Principal Claritas prepara lançamento de fundo de infraestrutura com foco em baixo risco
Com R$ 1,7 bilhão alocados em fundos de crédito, a Principal Claritas está reorganizando seu portfólio de renda fixa, de olho na demanda crescente dos investidores por debêntures incentivadas. O destaque será um fundo de infraestrutura, o primeiro da asset.
O nicho de crédito corporativo é hoje o mais quente do mercado, muito em função do desinteresse pelo mercado de ações, que anda de lado no Brasil, e pelos resultados decepcionantes dos gestores com fundos de multimercados em 2023.
A gestora tocada por Helder Soares fechou nesta semana seu fundo de crédito de resgate imediato, o Claritas Liquidez. Ao mesmo tempo em que se prepara para lançar neste trimestre um novo produto, com mandato para comprar títulos de infraestrutura.
Segundo Luis Nazário, gestor dos fundos de crédito da asset, o novo produto vai tentar capturar uma demanda do investidor por títulos incentivados. A classe caiu nas graças do mercado com a popularização dos certificados de recebíveis imobiliários (CRIs) e do agronegócio (CRAs).
No entanto, no começo do ano, um novo arcabouço definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) alterou as regras para os lastros elegíveis como emissores desses títulos.
Com isso, o número de novas emissões de CRIs e CRAs secou, enquanto que as de debêntures isentas estão aumentando.
“A gente, assim, tem monitorado um crescimento importante de emissões primárias no mercado”, diz Nazário.
Fundo de infraestrutura
Além de o dinheiro tradicionalmente investido em CRIs e CRAs ter de ser realocado, na opinião do gestor, o mercado de debêntures também é beneficiado pela Lei 14.801, que confere benefícios fiscais para o emissor de títulos de infraestrutura.
“Os prêmios estão fechando. Já estiveram bem melhores no ano passado, após os eventos das Americanas e Light. Mas com uma NTBN-B a 6%, o rendimento está muito atrativo para o investidor e os ativos vão performar bem”, diz Luis Nazário.
O novo fundo de infraestrutura da Claritas vai contar com prazo de resgate de 30 dias. O portfólio vai ter apenas ativos high grade. “A gente não tem ainda um produto com ativos mais arriscados. Nosso perfil, hoje, são debêntures de grandes empresas, boas pagadoras”, afirma.
Desempenho ruim
Luis Nazário conta que a escolha por encerrar o fundo Claritas Liquidez veio após avaliação do desempenho do produto no varejo. “Acho que talvez os investidores e as plataformas não entenderam a proposta do fundo. Esse mercado (de fundos com resgate imediato) parece já estar bem suprido de produtos”, afirma.
De fato, o fundo não decolou. O patrimônio e os cotistas serão absorvidos pelo Claritas FIRF Crédito Privado, hoje o carro-chefe da área, com cerca de R$ 200 milhões, mil cotistas e prazo de resgate de 30 dias. No ano, o fundo entrega 126% do CDI, o índice de referência.
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