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É possível conseguir green card investindo? Entenda como fazer e quanto você precisa ter no bolso
Emigrar para os Estados Unidos é o sonho de muitos brasileiros interessados nas condições de vida da maior economia do mundo. Mas o dilema sobre como conseguir green card, o visto de residência permanente, é tido como uma barreira quase impossível de ultrapassar. No entanto, há uma maneira pela qual você pode investir e abrir as portas para se mudar rumo ao Americam Dream.
Trata-se do chamado visto EB-5, uma política do governo americano que visa captar recursos de estrangeiros para projetos que possam gerar empregos no país. Em troca do investimento, os EUA permitem que o investidor ganhe o seu green card.
“É a forma mais simples e segura de migrar para os Estados Unidos”, opina o advogado George Cunha, especializado no tema e professor da pós-graduação da PUC-MG. “O investidor consegue o visto para ele mesmo, para cônjuge e os filhos em um único pedido”, afirma o especialista.
Mas de quanto você precisa dispor para que o governo americano te conceda o visto americano de residência fixa, o green card? Como funciona o processo? Cunha explica, em entrevista à Inteligência Financeira, o caminho das pedras para chegar lá.
Quanto preciso investir para conseguir o green card?
Apesar de ser um caminho bastante encurtado para morar nos Estados Unidos, o EB-5 não é barato. É preciso investir a partir de US$ 800 mil em projetos no país para ser elegível. Ou seja, cerca de R$ 4,23 milhões. A depender da região e do projeto, esse piso sobe para a partir de US$ 1,05 milhão (R$ 5,55 milhões).
Além de ter o dinheiro em caixa é preciso seguir uma sequência de procedimentos. Cunha afirma que tem conseguido reduzir o prazo, que antes era de 6 a 10 meses, em média. O advogado explica que conseguiu para um cliente a autorização em 29 dias. Essa velocidade, contudo, depende de uma série de fatores sobre o interessado e o projeto desejado para investir.
Como conseguir o green card investindo?
George Cunha informa ainda que o primeiro passo para saber como conseguir o green card é reunir toda a documentação que prove algo essencial para as autoridades americanas: a origem lícita do dinheiro. O investidor interessado precisará provar, tim-por-tim-tim, como ganhou essa grana que ele pretende usar para conseguir o visto.
“Precisamos fazer o rastreamento desde o início. Se são dividendos de uma empresa, se são recursos oriundos de uma herança. É uma das principais peças que precisamos juntar na aplicação do EB-5”, explica.
O segundo passo é escolher entre investimento direto ou investimento indireto. De acordo com o especialista, o investimento indireto é o mais simples e rápido. Por isso, naturalmente, o preferido da quase totalidade dos brasileiros que buscam o EB-5.
No investimento indireto, o estrangeiro interessado em entrar para o programa vai aplicar o seu dinheiro em um projeto já existente. Em geral, um projeto pensado por um empresário americano, que estruturou uma proposta de negócio que promete gerar os empregos desejados.
Caso seja a opção do investidor, ele deve analisar as opções disponíveis para buscar qual é a melhor para aplicar o dinheiro. O objetivo principal aqui é a residência, não o lucro do investimento, explica o advogado.
No entanto, um dos principais trabalhos dos advogados que atuam nessa frente é diminuir ao mínimo o risco de que o investimento não volte para o bolso do brasileiro que emigrou ao final do prazo combinado. Dessa maneira, analisando alguns fatores importantes do projeto proposto.
O que é analisado nos projetos indiretos
- Quem é o empresário que está propondo o projeto. Por exemplo: se ele é do ramo em que está se propondo trabalhar.
- Se o dono do projeto tem outras iniciativas aprovadas no EB-5 e qual é o histórico desses empreendimentos.
- Se o empresário é sócio do projeto que ele está propondo. Isso uma vez que se ele colocou dinheiro do próprio do bolso, argumenta George Cunha, a expectativa é que ele tenha mais zelo pelos resultados.
De acordo com o advogado, a melhor forma de acelerar a tramitação do processo é optar por empresários com larga experiência e histórico de sucesso no EB-5. Em casos como esses, as análises costumam ser mais rápidas porque a documentação do dono do projeto já foi amplamente escrutinada pelas autoridades americanas.
A alternativa do investimento direto
O investimento direto acontece quando um empresário estrangeiro deseja ele próprio ter um empreendimento nos Estados Unidos. Ou seja, você que vai abrir um negócio e abrir os empregos para americanos que vão justificar o green card.
Dentre as regras, prevê-se que o projeto precise ser em áreas urbanas ou “target employment area”. O termo em inglês significa área alvo para geração de empregos. São regiões dos Estados Unidos em que a taxa de desemprego seja 150% ou mais do que a média nacional. Se a opção for pela área urbana, aí aplica-se o investimento mínimo mais alto, de US$ 1,05 milhão.
Só ter dinheiro não basta
O advogado George Cunha pondera, no entanto, que apenas ter os recursos necessários não basta. Após a aprovação dos trâmites, o interessado precisará passar por uma entrevista com as autoridades americanas.
Ou seja, contar um pouco sobre a sua trajetória de vida e quais as razões pelas quais quer se mudar para os Estados Unidos.
Em geral, estando tudo certo com a documentação do investidor, é improvável que se tenha problemas na hora da entrevista, diz Cunha.
Há duas exceções: não ter boa saúde ou ter antecedentes criminais. Nesses dois casos, especialmente no caso de quem tem condenações pregressas, o alerta vermelho costuma acender.
Mas é um investimento que renda bem? Quanto eu vou ter de lucro?
O advogado explica à Inteligência Financeira que costuma deixar claro para os interessados terem expectativas bem moderadas com relação aos lucros. “O retorno não é alto. O objetivo não é a remuneração, é o green card”, diz Cunha.
Isso uma vez que o objetivo do governo americano é justamente proporcionar um “dinheiro barato” aos seus empresários. De acordo com o especialista, a remuneração média é em torno de 0,25% ao ano, recebendo de volta em 5 anos.
Ou seja, é bem menos do que você teria em aplicações super conservadoras no Brasil – mas que não te dariam uma forma rápida de poder morar tranquilamente nos Estados Unidos.
Esse percentual pode subir na mesma proporção em que você aceite investir em negócios mais arriscados. Ou ter um negócio próprio que prospere bastante.
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