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Mudança na LCI: como prazo menor para resgate afeta o investidor?
Na última semana, o Conselho Monetário Nacional (CMN) anunciou mudanças na LCI (Letras de Crédito Imobiliário), que tiveram seus prazos mínimos para resgate alterados. Agora, depois de nove meses com o dinheiro investido, o portador do título pode resgatar a qualquer dia.
Assim, as LCIs igualam as LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) em relação a tempo mínimo para sacar.
“Anteriormente, acabava havendo um leve desequilíbrio entre as duas letras no volume de emissões”, destaca Nicolas Gass, especialista em mercado de capitais e sócio da GT Capital.
Isso porque, desde fevereiro deste ano, as LCAs passaram a ter prazo de liquidez menor que o das LCIs. Antes disso, as duas opções tinham prazo de três meses.
Mudança na LCI se limita a prazo mais curto: bom ou ruim?
As letras de crédito imobiliárias e do agronegócio não são tributadas pelo Imposto de Renda. Por isso, a chance de realizar os ganhos o quanto antes aumentam as possibilidades de ganho para o investidor. Por isso, o prazo mais curto é, em geral, mais positivo.
É o que explica Bruna Naranjo, especialista em renda fixa da CM Capital. “Considerando que o ativo é isento de Imposto de Renda, quanto menor o prazo, mais atrativo para o investidor”, explica.
Para Luciana Ikedo, planejadora financeira, o prazo mais curto pode ser bom, mas dependerá do prazo pelo qual o investidor pretende manter o recurso investido, acrescenta a especialista. Ela menciona o fato de que para quem tem o longo prazo em mente a mudança não tem grandes efeitos.
Isso não se aplica a CDBs mais líquidos, por exemplo, “porque esses ativos de renda fixa costumam ter a cobrança de IR e seguem a tabela regressiva”, destaca Bruna, da CM.
Mudança na LCI iguala ativo a LCA em atratividade
Com a equiparação, as letras imobiliárias e agrárias devem passar a ter um volume de estoque muito parecido. Anteriormente, elas já apresentavam muitas semelhanças em termos de risco/retorno. Agora, com a mesma liquidez, passam a ser ainda mais semelhantes.
Os analistas dizem que geralmente o que mais atrai os investidores é o fato de o ativo ser isento de Imposto de Renda. Em seguida, vem a possibilidade de resgatar o quanto antes.
“O que a gente viu no início do ano, com o alongamento do prazo mínimo, principalmente para LCI, foi uma redução bem expressiva na demanda dos investidores por esses papéis”, explica Filipe Arend, head de renda fixa da Faz Capital
“Agora, não há uma propensão maior para nenhum dos dois ativos, hoje estão equilibrados”, complementa Bruna, da CM.
Compra e venda no mercado secundário
Os títulos isentos podem ser negociados no mercado secundário normalmente, sem que haja a necessidade de aguardar qualquer prazo.
Dessa maneira, os títulos podem ser comprados e vendidos a qualquer momento, mas o valor dependerá da negociação entre as partes.
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