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Quanto rendem R$ 30 mil no Tesouro Direto? E ainda: comparamos Tesouro Selic e IPCA+ em 5 cenários
Pensando em investir no Tesouro Direto? Pois saiba que você não está sozinho. De acordo com o último balanço divulgado pelo Tesouro Nacional, foram realizadas 633.676 operações de investimento em títulos públicos somente em julho de 2023. Para ajudá-lo a decidir se vale a pena surfar nessa onda, calculamos quanto rendem R$ 30 mil no Tesouro Direto em cinco cenários. Confira os números logo abaixo.
Tesouro Selic ou Tesouro IPCA+?
Para fazer a simulação de quanto rendem R$ 30 mil no Tesouro Direto, optamos pelo Tesouro Selic e pelo Tesouro IPCA+. Escolhemos essas duas opções porque, dentro da categoria, foram as mais procuradas pelos investidores em julho.
De acordo com o Tesouro Nacional, os títulos públicos corrigidos pela taxa básica de juros, ou seja, a Selic, ficaram em primeiro lugar no balanço divulgado pelo órgão. Os ativos do Tesouro Selic fecharam julho com R$ 2,34 bilhões em vendas e corresponderam a 65,6% do total.
“Com a taxa Selic acima dos 13% e a inflação em constante queda em 2023, o Tesouro Selic ganha visibilidade, pois proporciona um retorno alto no curto prazo e com liquidez, além de ter o risco de crédito mais seguro do mercado, que é o risco soberano.
O efeito negativo disso é que este dinheiro não vai para a economia, desfavorecendo a recuperação do país”, afirma Clay Gonçalves, planejadora financeira da SuperRico, que nos ajudou na tarefa de calcular quanto rendem R$ 30 mil no Tesouro Direto.
Títulos indexados à inflação
Em seguida, os títulos indexados à inflação (IPCA+, IPCA+ com Juros Semestrais e RendA+) somaram R$ 793,6 milhões e representaram 22,2% das vendas.
“Os títulos indexados à inflação sempre devem ter um lugar na carteira dos investidores para proporcionar proteção ao investidor. No Tesouro IPCA+, o rendimento atrelado à inflação é a parte variável da rentabilidade, ou seja, é uma proteção que vai acompanhar a inflação independentemente do cenário econômico”, explica Clay.
De acordo com a especialista, em outros títulos não há isso, o que obriga o investidor a ter uma carteira diversificada para, no resultado, ter rendimentos mais altos que a inflação.
“Geralmente é necessário uma parcela de risco na carteira para buscar essa rentabilidade. Se olharmos para o resultado do Tesouro Selic hoje, eu consigo essa proteção sem correr risco”, avalia a planejadora financeira.
Afinal, qual escolher?
Em resumo, se o seu perfil é conservador, você precisa de liquidez diária ou tem um prazo curto de investimento, a recomendação é optar pelo Tesouro Selic.
Por outro lado, se o seu perfil é moderado ou arrojado – ou seja, aceita certa volatilidade -, e você dispõe de um horizonte de tempo maior, é importante que parte da alocação de sua carteira tenha Tesouro IPCA+ ou outro investimento indexado à inflação.
Quanto rendem R$ 30 mil no Tesouro Direto?
Ao calcular quanto rendem R$ 30 mil no Tesouro Direto, Clay Gonçalves fez projeções para um mês, seis meses, um ano, dois anos e cinco anos.
Para o levantamento, a especialista considerou as projeções do Banco Central. Assim, a Selic seria de 13,25% na simulação de um mês, 11,75% em seis meses, 9% em um ano e 8,50% em dois e cinco anos.
Já o IPCA projetado seria de 3,99% em um mês, 4,45% em seis meses, 4,10% em um ano e 3,50% em dois e cincos anos.
Os valores apurados também já contemplam os descontos do Imposto de Renda e da taxa de custódia.
Quanto rendem R$ 30 mil no Tesouro Selic?
Apesar do corte de 0,50 ponto na taxa básica de juros na última reunião do Copom, a Selic ainda é considerada alta. De acordo com a Infinity Asset, o Brasil manteve a liderança do ranking de maiores juros reais dentre as principais economias do mundo, com a taxa atingindo 13,25% ao ano. O levantamento da corretora leva em conta os juros de 40 países.
Sendo assim, opções de renda fixa atrelados à Selic seguem como ótimas opções de investimento.
Pois bem, ao final de um mês, R$ 30 mil aplicados no Tesouro Selic resultariam em R$ 30.238,11. Após seis meses, R$ 31.332. Depois de um ano, R$ 32.172,17.
Por fim, quem tiver mais paciência, em dois anos, teria R$ 34.397,80 e, em cinco anos, R$ 42.622,34.
O que é Tesouro Selic?
Quando falamos em Tesouro Selic, estamos nos referindo a títulos pós-fixados que possuem rentabilidade atrelada à Selic. Funciona como um empréstimo para financiar gastos e investimentos do governo federal. Este, por sua vez, devolve, como contrapartida, os valores corrigidos por uma taxa e um prazo definidos na hora da negociação.
Vale lembrar que o Tesouro Nacional cobra uma taxa de custódia de 0,2% para aplicações acima de R$ 10 mil em títulos públicos.
Em resumo, os analistas recomendam o Tesouro Selic para a reserva de emergência e para objetivos de curto prazo. Dentre os títulos, é aquele que possui o menor risco em caso de venda antecipada.
Tempo investido | 1 mês | 6 meses | 1 ano | 2 anos | 5 anos |
R$ 30 mil no Tesouro Selic | R$ 30.238,11 | R$ 31.332,00 | R$ 32.172,17 | R$ 34.397,80 | R$ 42.622,34 |
Projeção da Selic pelo BC | 13,25% | 11,75% | 9% | 8,50% | 8,50% |
Quanto rendem R$ 30 mil no Tesouro IPCA+?
De acordo com os cálculos de Clay Gonçalves, ao final de um mês, R$ 30 mil aplicados no Tesouro IPCA+ resultariam em R$ 30.165,60. Após seis meses, R$ 31.114,43.
Depois de um ano, R$ 32.257,48, ultrapassando o rendimento do Tesouro Selic para o mesmo período (R$ 32.172,17), levando-se em conta as projeções da taxa básica de juros e da inflação do BC. A partir desse tempo de investimento, o Tesouro IPCA+ passa a se tornar mais interessante ao investidor, de acordo com as simulações.
Por fim, passados dois anos, os R$ 30 mil somariam R$ 34.505,92 e, após meia década, R$ 42.766,39.
O que é o Tesouro IPCA+?
O Tesouro IPCA+ é um título público emitido pelo governo. Ele tem como finalidade captar dinheiro para o governo investir em áreas como infraestrutura, saúde e segurança.
Ao aplicar nesse ativo, você estará emprestando dinheiro ao poder público. Em troca, ele paga uma taxa de juros que é híbrida. Ou seja, é uma combinação da inflação (IPCA) e de uma taxa prefixada.
Recomenda-se esse ativo para estratégias de médio e longo prazo.
De acordo com Flávio Pretti, planejador financeiro CFP pela Planejar, com investimentos atrelados à inflação, como o Tesouro IPCA+, não há perda do poder de compra.
“Você, na verdade, ganha um poder de compra adicional porque eles têm uma taxa de juro real. Hoje, por exemplo, o Tesouro IPCA+ 2029 está pagando a variação do IPCA mais 5,23% de juro real. Isso significa que eles têm o poder de não só manter, mas também de alavancar o seu poder de compra”, explica Pretti.
Tempo investido | 1 mês | 6 meses | 1 ano | 2 anos | 5 anos |
R$ 30 mil no Tesouro IPCA+ | R$ 30.165,60 | R$ 31.114,43 | R$ 32.257,48 | R$ 34.505,92 | R$ 42.766,39 |
Projeção da inflação pelo BC | 3,99% | 4,45% | 4,10% | 3,50% | 3,50% |
R$ 30 mil no Tesouro RendA+
Além do Tesouro Selic e do Tesouro IPCA+, outra opção disponível é o Tesouro RendA+. Este produto adapta o conceito da previdência privada para os títulos públicos, simplificando o processo de investimento.
Com o Tesouro RendA+, você investe na acumulação de títulos durante o seu tempo de trabalho. Ao chegar o momento da sua aposentadoria, você passa a receber os frutos desse investimento mensalmente por 20 anos.
Segundo a planejadora financeira Clay Gonçalves, uma pessoa que planeja se aposentar em 2055 e usufruir por 20 anos de uma renda mensal de R$ 2.200 deverá guardar mensalmente nesse título R$ 78,75, partindo de um aporte inicial de R$ 30 mil. Numa carteira conservadora (4,5% acima da inflação), ela deveria guardar R$ 270 por mês.
“É importante ressaltar, porém, que uma estratégia de aposentadoria nunca deve ser vista de maneira isolada. Precisamos compor a renda de aposentadoria por títulos públicos, previdência privada, previdência social, carteira de investimentos e outras fontes de renda”, explica a especialista da SuperRico.
Como o Tesouro RendA+ se diferencia dos demais títulos por oferecer uma renda determinada por um prazo certo, salienta a planejadora financeira, o título pode ser visto como uma boa fonte de diversificação e garantia de uma parcela da renda de aposentadoria que não estará sujeita à oscilação. “É quase como uma previdência privada”, resume a especialista.
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