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Investidores iniciantes no Tesouro Direto podem se confundir com a variedade de modalidades e prazos de vencimento. Especialistas indicam que há diferenças entre investir no título que vence em 2027 ou 2029, principalmente na taxa de remuneração. O Tesouro Selic 2027 rende os juros básicos mais 0,06% ao ano, enquanto o Tesouro 2029 paga a Selic mais 0,15% anualmente. Para a reserva de emergência, a indicação é priorizar o título de vencimento mais curto, ou seja, o Tesouro Selic 2027.
O investidor que decide dar seus primeiros passos no Tesouro Direto pode se surpreender com a variedade de modalidades e prazos de vencimento disponíveis. Por isso, é preciso entender bem seu objetivo e perfil de investidor antes de escolher. Por exemplo, Tesouro Selic 2027 ou 2029? Tem diferença? O que colocar na balança?
O Tesouro Selic é considerado uma das principais ferramentas do investidor para a formação de reserva de emergência, por render mais que a poupança e ter liquidez diária. No entanto, apesar de ser possível fazer o resgate rápido e antecipado isso não significa que o prazo de vencimento do título seja algo que o investidor deva ignorar.
De acordo com especialistas ouvidos pela Inteligência Financeira, há diferença entre investir no título que vence em 2027 ou no que vence em 2029.
A principal é a taxa de remuneração. Quase a totalidade do que os títulos rendem é o correspondente à taxa Selic, que o Copom acaba de elevar para 10,75%.
Isto significa que sempre vale a pena escolher o título mais longo? Não necessariamente. A Inteligência Financeira conversou com João Ferreira, sócio e assessor da One Investimentos; e Santiago Schmitt, especialista em renda fixa da Manchester Investimentos.
Tesouro Selic 2027 ou 2029: qual é a diferença entre os títulos?
O principal mito que muitos investidores acreditam é que, pelo Tesouro Selic ter liquidez diária, o título não sofreria a chamada marcação a mercado. Ou seja, não teria impacto da variação nas taxas praticadas no mercado sofre o valor do título no resgate.
De acordo com os especialistas, o que acontece, na verdade, é que por essa taxa prefixada ser uma parcela muito pequena do rendimento, a oscilação do valor do título é muito pequena. No entanto, ela acontece e é por isso que o título mais longo paga um pouco mais, para compensar esse risco de oscilação.
“Uma coisa que a maioria dos investidores não sabe é que o resgate de uma LFT [Letra Financeira do Tesouro, nome oficial do Tesouro Selic] é à mercado. O que configura a liquidez diária é ter um resgate na curva, antecipado sem qualquer penalidade”, explica Santiago Schmitt.
Como funciona o Tesouro Selic?
“A oscilação é pequena, devido ao indexador ser o CDI, só que, por mais que seja pequena, o prazo também impacta muito. Então, quando você pega um título mais longo você pode ter uma diferença que vai ser um pouco maior do que o título mais curto”, completa o especialista da Manchester Investimentos.
João Ferreira, da One, explica que essa variação só costuma ser mais sentida em momentos de grandes oscilação. “Isso aconteceu, por exemplo, em setembro de 2020, quando você teve uma oscilação grande do preço desse título no mercado secundário. Se o investidor opta por resgatar nesses momentos, isso pode ter uma perda ali em termos de rentabilidade”, afirma.
Um ponto é que diferentemente da marcação quando falamos do Tesouro Prefixado ou do Tesouro IPCA+, aqui a possibilidade é de uma rentabilidade ligeramente menor, sem o risco de um prejuízo. Portanto, o que faz do Tesouro Selic recomendável para a formação de reserva de emergência.
Qual é o melhor Tesouro Selic para investir hoje?
Quando o assunto é a reserva de emergência, a dúvida sobre investir no Tesouro Selic 2027 ou 2029 é mais simples para os especialistas. Como o objetivo é ter a menor variação possível, a indicação dos analistas ouvidos pela Inteligência Financeira é priorizar o título de vencimento mais curto.
Ou seja, o Tesouro Selic 2027.
“Para reserva de emergência, por esse fenômeno de poder ter uma marcação negativa, eu sugeriria o mais curto, o de 2027”, afirma João Ferreira, da One. “Para reserva de emergência, melhor sempre pegar a LFT mais curta”, concorda Santiago Schmitt, da Manchester.
Quando o assunto é um investimento de mais longo prazo, os especialistas divergem. Para Ferreira, nesse caso é mais vantajoso escolher o título mais longo, por ter a rentabilidade um pouco maior. “Para investimento de longo prazo, se já tem reserva e quer fazer caixa para eventuais alocações, aí eu utilizaria o de 2029”, diz.
Por outro lado, Schmitt acredita que a diferença é tão pequena que não compensaria a possibilidade de oscilações. “Até para longo prazo acho que não vale pegar a mais longa porque a remuneração adicional não é tão maior e tem o risco de alguma volatilidade”, argumenta.