comprou um título com 5% de taxa de juros real e você vai realizar isso lá perto do vencimento, esse problema deixa de existir. Você vai, de fato, ter esse rendimento. Então, a escolha não é porque um rende mais ou outro rende menos. A escolha é pela adequação ao projeto que você estiver tratando”, resume o planejador financeiro.
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