Onde investir na renda fixa com a Selic podendo chegar a 15%?
Analistas dizem como deve se comportar a remuneração dos ativos de renda fixa em dezembro
O Copom decidirá sobre o novo patamar de juros na próxima quarta-feira (11). Apesar de haver apostas em alta de 1 ponto percentual, a expectativa majoritária é de acréscimo de 0,75 ponto percentual. Assim, os juros a 12% para o fim de 2024 já estão precificados.
Mas, para 2025, a expectativa é de novas altas. Veja as melhores opções na renda fixa para comprar em dezembro e se preparar para o ano que vem.
Receba no seu e-mail a Calculadora de Aposentadoria 1-3-6-9® e descubra quanto você precisa juntar para se aposentar sem depender do INSS
Itaú BBA vê Selic a 15% e diz o que comprar de renda fixa nesse cenário
O BBA indica manter alocação em títulos prefixados com prazo médio ao redor de 2 ou 3 anos. Assim, o banco explica que já está embutido cenário de taxa Selic acima de 15% ao ano em 2025.
Assim, o banco vê a inflação superando consistentemente o teto da meta de inflação no período. Contudo, deve haver um alívio depois disso. Assim, os títulos prefixados podem se beneficiar de cenário mais brando nos primeiros trimestres de 2026.
Últimas em Renda fixa
Outra dica é manter alocação em títulos indexados à inflação (IPCA+) de prazos médios superiores a 5 anos.
“Enquanto os pós-fixados devam apresentar rentabilidades acima da inflação nos próximos meses, não projetamos que este cenário se mantenha em horizontes mais longos”. Assim, esta parcela possui a função de garantir elevados retornos reais ao portfólio no médio/longo prazo.
Crédito privado também é opção, diz BBA
Além disso, o Itaú BBA indicou para dezembro manter alocação em créditos privados isentos, se beneficiando de taxas ainda atrativas.
Nesse sentido, o indicado é manter alocação em títulos atrelados à taxa de juros.
“Esta parcela será capaz de amortecer a volatilidade dos próximos meses, propiciar liquidez para aproveitar futuras oportunidades e continuar apresentando elevada rentabilidade”, acrescenta o relatório.
Pós-fixados pode proteger de incertezas quanto aos juros
Já a Levante vê um cenário mais turvo com relação ao patamar de juros para 2025. Assim, a consultoria e enxerga os títulos pós-fixados de curto prazo como uma possível uma boa opção.
“A incerteza quanto à extensão do ciclo de alta dos juros e à trajetória da dívida pública reforça nossa postura cautelosa”, diz Fabricio Silvestre, analista da Levante.
E cautela, para a empresa, significa não definir a remuneração do investimento agora. Por isso a preferência pelo pós-fixado.
“Essa estratégia visa minimizar a exposição aos riscos associados a possíveis oscilações nas taxas de juros e na economia em geral”, acrescenta Silvestre.
IPCA+
Marilia Fontes, analista de renda fixa e sócia-fundadora da Nord Research, aponta que os títulos IPCA+ também podem ser interessantes. Isso por conta da incerteza com relação ao comportamento dos preços no futuro próximo.
Agora, em termos de juros, espera-se novas altas. Mas que a taxa ao fim de 2025 seja menor do que a do fim deste ano.
Assim, “se a queda de fato acontecer no ano que vem, poderíamos ter ganhos de marcação a mercado para quem tiver títulos prefixados e IPCA+”, diz Marilia.
Renda fixa para perfis moderados
Levando em conta que os títulos pós-fixados e os atrelados à inflação possam ser a melhor pedida para agora, vale a pena entender o quanto do portfólio pode ser dedicado a essa opção.
Para Marcelo Bolzan, estrategista de investimentos e sócio da The Hill Capital, os portfolios com perfil moderado devem ter 30% em renda fixa pós-fixada. Outros 32% devem ser aplicados em IPCA+. Os prefixados devem compor apenas 2,5% da carteira.
E o restante aplicado em renda variável, correndo algum risco para experimentar ganhos maiores.
“Minha expectativa é que essa estratégia seja vencedora, principalmente para o prazo de até dois anos”, acredita Bolzan.
Prazos mais longos e algum risco
Bolzan diz que os títulos IPCA+ nos atuais patamares – ou seja, com títulos públicos federais sendo negociados a IPCA+ 6,90% – são “simplesmente oportunidades incríveis” neste momento.
Assim, o investidor precisa ter IPCA+ no portfólio, principalmente para vencimentos intermediários e mais longos.
“Esses ativos podem performar muito bem no caso de um cenário positivo e que o país mostre um controle das contas do governo”, avalia o especialista da The Hill.
Além disso, “esse título funcionará como uma excelente proteção caso o risco fiscal se deteriore, uma vez que o investidor está travando um ganho real bastante expressivo e irá protegê-lo caso a inflação permaneça subindo”, acrescenta.
Renda fixa para conservadores
Neste caso, o CDI cumpre bem o seu papel na renda fixa. Segundo o relatório Focus da última segunda-feira (25), a previsão é de 2025 terminar com a Selic na casa dos 12%. Ou seja, as taxas de juros alta é um cenário praticamente certo. Ainda mais com a previsão de bancos estrangeiros.
“Com essa previsão, o investidor precisa fazer um bom caixa para comprar bons ativos no decorrer de 2025, pois deve haver muitas oportunidades, visto que se deixar o dinheiro no CDI com liquidez diária já garante quase 1% ao mês de rentabilidade”, diz Josias Bento, especialista em investimentos e sócio da GT Capital.