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CDB ou Tesouro Direto: o que rende mais? Qual é a melhor opção para seus investimentos?
Ter um investimento que renda com alguma previsibilidade e segurança é um dos fatores que mais atraem investidores para a renda fixa. Dentre os produtos que compõem essa classe de ativos, dois dos preferidos dos brasileiros são o CDB e o Tesouro Direto. Mas qual dos dois rende mais? CDB ou Tesouro Direto? E quando escolher um ou outro?
Para responder a essas e outras perguntas, a Inteligência Financeira ouviu Felipe Spritzer, fundador e CEO da Portfel, empresa de consultoria de investimentos do grupo Primo. Antes de mais nada, vamos falar sobre as características dos dois produtos, a semelhanças e as diferenças entre eles.
Vale lembrar que as taxas de rentabilidade informadas abaixo são as verificadas no momento da publicação deste texto. Portanto, podem oscilar de acordo com condições de mercado. Lembrando também que rentabilidade passada não é garantia de rendimento futuro.
O que é e quanto rende um CDB?
CDB é sigla para certificado de depósito bancário. Na definição de Felipe Spritzer, “o CDB é um título de renda fixa emitido por bancos, portanto você empresta dinheiro para a instituição a troco de um rendimento definido no momento da compra.”
Essa rentabilidade pode ser:
- Uma taxa pré-fixada;
- Um percentual do CDI, que acompanha a Taxa Selic;
- Um prêmio sobre a inflação (IPCA + uma taxa adicional).
A modalidade mais conhecida é o CDB de liquidez diária, que rende em torno de 100% do CDI. Esse é o queridinho de muitos investidores por permitir acesso rápido e fácil aos recursos em caso de necessidade.
“Na medida em que o CDI rende praticamente o mesmo que a Selic, um CDB de liquidez diária renderia hoje algo próximo de 12,75% ao ano“, explica o especialista. O CDI costuma oscilar cerca de 0,10 p.p. abaixo da Selic, portanto na casa de 12,65% ao ano.
Felipe Spritzer ressalta ainda que o CDB tem uma garantia de até R$ 250 mil por CPF por instituição financeira assegurados pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
O que é e quanto rende o Tesouro Direto?
O Tesouro Direto é o programa de compra simplificada de títulos públicos, emitidos pelo Tesouro Nacional. “Na prática, você empresta dinheiro para o Brasil, recebendo um juro por essa operação”, explica o CEO da Portfel.
O especialista explica que “este é considerado o investimento mais seguro do país” por contar com a garantia do Estado brasileiro.
Os títulos do Tesouro Direto contam com três formas diferentes de remuneração. A primeira é pós-fixada, atrelada à taxa Selic. A segunda segue uma taxa prefixada. E a terceira é um misto das duas coisas, acompanhando a variação da inflação medida pelo IPCA mais uma taxa prefixada.
Os títulos com vencimento mais curto hoje tem as seguintes rentabilidades:
- Tesouro Selic (12,77% a.a., Selic + 0,02%);
- Tesouro Prefixado (10,70% ao ano);
- Tesouro IPCA+ (10,60% a.a., IPCA + 5,60% a.a.).
Cuidado com a marcação a mercado
O especialista reforça que as taxas dos títulos, disponíveis para consulta no site oficial do Tesouro Direto, são aquelas pagas caso o investimento vá até a data de vencimento. Isto uma vez que com exceção do Tesouro Selic, os títulos prefixados ou ligados ao IPCA estão sujeitos a algo chamado de marcação a mercado.
Na marcação a mercado, os preços dos títulos oscilam ao longo do tempo de acordo com as condições de mercado. Portanto, caso você compre um título do Tesouro Prefixado ou do Tesouro IPCA+, isto significa que você estará sujeito às condições de mercado em caso de retirada antecipada.
Reportagem da Inteligência Financeira explica como isso pode representar tanto uma alta valorização quanto um prejuízo, a depender da variação do preço dos títulos.
O que rende mais: CDB ou Tesouro Direto?
Quando comparadas as duas alternativas de investimentos com liquidez diária, os CDBs com rendimento de 100% do CDI costumam render perto da variação da Selic, enquanto o Tesouro Selic tem garantida a taxa mais um pequeno adicional. Portanto, o Tesouro Selic rende mais que o CDB de liquidez diária nesse recorte.
Por outro lado, quando se observam CDBs com prazos mais longos, há opções de títulos com rendimento bastante superiores aos do Tesouro Direto.
De acordo com Felipe Spritzer, na segunda-feira (2) era possível encontrar títulos pagando 123% do CDI (algo equivalente a cerca de 15,60% ao ano), taxas prefixadas de 13,25% ao ano e atreladas à inflação pagando IPCA + 7,30% (algo na faixa de 12,30% a.a.).
No entanto, existem duas coisas a serem frisadas. A primeira é que os CDBs contratam essa rentabilidade por um prazo bem mais curto, que vai de quatro a sete anos, enquanto o Tesouro Direto tem títulos com prazos de mais de 30 anos.
E a segunda é o risco, que existe de forma mais presente no crédito privado (apesar da garantia de até R$ 250 mil pelo FGC) é praticamente nulo no Tesouro Direto. “Diferente de qualquer outra instituição, o Governo Federal pode imprimir dinheiro para quitar uma eventual dívida, fazendo com que o calote não seja considerado uma possibilidade relevante”, explica.
Escolhendo entre os títulos do Tesouro Direto
Importante frisar que dentro dos produtos citados há diferentes formas de aplicação que miram objetivos diversos. Por isso, deve ser levado em conta o perfil de cada investidor e os objetivos por trás daquele investimento. Se o objetivo for constituir uma reserva de emergência, por exemplo, o investidor deve levar em conta uma alternativa com menos volatilidade e maior liquidez.
“Se a preocupação é garantir a manutenção do poder de compra, faz mais sentido optar pelo IPCA+, mas se o objetivo é ter baixa oscilação no preço, o Tesouro Selic faz mais sentido, enquanto o prefixado te permite travar uma taxa nominal mais alta”, explica Felipe Spritzer.
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