CDB progressivo: saiba como funciona o ativo de renda fixa menos conhecido entre os investidores
Modalidade oferece juros progressivos, que sobem conforme o tempo de permanência do cliente
O CDB vem despontando como uma alternativa atrativa de investimentos na renda fixa. O ativo se destaca combinando rentabilidade acima da poupança e a segurança da proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até R$ 250 mil por CPF e por instituição. Dentre as opções possíveis, existem o CDB prefixado, o CDB pós-fixado e o CDB progressivo.
As duas primeiras são as mais conhecidas. Nos títulos prefixados, o percentual de rentabilidade é definido no momento da aplicação. Por outro lado, em um CDB pós-fixado, a rentabilidade é uma combinação entre um percentual pré-definido e um indicador de mercado. Em geral, costuma ser o CDI ou a inflação, representada pelo IPCA.
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De acordo com reportagem recente da Inteligência Financeira, o CDB é considerado por executivos de mercado como um dos destinos dos bilhões retirados da poupança em 2023.
“Olhando racionalmente os números, parece que a maior parte do dinheiro da poupança foi para o CDB. Dentro dos R$ 2 trilhões do total investidos em renda fixa, o CDB representa hoje mais de 50% do montante”, afirmou Adriana Siebert, executiva do banco Daycoval, à reportagem.
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O que é um CDB progressivo?
“No CDB progressivo, o juro que você recebe vai crescendo com o tempo”, resume Felipe Spritzer, especialista em finanças e CEO da Portfel. Portanto, trata-se de um CDB em que a remuneração parte de um patamar e vai sendo elevada conforme o investidor permanece com o investimento em mãos.
“Então, quanto mais tempo você deixa seu dinheiro aplicado, maior o juro que você recebe. Óbvio, até um certo limite”, completa o especialista. Portanto, é essencial observar as regras de cada CDB progressivo e quais são as datas em que a taxa aumenta, que variam de título a título.
Por exemplo, no CDB progressivo do Banco do Brasil são três datas em que as taxas de remuneração sobem. De acordo com o site da instituição, atualmente esse ajuste ocorre após 180 dias, depois com 360 dias e por fim com 720 dias de investimento.
Vale a pena investir no CDB progressivo?
Para Felipe Spritzer, a principal vantagem do CDB progressivo é ter mais liquidez que parte dos outros títulos dessa modalidade. Em geral, o CDB progressivo é oferecido por instituições de maior porte, que oferecem taxas menores de remuneração, mesmo que elas cresçam com o tempo.
“A vantagem nesse caso de ter uma liquidez diária, coisa que os CDBs tradicionais não tem. Esses costumam ter um vencimento entre 2 e 6 anos. Pagam mais, mas tem essa restrição de liquidez
“Via de regra, se você não precisa do dinheiro no curto prazo, o caminho mais interessante é com o CDB tradicional porque as taxas que você vai conseguir vão ser muito maiores. Em larga medida porque o risco vai ser um pouco maior e você consegue acessar bancos que possuem políticas de CDB progressivo”, explica o CEO da Portfel.
“São bancos que às tem uma estrutura um pouco mais frágil mas que podem te pagar um retorno mais alto e continuam protegidos pelo FGC”, completa o especialista. Em geral, instituições menores têm mais dificuldade de captação de recursos no mercado e, por isso, oferecem taxas maiores.
Imposto de renda
Vale lembrar que o rendimento líquido do CDB progressivo também aumenta com o tempo, assim como o dos CDBs tradicionais, em razão das regras de imposto de renda. A tributação sobre o lucro com esse investimento é regressiva, ou seja, cai com o tempo.
Tabela de imposto de renda do CDB
Período | Imposto |
Até 180 dias | 22,50% |
181 a 360 dias | 20,00% |
361 a 720 dias | 17,50% |
Acima de 720 dias | 15,00% |