CDBs são os favoritos dos brasileiros. Mas será que você está escolhendo a opção ideal?

Os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) seguem como protagonistas dos portfólios dos investidores brasileiros, se consolidando como a principal escolha em renda fixa. De acordo com dados recentes da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), o volume de investimentos das pessoas físicas no ativo cresceu 12,6% e alcançou R$ 7,29 trilhões em 2024.
No entanto, apesar da sua popularidade, é crucial que o investidor faça uma análise cuidadosa para garantir que está optando pela melhor alternativa de investimento.
Tradicionalmente seguros e atraentes
A atratividade dos CDBs é inegável, mas a explicação para sua preferência vai além da familiaridade que o investidor tem com o produto. Para Rodrigo Azevedo, economista e sócio-fundador da GT Capital, o CDB se destaca como uma opção de baixo risco, especialmente por conta da proteção oferecida pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que cobre até R$ 250 mil por CPF e por instituição financeira.
“É um produto acessível, com aplicação mínima que pode ser de apenas R$ 1, o que permite uma democratização do acesso aos investimentos. Além disso, a segurança e a flexibilidade oferecida são fatores determinantes na escolha dos CDBs pelos investidores”, afirma Azevedo.
Rodrigo Cohen, analista de investimentos, complementa que a grande variedade de CDBs disponíveis no mercado também contribui para o seu apelo. “Com a taxa de juros atual, o CDB se tornou uma excelente alternativa. Não apenas para a reserva de emergência, mas também para objetivos de médio e longo prazo. A possibilidade de escolher entre prazos mais curtos ou mais longos, com ou sem liquidez diária, garante uma flexibilidade que atende a diferentes perfis de investidores”, observa.
CDB ou LCI: o que vale mais a pena?
A comparação entre os CDBs pós-fixados e LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) do mesmo tipo é recorrente, já que os ativos são indexados ao CDI.
No entanto, existem diferenças que podem impactar a escolha, dependendo dos objetivos do investidor.
Jeff Patzlaff, planejador financeiro e especialista em investimentos, explica que os CDBs oferecem uma maior flexibilidade em termos de liquidez e prazos.
As LCIs, por sua vez, se destacam pela isenção de Imposto de Renda, o que pode ser vantajoso para quem busca uma rentabilidade líquida superior.
“Embora as LCIs tenham prazos mais longos e exijam um valor mínimo de aporte maior, sua isenção fiscal faz com que, muitas vezes, seu rendimento real seja mais atraente do que o dos CDBs, que são tributados conforme a tabela regressiva do Imposto de Renda”, afirma Patzlaff.
Porém, a falta de liquidez nas LCIs deve ser considerada. Se o investidor precisar acessar os recursos antes do vencimento, pode enfrentar dificuldades.
Já os CDBs oferecem mais opções de liquidez diária, o que pode ser um ponto de equilíbrio para quem precisa de flexibilidade. Entenda também como fazer os cálculos para comparar os CDBs com outras opções do mercado.
Risco de crédito é elemento decisivo para uma escolha consciente
Embora os CDBs e as LCIs sejam amplamente procurados, a análise do risco de crédito é um fator crucial na escolha do produto ideal. Use a nossa Calculadora de Renda Fixa para simular o retorno dos dois ativos.
Azevedo enfatiza que, além da rentabilidade, o investidor deve avaliar a solidez da instituição emissora. Isso se torna ainda mais importante em tempos de taxa de juros elevadas, quando o custo do financiamento para as empresas tende a aumentar, o que pode pressionar suas finanças e aumentar o risco de inadimplência.
“É fundamental analisar a saúde financeira da instituição. A confiança no emissor é essencial. No caso de falência, o investidor poderá ser limitado à cobertura do FGC. Isso pode gerar perdas significativas, principalmente se o valor investido exceder o limite de cobertura”, alerta Azevedo.
Cohen reforça esse ponto, destacando que muitos investidores caem na armadilha de optar por títulos de bancos com classificações de crédito baixas apenas pela promessa de altas taxas de rentabilidade.
“Embora as taxas mais altas sejam atraentes, elas podem esconder um risco de crédito substancial. O investidor precisa equilibrar rentabilidade com segurança, considerando o perfil da instituição emissora”, afirma Cohen.
Já Patzlaff considera a avaliação do risco de crédito um dos pontos centrais na decisão de investir em CDBs ou outros ativos de renda fixa.
“É fundamental observar as classificações de crédito emitidas por agências especializadas, como Moody’s, Fitch e S&P, que indicam a capacidade da instituição em honrar seus compromissos. Embora o FGC ofereça uma camada de proteção, ele possui limites. Diversificar os investimentos em diferentes emissores é a melhor maneira de mitigar esse risco”, aconselha.
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