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Como analisar os riscos na renda fixa?
Com a volatilidade do cenário macroeconômico brasileiro nas últimas semanas e as preocupações do mercado com a política fiscal, as taxas dos títulos do Tesouro Direto têm chamado a atenção. Na quarta-feira (24/07), era possível encontrar títulos oferecendo rentabilidade de até 12,26% no Tesouro Prefixado, ou acima de 6,4% nos papéis atrelados à inflação.
Assim, com esse nível de prêmio sobre a taxa Selic (hoje em 10,50% ao ano) mesmo nos papéis considerados os mais seguros da economia brasileira, os títulos bancários e de crédito privado têm de oferecer taxas ainda mais atrativas. Mas vale a pena investir em papéis de risco mais alto na renda fixa que pagam 16% ao ano, 140% do CDI ou IPCA+9%?
Antes de decidir, é importante analisar alguns fatores.
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Perfil do investidor
O primeiro passo é identificar o perfil do investidor, diz Claudia Santaela, assessora de investimentos da W1 Capital.
“Isso inclui entender sua tolerância ao risco, objetivos financeiros e horizonte de investimento. O ideal é realizar uma análise detalhada do perfil do cliente para garantir que as opções de investimento estejam perfeitamente alinhadas com suas expectativas e necessidades”, diz ela.
Isso porque, mesmo na renda fixa, há títulos que oferecem maior ou menor risco – e o preço de alguns papéis pode oscilar bastante até o vencimento.
Analisar o emissor do título de renda fixa
Outro ponto de atenção, lembra o professor Alexandre Cabral, é se atentar ao emissor do título.
“Dependendo do emissor, eu recomendaria pensar em não passar do limite Fundo Garantidor de Créditos (FGC)”, diz ele.
O fundo serve como um seguro aos investidores em caso de calote do banco, mas só cobre o investimento em determinados papéis (saiba quais são eles aqui) e até o limite de R$ 250 mil por instituição financeira.
E vale o alerta: o importante é olhar para o emissor do título, e não a instituição financeira que o ofereceu para você.
Afinal, um assessor da corretora A pode vender títulos dos bancos B, C e D – são os bancos B, C e D que o investidor deve olhar.
Já no caso de um título emitido por uma empresa (caso das debêntures, por exemplo), Cabral sugere analisar também qual o objetivo da companhia.
“Qual que é o plano dela, como que está a situação da empresa naquele momento? Uma coisa é emitir dívida para expandir as lojas, outra é para pagar outra dívida”.
Liquidez e prazo
Segundo Cabral, a maioria dos títulos privados com bom rendimento não tem liquidez diária. Isso quer dizer que o emissor só irá devolver o valor investido na data de vencimento.
Nesse caso, se o investidor quiser resgatar seus recursos antes, terá de vender o título a outro investidor no mercado secundário.
Mas o professor alerta: não há demanda no mercado secundário para todos os títulos. E mesmo quando, há, “geralmente, o mercado secundário é punitivo. Então você vai sair pior do que tivesse ficado investido”.
Por isso, a orientação de Santaela é escolher títulos de renda fixa com prazo alinhado a seus objetivos e planejamento financeiro.
“Investir em um ativo com vencimento adequado evita a necessidade de resgates antecipados, que podem resultar em perdas financeiras ou menores rendimentos”, diz.
Taxa de remuneração na renda fixa
Depois de analisar os três pontos anteriores, o investidor deve ponderar se a rentabilidade do título compensa seus riscos.
“Olhe a rentabilidade, sim, mas esse não é o divisor de águas para dizer se você vai investir ou não”, diz Cabral.
Diversificação da carteira
Por fim, Santaela lembra que é preciso olhar para toda a sua carteira de investimentos, e não somente para os títulos de forma independente.
“A diversificação é um princípio fundamental na gestão de investimentos”, diz.
“Na renda fixa, isso pode ser alcançado através da escolha de títulos com diferentes indexadores – como IPCA (inflação), prefixados ou pós-fixados. Essa estratégia ajuda a mitigar riscos e a aproveitar diferentes condições de mercado.”
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