Quanto rendem R$ 50 milhões na poupança, Tesouro Direto, LCI e LCA?

O investidor que possui altos valores têm a sua disposição uma diversidade de produtos. No entanto, as aplicações tradicionais da renda fixa, com garantias bancárias ou do Estado, seguem ocupando uma parte relevante das carteiras. Portanto, para um grande investidor é importante saber quanto ele pode ganhar nesses produtos. Por exemplo, quanto rendem R$ 50 milhões na poupança e em outras aplicações.

Os cálculos feitos por Carlos Castro, planejador financeiro CFP pela Planejar, mostram que mesmo dentro da renda fixa tradicional há potenciais distintos para o grande investidor. Da mesma maneira, como veremos a seguir, ele explica que existem cuidados adicionais a serem tomados por esses investidores.

Por exemplo, se o investidor optar por uma letra de crédito imobiliário (LCI) ou uma letra de crédito do agronegócio (LCA) ele pode ter um rendimento líquido mensal de cerca de R$ 90 mil a mais do que aplicando na caderneta de poupança. Isso considerando que ambos os produtos são isentos de imposto de renda.

Quanto rendem R$ 50 milhões na poupança

A conta é a seguinte. Com a Selic acima de 8,50% ao ano, a poupança rende 0,50% ao mês mais a taxa referencial (TR). Ou seja, desconsiderando a TR, a rentabilidade assegurada da caderneta é de cerca de 6,17% ao ano. Em 12 meses, os R$ 50 milhões rendem aproximadamente R$ 3,08 milhões, o que representa cerca de R$ 257,08 mil por mês.

Já as LCIs e LCAs têm um rendimento estimado de 90% do CDI, a taxa interbancária que acompanha a Selic. Considerando os juros para 12 meses projetados pelo Boletim Focus, temos uma rentabilidade de cerca de 8,29% ao ano. Portanto, um rendimento de cerca de R$ 4,14 milhões. Ou seja, em torno de R$ 345,60 mil mensais.

Há, contudo, ponderações a serem feitas. Enquanto a poupança oferece liquidez ao investidor, as LCIs e LCAs passaram a ter prazos mínimos mais elevados neste ano. Após mudanças nas regras dos produtos, as LCAs têm prazo mínimo de 9 meses, enquanto as LCIs têm uma permanência mínima de 12 meses.

Onde investir R$ 50 milhões? Veja comparação na renda fixa

Para você ter a comparação do rendimento mensal com mais opções, o planejador financeiro Carlos Castro fez o cálculo também de outros produtos. Aqui estamos considerando duas opções de títulos do Tesouro Direto e a alternativa de um fundo de renda fixa.

O Tesouro Selic rende anualmente o equivalente à taxa básica de juros mais um pequeno adicional. De acordo com a plataforma do Tesouro Direto, esse adicional hoje vai de 0,10% a 0,14% ao ano. O investimento está sujeito à cobrança de imposto de renda, na tabela regressiva que começa em 22,5% e termina em 15% conforme o tempo de aplicação.

O especialista considerou aqui também a Selic medida pelo Boletim Focus, que projeta as expectativas do mercado para os juros. Castro também levou em conta o imposto de renda de 17,5%, que é a taxa cobrada dos investimentos de mais de 360 e menos de 720 dias.

Pelas contas do especialista, é possível estimar uma rentabilidade bruta de 9,33% no Tesouro Selic 2027 e de 9,38% no Tesouro Selic 2029. Descontado o IR, temos uma rentabilidade líquida de 7,70% ao ano no título mais curto e de 7,74% no mais longo.

Já um fundo de renda fixa tem uma rentabilidade que varia de acordo com a carteira que é montada pelo gestor. No entanto, como o nome já diz, essa carteira possui majoritariamente produtos de renda fixa.

Castro projeta que um fundo entregue uma rentabilidade bruta um pouco maior, na faixa de 9,77% ao ano, mas que termine em uma faixa bastante parecida após descontado o IR e também a taxa de administração. Portanto, resultando em algo em torno de 7,73% ao ano.

Na tabela abaixo, você confere quanto rendem R$ 50 milhões na poupança, Tesouro Selic, LCI, LCA e em um fundo de renda fixa.

Quanto rendem R$ 50 milhões por mês?

Como saber os melhores investimentos para quem tem R$ 50 milhões?

O planejador financeiro recomenda que o grande investidor procure sempre diversificar a sua carteira. Por exemplo, na renda fixa de emissão bancária, em que há uma proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), mas que não é ilimitada.

“Uma preocupação para R$ 50 milhões é evitar concentração de emissores e evitar concentração de bancos. Já que você consegue proteger, pelo FGC, no máximo R$ 1 milhão. São no máximo R$ 250 mil por CPF e no máximo quatro instituições”, explica.

Castro lembra que há ainda outros produtos além dos citados, como aqueles que carregam risco de crédito mas tem maior potencial de rentabilidade. “Você tem, por exemplo, títulos de crédito privado, como debêntures”, cita. “Mesmo se tratando de renda fixa, ela é bem diversa, então é importante fazer a diversificação”, explica.

Leia a seguir