Crédito privado: o que saber antes de investir em empresas de logística
O foco dos investidores sobre Hidrovias do Brasil é com a gestão da dívida, enquanto para a Rumo o tema é a conclusão da ferrovia em Lucas do Rio Verde, diz Itaú BBA
Hidrovias do Brasil e Rumo têm pela frente cenários distintos, com a primeira sendo maior alvo de escrutínio sobre gestão de capital, enquanto Rumo têm uma condição de crédito mais estável, segundo relatório do Itaú BBA sobre investimento em crédito privado.
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O início de 2025 sinaliza continuidade nos investimentos, mas com foco ainda maior na disciplina de capital.
O setor segue atento à volatilidade climática, às pressões cambiais e ao ambiente macroeconômico incerto.
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Hidrovias
Em 2023 e 2024, condições climáticas adversas impactaram as operações e no desempenho financeiro da Hidrovias. Com isso, os investidores passaram a se preocupar com o plano de investimentos da companhia, especialmente considerando a sua estrutura de capital enfraquecida.
A retração do lucro operacional (Ebitda) elevou o índice de endividamento da companhia para 6,6 vezes no fim de 2024, ante 4,3 vezes em 2023. O mercado agora espera que a companhia eventualmente anuncie vendas de ativos para reduzir o endividamento.
Nesse sentido, o compromisso da controladora Ultrapar, evidenciado pelo aporte de capital de R$ 1,2 bilhão, ajuda a mitigar parte destes riscos, afirmou o Itaú BBA. Com estas iniciativas, a alavancagem da Hidrovias deve recuar para cerca de 4 vezes.
Os recursos também reforçam a posição de caixa da companhia para a execução dos investimentos previstos para 2025 e 2026, voltados à infraestrutura de navegação perene nos corredores Norte e Sul.
Ademais, os aumentos tarifários devem contribuir para uma recuperação do seu desempenho operacional em 2025.
Rumo
O principal ponto de atenção atual do mercado em relação à Rumo é na conclusão da ferrovia que liga Lucas do Rio Verde (GO) à malha central da Rumo e aos portos do Sudeste, segundo o Itaú BBA.
O projeto é estratégico por ampliar a capacidade de escoamento de grãos e produtos industriais do Centro-Oeste, reduzir a dependência do modal rodoviário e expandir o alcance operacional da Rumo.
Estimado em R$ 5 bilhões até 2026, o empreendimento superou 50% do plano para sua conclusão em 2024. No entanto, riscos de execução e orçamento persistem, com custos como aquisição de material rodante e parcerias ainda não totalmente refletidos.
A alavancagem líquida ajustada da Rumo caiu de 2,7 vezes para 2,1 vezes em 2024. O prazo médio da dívida permaneceu em 5,5 anos.
No conjunto, a Rumo apresenta perfil de crédito sólido, sustentado por geração de caixa robusta, estrutura de capital fortalecida e alavancagem em trajetória de queda, mesmo em fase intensiva de investimentos.