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Onde os ricos estão investindo — e o que você pode aprender com eles
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Entre as preferidas de investidores com alta renda estão os fundos multimercados
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As chamadas blue chips também aparecem entre as queridinhas desse público
A renda fixa está ganhando mais espaço nas carteiras de investimento dos mais ricos. É o que indica um levantamento feito pela fintech Smartbrain, que analisou mais de 250 mil contas, 70% delas de investidores de alta renda.
Segundo o estudo, os investimentos em renda fixa entre os mais ricos saíram de uma média de 36,92% em junho para 37,89% em julho.
O destaque ficou para fundos como Trend DI Simples e BTG Pactual DIgital Tesouro Selic.
“Quando o Copom começou o ciclo de alta dos juros básicos, aqueles que, relutantemente, tinham aderido a algum tipo de renda variável, começaram a voltar aos seus ‘refúgios’. Isso era de se esperar, já que os investidores físicos não estão muito acostumados a arriscar na renda variável. No máximo, tinham migrado para fundos de investimentos, em alguma das muitas modalidades existentes”, explica Ricardo Rodil, head de Capital Markets da Crowe Macro.
Apesar do crescimento, a renda fixa ainda não é a preferida desse público. Separamos os investimentos queridinhos dos endinheirados e o que você pode aprender com eles:
Os preferidos: fundos multimercados
A renda fixa ainda perde para uma categoria.
Os fundos multimercados aparecem com a maior participação no portfólio de investidores de alta renda, com uma fatia de 38,78% da carteira.
Entre os preferidos estão o BTGP Access SPX Nimitz e o AZ Quest Mistral FI.
“São fundos com maior agilidade de realocação de carteiras, dentro, logicamente, dos limites estabelecidos pela CVM”, explica Rodil.
Na visão do especialista, a facilidade e a alocação em ativos diversos contribui para o sucesso da categoria, principalmente entre os investidores menos experientes.
“Contando com uma boa assessoria, que exponha os graus de rendimento, risco e volatilidade de cada fundo, a tendência é que, aos poucos, o investidor ‘comum’ vá se acostumando a tomar essas decisões por si”, ressalta Rodil.
As ações queridinhas dos ricos
O investimento em ações leva a fatia de 12% da carteira dos mais ricos.
Entre as preferidas estão Vale (VALE3), Petrobras (PETR4), Itaúsa (ITSA4) e Bradesco (BBDC4).
Na visão de Rodil, as blue chips são sempre boas opções para investir. Mas, é importante revisar a finalidade do investimento.
“Os investidores mais sofisticados, que, de alguma maneira, especulam com as expectativas de ganhos no curto prazo, têm boas condições de análise para saber quando entrar e sair de determinadas ações. Eles trabalham normalmente com o que eles chamam de ‘preço-alvo’, mas isto requer conhecimento do mercado e das empresas, além de apetite ao risco”, destaca.
E os fundos imobiliários?
Os fundos de papel, ou seja, aqueles que investem em títulos e papéis do mercado imobiliário, como LCI e CRI, estão entre os preferidos dos mais ricos.
No topo da lista aparecem o Kinea Índices de Preços (KNIP11), Iridium Recebíveis Imobiliários (IRDM11) e REC Recebíveis Imobiliários (RECR11).
“Os administradores de fundos imobiliários, seja de papel ou tijolo, afirmam que quando os investidores percebem que o ciclo de alta dos juros está chegando ao fim, ‘acordam’ para os negócios e esses fundos começam a reagir antes de outros investimentos. Se acreditamos que a Selic chegou no seu ponto máximo, devemos ver esse movimento nas próximas semanas”, ressalta Rodil.
Mas, o especialista destaca: não se pode falar de uma regra geral quando olhamos para estes fundos.
“Acredito que seja mais importante olhar para a setorização do fundo do que para sua qualidade de ‘papel’ ou ‘tijolo’. Vou dar um exemplo: com a pandemia, o e-commerce bombou. Isto fez com que a indústria de construção de galpões ou depósitos (mirando a logística de entregas rápidas) ao redor dos grandes centros urbanos acelerasse mesmo durante este período. Os fundos que adquirem este tipo de imóveis, não interessando se via ‘papel’ ou via ‘tijolo’, seguramente saíram na dianteira de muitos outros”.
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