Ainda vale a pena investir no exterior em 2024? Quais são as melhores estratégias?
Confira análise de quatro especialistas e entenda se este é um bom momento para aplicar em moeda estrangeira
Será que ainda vale a pena investir no exterior em 2024? E quais as melhores estratégias para isso? ETFs, ações, renda fixa? Para entender as perspectivas e reunir algumas alternativas de investimento, a Inteligência Financeira ouviu quatro especialistas. Confira suas análises.
Vale a pena investir no exterior em 2024?
A resposta é unânime. Vale a pena, sim, investir no exterior em 2024. De acordo com os especialistas, aliás, essa costuma ser uma estratégia válida em qualquer ocasião, especialmente para diversificar a carteira e proteger o patrimônio da oscilação cambial. “Mercados mais desenvolvidos ajudam a ter mais estabilidade”, afirma Thiago Kurth Guedes, diretor de desenvolvimento de negócios da Bridgewise no Brasil.
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Investir no exterior em 2024 ajuda a diversificar e proteger patrimônio
Marlon Glaciano, planejador financeiro e especialista em finanças, também acredita que investir no exterior ainda em 2024 seja uma estratégia interessante, especialmente para quem busca diversificação e proteção contra incertezas locais. “A economia global está mostrando sinais de estabilização, com a expectativa de que os bancos centrais, como o Fed, comecem a reduzir as taxas de juros”, diz ele.
“Esse movimento, aliado à desaceleração da inflação nos EUA, pode abrir caminho para uma recuperação gradual dos mercados de ações e títulos, criando um ambiente mais favorável para os investidores globais”, complementa. Mas há um alerta. “É importante ter em mente os riscos geopolíticos e a volatilidade associada a eventos políticos, como as eleições nos EUA, que podem afetar o desempenho dos mercados”, afirma.
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Quais as melhores estratégias para investir no exterior em 2024?
Confira a seguir algumas alternativas de investimentos no exterior destacadas pelos especialistas.
TIPS
Marco Bismarchi, sócio e gestor de portfólio da TAG Investimentos, considera que as principais empresas da S&P estejam caras. Por isso, ele acredita que a alocação em renda fixa esteja em um bom momento, especialmente em TIPS (Treasury Inflation-Protected Securities) dos Estados Unidos, que são equivalentes ao Tesouro IPCA+ do Brasil. “É interessante fazer essa aplicação via ETF (Exchange-Traded Funds), ou seja, fundos negociados em bolsa”, diz ele.
Setores de indústria, finanças e serviços públicos
Para quem ainda quer investir no exterior em 2024, Guedes, da Bridgewise, aponta ações dos setores de indústria, finanças e serviços públicos como oportunidade. “Utilizando inteligência artificial e olhando os dados do mercado com a tecnologia da Bridgewise temos observado que os setores que estão mais fortes na economia norte-americana e na Europa são esses”, diz ele.
Entre os papéis, ele destaca a ação da Brookfield, de infraestrutura. “Ela está com uma pontuação boa e tem possibilidade de crescimento”, acredita. De acordo com o especialista, também vale a pena olhar para a NRG, de energia elétrica.
ETFs de ações
O diretor de desenvolvimento de negócios da Bridgewise no Brasil também acredita que seja interessante diversificar a carteira utilizando ETFs de ações. “Um que está bem avaliado pelo sistema é o VV Vanguard Large-Cap ETF, que tem um tamanho grande e, por isso, acaba tendo bastante estabilidade, com custo barato”, diz ele.
Na Europa, ele destaca o fundo iShares Core EURO STOXX 50 ETF | EXW1 (DE). “Essa seria uma diversificação com um pouco mais de risco”, alerta.
Semicondutores, serviços de pagamentos e biotecnologia
Henrique Vasconcellos, sócio e analista de ações da Nord Research, acredita que mesmo com o receio de a bolsa americana estar cara, existem ativos com oportunidades de investimento. “Gostamos de semicondutores, por exemplo”, diz ele.
Entre as techs, ele destaca a Meta (META). “Também vale a pena olhar para serviços de pagamentos e biotecnologia, que tem empresas que seguem baratas mesmo com mercado mais pujante”, afirma.
Tecnologia e saúde
Glaciano considera que ações de empresas dos setores de tecnologia e saúde sejam opções atrativas porque essas áreas continuam a se expandir, impulsionadas por inovações e pela demanda estável, mesmo em momentos de incerteza.
ETFs globais
Também de acordo com Glaciano, os ETFs globais são uma boa escolha para quem deseja diversificação imediata, cobrindo diferentes setores e regiões.
Treasuries
Para investidores com perfil mais conservador, por outro lado, Glaciano acredita que os títulos do Tesouro dos EUA permanecem atraentes para investir no exterior neste momento. “Eles oferecem rendimentos interessantes em um cenário de taxas de juros elevadas, antes de um possível ciclo de cortes”, afirma.
Na sua opinião, a combinação de ações, ETFs globais e Treasuries pode balancear riscos e oportunidades de forma eficaz.