Itaú BBA recomenda três mudanças na carteira de smalls caps
Empresas têm valor de mercado de até R$ 10 bilhões
Para ampliar a rentabilidade da carteira de small caps dos investidores, o Itaú BBA anunciou nesta semana a recomendação de substituição de alguns papéis na lista de ações mais promissoras do segmento de empresas com valor de mercado inferior a R$ 10 bilhões.
Com as mudanças, o banco demonstra que continua acreditando nos segmentos de serviços financeiros e varejo de roupas.
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Por outro lado, a instituição aconselha a troca de companhias para dar novo fôlego à carteira, ao entender que as representantes anteriores já haviam atingido um patamar satisfatório de valorização.
O que mudou na carteira de small caps?
Com as trocas, mais uma representante do setor agrícola passa a ser incluída na lista por conta da resiliência diante do arrefecimento do preço das commodities.
Uma empresa do segmento hidroviário, na qual o banco já havia apostado, parece já ter cumprido seu papel e deixa a relação de ações recomendadas.
Confira abaixo as saídas e entradas do portfólio do Itaú BBA:
Sai Hidrovias do Brasil (HBSA3), entra SLC Agrícola (SLCE3)
A SLC Agrícola (SLCE3) é uma das maiores produtoras mundiais de grãos.
Segundo os analistas Victor Natal e Paulo Folha, as ações da empresa estão em um momento de entrada interessante.
“Após se aproximarem dos R$ 58 em junho, hoje são negociadas na casa dos R$ 48”, informa o relatório.
A empresa deve continuar se beneficiando dos ainda elevados preços das commodities agrícolas, apesar do arrefecimento recente.
“Ainda há descasamento entre oferta e demanda por milho, soja e algodão”, dizem os analistas. “Na nossa visão, esse fator deve contribuir para a manutenção dos preços desses insumos em patamares bastante saudáveis”, completa o documento.
O preço atual dessa ação implica um EV/EBITDA, que é o valor da empresa em relação ao EBITDA, de 4,4x, o que foi considerado “barato” pelos analistas, “tendo em vista a média histórica, de 7,2x”.
A empresa que deu lugar para a adesão à SLC Agrícola foi a Hidrovias do Brasil (HBSA3).
A alocação do banco nessa opção mirava capturar o movimento de recuperação operacional da companhia, que passou por um cenário desafiador ao longo de 2021.
“Os resultados do segundo trimestre de 2022 mostraram uma melhora em relação ao ano de 2021, porém, passado esse evento, acreditamos que a Hidrovias ficou sem gatilhos claros de apreciação de curto prazo”, avaliam os analistas.
Sai BR Partners (BRBI11), entra Banco Inter (BIDI4)
Outro nome que tem chamado a atenção dos analistas do Itaú BBA é o Banco Inter (BIDI4).
Depois de a empresa ter deixado de vender ações na B3, ela passou a operar na Nasdaq e, com a perspectiva de queda dos juros no Brasil, os BDRs do banco brasileiro ganharam maior relevância, avaliam os especialistas.
A expectativa é que o Banco Inter avance de receita na ordem de 30% entre 2021 e 2025.
Além disso, a companhia está com preços atrativos, o que faz dela uma opção de exposição ao setor de novos serviços financeiros.
“Na nossa visão, o banco está bem posicionado para enfrentar os desafios do cenário econômico e a competitividade do setor”, dizem os analistas.
Já o banco de investimentos BR Partners deixou de ser opção na carteira do Itaú BBA porque já realizou parte importante do crescimento esperado.
“A companhia tem efetivamente entregado bons resultados, mas acreditamos que a liquidez reduzida limite o desempenho das ações”, diz o texto.
Sai Track&Field (TFCO4), entra Grupo Soma (SOMA3)
O Grupo Soma (SOMA3), varejista de moda dono de marcas como Farm, Animale e Hering, é outra empresa que passa a ser recomendada pelo Itaú BBA.
As ações da empresa sofreram desvalorização relevante nos últimos 12 meses, com uma queda de aproximadamente 33% em relação a novembro do ano passado.
Para os analistas, o momento antecede uma recuperação importante.
“O preço atual da companhia implica em um múltiplo EV/EBITDA de aproximadamente 13x, valor que nos parece adequado frente à média histórica, de 16,2x”, explica o relatório.
A ação substitui a da Track&Field (TFCO4), que foi uma aposta do banco baseada no bom histórico de execução da companhia e em seu posicionamento como varejista de vestuário voltada para a classe A/B.
Embora o banco siga apostando no segmento, há uma troca por um player com maior capacidade de entregar crescimento na bolsa.
“O Grupo Soma, também focado em vestuário para a classe A/B, conseguiu entregar boa parte das promessas feitas quando abriu capital, em 2020, e atualmente tem diversas avenidas de crescimento”, explica o relatório.
O otimismo com a ação está baseado na possibilidade real de o grupo cumprir sua meta de curto prazo de melhorar a operação da Hering, projeto que começou a mostrar os primeiros sinais positivos no segundo trimestre deste ano.
“Acreditamos que, conforme a companhia consiga entregar melhorias nessa marca, o preço das ações irá responder positivamente”, avaliam.
O que é a carteira de small caps do Itaú BBA
Essa opção de carteira é composta, no caso do Itaú BBA, por dez recomendações com peso sempre igual entre as opções de ações com valor de mercado inferior a R$ 10 bilhões.
A escolha leva em conta o momento do mercado e fundamentos macroeconômicos, além de outras variáveis.
A proposta é encontrar opções para superar o Ibovespa no longo prazo, mas as opções da carteira tendem a apresentar mais volatilidade pelo fato de os papéis terem menor liquidez.
Composição da carteira
Com as alterações, a composição da carteira recomenda pelo Itaú BBA está da seguinte maneira:
GPS (GPS),
Grupo Soma (SOMA3),
Boa Safra (SOJA3),
SLC Agrícola (SLCE3),
PetroRecôncavo (RECV3),
Lojas Quero-Quero (LJQQ3),
Oi (OI),
Randon (RAPT4),
Banco ABC (ABCB4),
Inter & Co (BIDI4).