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Quer investir no exterior em 2024? Confira o que você precisa saber para começar
Pensando em diversificar ainda mais sua carteira no ano que vem? Pois saiba que investir no exterior em 2024 se tornou uma realidade para muita gente. Com plataformas de investimento mais acessíveis, menos burocracia e custo mais baixo, alocar dinheiro fora do país está muito mais fácil. A seguir, confira as dicas dos especialistas para começar a investir no exterior em 2024.
Reserva de emergência
Em primeiro lugar, é preciso que o investidor já tenha uma reserva de emergência, aquele valor separado para arcar com despesas extraordinárias. De acordo com os especialistas, o ideal é que ela seja feita em real e em investimentos que permitam resgate imediato.
“O valor não pode estar preso em uma alocação sem liquidez ou em outra moeda. Isso porque o investidor não pode correr o risco de não conseguir resgatar o investimento na hora da emergência. Ou acabar perdendo dinheiro porque o dólar se desvalorizou, por exemplo”, explica Larissa Frias, planejadora financeira do C6 Bank.
Somente depois de construída a reserva de emergência, é o momento de pensar nos ativos internacionais.
Cenário macro ainda favorável
Um dos motivos para investir no exterior é aproveitar o cenário oportuno. Nos Estados Unidos, o Fed (Federal Reserve) manteve os juros americanos no intervalo de 5,25% a 5,5% ao ano, mas sinalizou que eles devem cair ao longo de 2024.
Assim, a renda fixa em dólar continua atrativa, mas é preciso estar atento para os títulos escolhidos. De acordo com os especialistas, os ativos de prazo mais curto saem ganhando. Os rendimentos dos Treasuries de 10 anos, que atingiram em 2023 o maior patamar desde 2007, caíram e não estão mais tão atrativos.
Larissa Frias pontua que a sinalização do Fed de que o ciclo de alta da taxa de juros já chegou ao fim foi o suficiente para os mercados reagirem de forma positiva.
“A gente acredita que esse corte de juros deve vir mais cedo do que inicialmente se esperava. E isso diminui espaço para o investidor buscar a renda fixa porque as taxas já não estão no mesmo patamar que a gente encontrava em setembro e outubro. Temos um prêmio muito menor pelo que aconteceu nesses últimos dois meses”, afirma a planejadora financeira.
Ela destaca que, “quando a gente tiver mais firmeza no tocante à queda de juros americanos, esses prêmios vão cair ainda mais”.
“Então, faz sentido ainda o investidor buscar por renda fixa com qualidade. A gente continua falando de título públicos, os Treasuries americanos, e títulos de investment grade, de emissoras com boa qualidade de crédito”, explica Larissa.
Em resumo, ainda faz sentido a renda fixa, segundo a especialista, porque os prêmios ainda vão continuar caindo, mas, no momento, o foco deve ser na qualidade.
Renda variável
Sendo assim, a renda variável deve aumentar gradativamente o espaço na carteira de quem alocar lá fora. “Renda fixa e variável devem ir trocando as posições à medida que a gente vai tendo mais firmeza no tocante ao corte de juros nos Estados Unidos. Hoje a nossa posição da carteira internacional moderada, por exemplo, tem 60% em ações e 40% de renda fixa. Mas, claro, isso varia de perfil para perfil”, destaca a planejadora financeira do C6.
“Quando a gente fala de renda variável, ainda temos também uma posição um pouco mais defensiva. Buscamos setores um pouco mais óbvios, por exemplo, energia e tecnologia fora um pouquinho das big techs, que já estão com bastante preço”, reforça Larissa.
Oscilação cambial
Além de avaliar o cenário macro, ao alocar dinheiro no exterior, você precisa saber que seus investimentos sofrerão o impacto da valorização ou desvalorização do câmbio. O que pode ser visto como um risco, porém, também pode ser um grande atrativo. Isso porque, assim como a desvalorização da moeda pode prejudicar o rendimento da carteira, a valorização pode compensar eventuais perdas ou até potencializar ganhos.
Prazo
Outra coisa que o investidor precisa ter em mente na hora de investir fora do Brasil é o prazo. “Investimento no exterior não é para curto prazo. Tem que ter planejamento. Além da própria oscilação dos ativos, existe o fator cambial envolvido, especificidades e até ativos para os quais não existe paralelo no Brasil”, explica Larissa.
Para ela, um bom prazo de retorno para ativos internacionais é um horizonte a partir de três anos. “Mas caso o investidor tenha um objetivo específico, como uma viagem ao exterior marcada, ele também pode deixar um dinheiro aplicado em renda fixa americana, com o prazo adequado. Assim, ele pode se proteger da oscilação da moeda e resgatar o dinheiro na ocasião desejada”, afirma ela.
Veículos e tipos de ativos
Atualmente, é possível investir tanto em ativos internacionais listados na bolsa brasileira, como ETFs e BDRs, quanto diretamente em ativos estrangeiros, por meio de corretoras ou contas internacionais de investimento.
“O investidor precisa saber o que faz sentido para ele. ETFs e BDRs são ativos listados na bolsa local que permitem ao investidor acessar alguns ativos estrangeiros daqui com menor custo, mas também com menor diversidade e possivelmente com menos liquidez comparado a ativos locais”, explica Larissa. “Caso a pessoa tenha objetivos de longo prazo, ter uma conta internacional de investimentos pode fazer mais sentido, pois ela permitirá acessar ativos muito mais diversos. Cada opção tem seus prós e contras”, completa a especialista.
Impostos
Investindo diretamente do Brasil, os investidores terão que observar apenas as regras brasileiras de declaração e recolhimento de impostos. Entretanto, investindo no exterior, existem veículos que permitem adiar o pagamento do imposto, deixando para recolher o tributo apenas no momento de trazer o dinheiro de volta para o Brasil. Assim, o investidor pode reinvestir o lucro obtido e potencializar os ganhos.
“A questão tributária é algo que muitos investidores não observam na hora de investir no exterior e acabam tomando um grande susto na hora do resgate. Contar com a ajuda de um profissional para escolher não só o ativo adequado, mas também a melhor forma de acessá-lo pode fazer uma grande diferença no final”, explica Larissa Frias.
Quer saber mais sobre tributação de investimentos no exterior? Confira quais são os impostos e taxas que você vai pagar.
4 motivos para investir no exterior em 2024
Confira abaixo 4 motivos para investir no exterior em 2024, de acordo com a especialista em estratégias de investimento no exterior e fundadora da Flap Capital, Daniella Rolim.
1 – Diversificação geográfica
A diversificação geográfica é uma ferramenta poderosa para reduzir a exposição ao risco associado à dependência exclusiva da economia brasileira.
“Distribuir seus investimentos em mercados e setores internacionais diferentes cria uma rede de segurança contra a volatilidade econômica. Mesmo diante de desafios em uma região específica, outros investimentos podem prosperar, proporcionando equilíbrio essencial”, ressalta Daniella.
2 – Proteção contra riscos locais
Manter todo o patrimônio no Brasil expõe os investidores a riscos políticos, econômicos e cambiais locais. Investir no exterior adiciona uma camada adicional de defesa contra esses fatores.
Assim, eventos adversos em território nacional têm um impacto reduzido no portfólio global. Isso, de acordo com Daniella Rolim, ajuda a preservar o patrimônio. Além disso, oferece uma perspectiva mais estável para um futuro financeiro mais saudável.
3 – Novas oportunidades de mercados em ascensão
O acesso a novas oportunidades é um ponto crucial destacado pela especialista da Flap Capital. Nesse sentido, investir internacionalmente permite capitalizar em tendências globais e diversificar em áreas com potencial de valorização significativo. Isso, defende ela, proporciona uma abordagem dinâmica para o crescimento do portfólio.
4 – Moeda forte e estabilidade
Investir em países com moedas fortes oferece estabilidade e proteção contra a desvalorização da moeda local, como o real. Em um cenário global volátil, ter ativos em dólar, por exemplo, é contar com um escudo contra flutuações cambiais. Assim, você preserva o valor dos investimentos e estabelece uma base sólida para enfrentar turbulências econômicas.
“Ao adotar uma abordagem global, não só se reduz os riscos associados à dependência de uma única economia, mas também se abrem portas para novas oportunidades de crescimento. Em meio ao cenário econômico dinâmico, investir no exterior pode ser a chave para um portfólio mais resiliente e bem-sucedido”, finaliza Daniella.
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