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Mercados comemoram o rali de Natal antecipado; confira o que esperar para 2024 nos EUA
Em clima natalino, a coluna de hoje aborda dois indicadores econômicos que corroboraram as altas recentes do mercado. Quais os assuntos importantes para o final de ano? E o que esperar para 2024 nos EUA?
Indo para o mercado
Vamos ao nosso dia a dia, aquela revisão semanal – prometo ser breve.
Como mencionamos em novembro, o rali de Natal foi antecipado (Ponto de inflexão: Rali de Natal pode ser antecipado?). E os mercados estão comemorando isso.
Assim como enfatizamos na semana passada, após as recentes altas, continuamos a ter a visão de que o investidor deve agir com cautela. O fechamento observado na curva de juros americana (redução dos yields dos títulos de dívida) foi significativo e rapidamente precificado nos mercados de renda fixa e renda variável. Com o movimento descendente nos diferentes prazos de juros nos EUA, o mercado atualmente interpreta que há uma menor necessidade de manter os juros elevados por mais tempo.
E, com isso, observamos uma significativa reprecificação de ativos. Desde as mínimas de outubro até o momento, o Bloomberg US Aggregate Bond Index já apresentou uma valorização de mais de 8%. Isso se deve principalmente à marcação a mercado derivada da queda dos yields americanos.
Na renda variável, o movimento foi significativo – como mencionamos na semana passada (O que esperar para o mercado e a economia dos EUA em 2024?). Colocando em contexto, a recente alta nas ações nos últimos 36 dias de mercado (até 20/12) sugere um dos maiores ralis dos últimos 30 anos.
Em relação à bolsa, entendemos que esse sentimento de cautela deriva não apenas das altas que tornaram os valuations mais elevados, mas também de algumas discrepâncias entre o desempenho do mercado acionário e a economia real.
Por exemplo, a disparidade entre a criação de postos de trabalho – uma medida representativa da força e condição da economia – e o desempenho do índice S&P500 atualmente. Em outras palavras, a bolsa parece estar em ascensão mesmo com uma economia desacelerando e gerando menos empregos.
Visão cautelosa
Face a isso, mantemos uma visão cautelosa olhando para o futuro. Entendemos que o mercado não segue um caminho linear e que as recentes altas demandam paciência por parte do investidor ao considerar novas posições.
O lado positivo disso é que demonstra que o investimento no exterior não apenas oferece benefícios, como a diversificação geográfica, reserva de valor em moeda forte e redução do risco de jurisdição, mas também pode proporcionar retornos favoráveis às carteiras de investimento de todos os brasileiros.
Indo para a economia…
Tivemos os dados do Índice de Confiança do Consumidor. O dado veio acima do esperado pelo mercado, mostrando uma expansão e melhoria em relação aos meses anteriores. As expectativas dos consumidores aumentaram, refletindo uma melhora nas futuras condições empresariais, disponibilidade de emprego e renda.
É interessante notar que as expectativas de aumento das taxas de juros no próximo ano caíram para os níveis mais baixos desde janeiro de 2021, e as perspectivas dos consumidores em relação aos preços das ações aumentaram para níveis de otimismo observados pela última vez em meados de 2021.
Além disso, é destacável o fato de que a perspectiva/expectativa de recessão diminuiu consideravelmente.
E a inflação nos EUA…
Na sexta-feira (22/12), tivemos o índice de inflação mais acompanhado pelo Fed, que trouxe uma surpresa benigna, indicando que os preços estão seguindo uma trajetória de desaceleração nos EUA. O ponto relevante é que “o filme” se mostra positivo, ou seja, estamos observando uma tendência de desaceleração e desinflação na economia americana.
Tal perspectiva apoia a visão de cortes de juros em 2024. A magnitude e o momento desses cortes ainda são incertos, o que manterá o mercado especulando sobre essas questões. No entanto, os dados de hoje acabam por reforçar essa percepção, que tem sido benéfica para os mercados, tanto de renda fixa quanto de renda variável.
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