Com o olhar na digitalização de ativos financeiros por meio de criptoativos e tokenização, o Itaú Unibanco apresentou na manhã dessa quinta-feira (14) a sua nova unidade de negócios. Com o nome de Itaú Digital Assets, a área também será responsável por uma plataforma de serviço de custódia que irá utilizar da tecnologia criptográfica, além de oferecer o chamado “Token as a Service” (TaaS) tanto dentro como fora da instituição financeira.
A ideia é tokenizar os ativos que são parte do portfólio do Itaú. “Hoje, os ativos são restritos para os investidores do atacado. Queremos democratizar esses ativos (para clientes Pessoa Física) e o blockchain permite que a gente consiga digitalizar um ativo real numa rede – que é o próprio blockchain – e fragmentar trazendo rastreabilidade e segurança”, conta Vanessa Fernandes, global head da Itaú Digital Assets.
A unidade de negócios iniciou um projeto piloto com o produto de recebíveis chamado Risco Sacado. De acordo com o banco, “o Risco Sacado é uma linha de crédito aprovada para a empresa e disponibilizada para os fornecedores anteciparem os recebíveis com vencimentos futuros.”
De acordo com Vanessa, o resultado tem sido promissor e até o fim desse ano, a área pretende fazer o lançamento oficial aos seus clientes.
O que são os tokens?
São representações digitais de ativos reais. Ou seja, para cada token sendo negociado, existe um ativo no mundo real que está sendo representado. Para “tokenizar” um ativo, é preciso registrar um smart contract (contratos que executam transações automaticamente, sem a necessidade de uma empresa ou governo) em uma rede blockchain. A Ethereum é a rede de blockchain mais usada para isto, mas outras, como Solana e BNB Chain estão crescendo nesse segmento.
Vale saber que a tokenização de ativos é uma tecnologia que visa diminuir os custos das transações financeiras, assim como a necessidade de vários intermediários ou prestadores de serviços para realizar as operações.
Desafios do setor
Para Vanessa, o principal desafio para a área de criptoativos está na educação em relação a essas unidades digitais. “É preciso mostrar para os clientes quais são os benefícios desses ativos, assim como apresentar a diversificação de investimentos”, acrescenta.
Como investir em criptoativos?
Uma das maneiras mais fáceis de investir em criptoativos é via corretora, também conhecida como exchange. Nesse caso, o investidor tem acesso a um portfólio de ativos e pode definir o valor do aporte, que é feito em reais e convertido na moeda digital. A maioria das exchanges aceitam depósitos via Pix.
Já os fundos de investimento funcionam da mesma forma que os fundos de multimercado, ações ou fundos imobiliários: o investidor compra uma cota, sem se apoderar dos ativos, e um gestor fica responsável pela administração do fundo. São cobradas taxas de administração ou, em alguns casos, de performance.
Existe, também, o Peer to peer, que é a negociação direta entre duas pessoas, sem intermediários. Nesse caso, não é preciso criar uma ordem de compra, como nas exchanges, e a transferência de criptomoedas é feita de forma mais ágil e barata. Os negociadores conversam entre si e o comprador encaminha a transferência, o comprovante e o ID de envio das criptos. Em seguida, aguarda o recebimento. Mas, fique atento: apesar de mais rápida, a negociação peer to peer requer cuidados, já que há riscos de fraude.
Você também pode investir em criptos por meio de um ETF disponível na Bolsa de Valores . A opção é recente – o primeiro a ser negociado na bolsa brasileira foi o HASH11, lançado pela Hashdex em abril de 2021. ETF é um fundo de investimento que tem como referência um determinado índice. O HASH11, por exemplo, replica o Nasdaq Crypto Index (NCI), que inclui outras moedas além do bitcoin. O ETF é negociado em Bolsa e segue as oscilações do seu índice.