Como juntar R$ 100 mil na renda fixa, sem fórmulas mirabolantes?

Com a estratégia certa e foco você chega lá!

Ilustração: Marcelo Andreguetti

Por algum motivo, você quer saber como juntar R$ 100 mil na renda fixa. Mas… E para tirar essa ideia do papel?

Por onde começar?

Pois bem, a reserva de emergência é útil para resolver uma máquina de lavar que quebra quando se menos espera, comprar o pneu do carro que estourou, custear uma operação, arcar com remédios diante daquela gripe que te pegou desprevenido, enfim.

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E, aliás, com a aproximação do final do ano é bom lembrar que temos o 13° salário. Isso já pode ser o primeiro passo para começar o investimento.

Diante disso, a renda fixa que pode ser o atalho para a realização desse sonho de juntar R$ 100 mil. Afinal, esse tipo de investimento nunca esteve tão presente na boca do povo e parece ter caído nas graças do brasileiro.

Por exemplo, os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) continuam sendo o produto de renda fixa com mais investidores: 9,3 milhões de pessoas físicas. O com saldo total é R$ 603,5 bilhões, um crescimento de 23% em relação ao final de 2021. E as boas perspectivas para esse tipo de investimento não param por aí.

Isso porque, com a expectativa de aumento dos juros por conta da previsão de ampliação dos gastos públicos no próximo ano, já há quem aposte na renda fixa contra a renda variável, como André Jakurski, sócio e diretor da JGP.

Mas o que é renda fixa?

Renda fixa é uma forma de investimento que tem retorno já estabelecido. Assim, é um jeito de você emprestar dinheiro para empresas, bancos ou até para o governo, sabendo na largada quando e depois de quanto tempo vai receber o investimento com juros.

A renda fixa funciona como um “empréstimo”. Ao aplicar neste tipo de investimento, o investidor empresta dinheiro para instituições, bancos e até mesmo para o governo.

Quais são os riscos da renda fixa?

A renda fixa tem riscos, sim, mas menores do que os da renda variável. Portanto, a renda fixa é um tipo de investimento para quem quer correr menos riscos.

E então, se você tem até R$ 250 mil reais para aplicar, o risco, na verdade, é bem baixo. Isso porque existe uma instituição chamada Fundo Garantidor de Crédito (FGC) que garante esse valor por corretora/banco e por CPF, caso o local onde você aplicou feche as portas.

Assim, se você tem mais do que essa quantidade para investir, basta diluir em várias entidades, até o valor máximo de R$ 1 milhão e estará protegido.

Como começar a investir em renda fixa?

Para começar a investir em renda fixa, basta ter conta em um banco. As instituições tem uma lista de produtos financeiros a te oferecer, como LCA, LCI, Tesouro Direto, CRI, CRA, debêntures, Letra de Câmbio, entre outros

E estude bastante. Entenda a diferença entre os vários tipos de títulos de renda fixa para não cair em enganos. Infelizmente, o Brasil amarga a 74° posição em um ranking de 144 países em educação financeira.

Quanto eu lucro com a renda fixa?

Dito isto, sem mais delongas, vamos aos tão esperados números.

Para fazer as contas dos tipos de títulos de renda fixa, valores e prazos para alcançarmos os R$ 100 mil, contamos com a ajuda de Rogério Mauad, professor de mercados financeiros do Ibmec SP.

Mauad fez os cálculos baseado na expectativa de investimentos durante cinco anos, e com a Selic nos atuais 13,75% ao ano.

Lembrando que como a taxa é variável, quanto mais ela subir, os aportes mensais poderão ser reduzidos. Se ela descer, acontecerá o contrário. Isso, claro, considerando sempre investimentos atrelados à Selic.

Quanto investir em CDB

Caso o investidor opte pelo CDB mais conservador, que hoje paga cerca de 0,8% ao mês, os aportes serão os mais altos dos títulos de renda fixa. Nessas condições, em 5 anos, serão necessários aportes mensais de R$ 1.305,70 para alcançar os almejados R$ 100 mil.

CDI: a taxa de muitos produtos

O CDI é uma taxa básica para a rentabilidade de diversos produtos de renda fixa. Ela sobe sempre que a Selic sobe, mas cai na mesma proporção.

Segundo Mauad, esses títulos são os mais procurados por investidores. Nesse caso, as taxas atuais, considerando um CDB que pague 110% do CDI, hoje em 13,65%, daria como rendimentos mensais 1,18%. Usando esse modelo, a conta mostra que o investidor precisaria poupar R$ 1.155,13 por mês.

Tesouro Selic para os que queiram ser credores do governo

O investidor que deseja se tornar credor do governo federal vai contar com os títulos públicos, que podem ser pré ou pós-fixados. No primeiro caso, considerando a taxa atual de juros do país, o investidor teria que aplicar R$ 1.193,26 durante cinco anos para chegar aos sonhados R$ 100 mil. Se for um título pós-fixado, quanto mais a Selic subir, os aportes necessários serão menores; caindo, os aportes deverão ser maiores.

LCI não cobra Imposto de Renda

Um dos títulos de investimento de renda fixa que mais crescem no Brasil são as Letras de Crédito Imobiliário (LCI). Com a vantagem de não ter de pagar Imposto de Renda, elas têm pagado valores próximos ao do CDI. Muad fez as contas para a Inteligência Financeira, que mostram que com um LCI de 90% do CDI, os juros mensais pagos seriam de 0,96%. Admitindo essas taxas, aportando R$ 1.240,26, mensalmente, durante cinco anos, o investidor obteria os seus R$ 100 mil.

É bom lembrar que os títulos de renda fixa tem carências, impostos e taxas distintas. Nesse texto você entende como cada um deles se encaixa melhor no seu perfil.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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