Quer investir em renda fixa nos EUA? Cuidado com a volatilidade

Bonds, treasures, ETFs: conheça as singularidades dos ativos norte-americanos

Ilustração: Inteligência Financeira
Ilustração: Inteligência Financeira

A economia mundial vive um momento de luta contra a inflação. Os bancos centrais estão aumentando os juros para fazer os preços caírem.

Na maior economia do planeta a estratégia não é diferente. Os Estados Unidos estão promovendo a alta nos juros e, com isto, investir no país está mais atrativo.

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Mas vale a pena investir em renda fixa nos EUA agora? 

Essa atratividade faz o dólar se manter em patamar elevado ante o real, com a justificativa de que a economia mais segura do mundo está pagando mais e os emergentes, mesmo com juros muito mais elevados, não oferecem o mesmo nível de segurança. 

Como funciona a renda fixa nos Estados Unidos?

Os instrumentos de renda fixa nos EUA são parecidos com o que temos por aqui. Mesmo assim, há diferenças que não podem ser ignoradas se você pensa em colocar o seu dinheiro no norte do continente. 

Antes de falar sobre os títulos e para quem são indicados, é imprescindível entender o funcionamento do mercado de renda fixa nos EUA.

A primeira diferença na comparação com o títulos brasileiros é o tipo de rentabilidade.

“A maior parte dos títulos lá é prefixada, diferente do Brasil, onde os pós-fixados são muito populares”, explica Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos. 

Marcação a mercado atinge a renda fixa

Outra diferença importante está no tipo de marcação dos títulos.

No Brasil, a marcação na curva – quando a rentabilidade é transformada em uma taxa diária – é a mais comum, enquanto a marcação a mercado é padrão nos Estados Unidos. 

A marcação a mercado é um ajuste diário nos preços dos ativos que traz volatilidade.

Portanto, marcar a mercado é saber o preço que você receberia, caso vendesse o seu ativo hoje.

Com isso, não é anormal ver títulos de renda fixa com rentabilidade negativa.

Isso acontece se o momento não for favorável para aquele ativo e se o investidor decidir vender antes do vencimento. Caso espere até o vencimento, o investidor terá a rentabilidade contratada. 

Como a renda fixa nos EUA é marcada a mercado e prefixada, essa classe de ativos sofreu muito nos últimos meses. Os títulos emitidos antes do início do ciclo de alta dos juros nos EUA perderam muito valor.

“Houve um desalinhamento. O preço de um título que te paga US$ 2 mil dólares daqui a cinco anos vai ser cada vez menor se a expectativa para os juros aumentar”, afirma Antonyo Giannini, estrategista da Avenue

Para Komura, “agora não é um bom momento para investir em renda fixa nos EUA”. O especialista argumenta que a classe ainda vai sofrer com o aumento de juros do Fed. Por outro lado, a valorização do dólar pelo mesmo motivo pode compensar eventuais perdas com a marcação a mercado. 

Entenda como funcionam os bonds

Para quem quer diversificar, é possível fazer paralelos entre títulos de renda fixa nos EUA e os brasileiros. 

Os mais famosos por lá são os bonds, o equivalente às brasileiras debêntures. Bonds são títulos de dívida emitidos por empresas norte-americanas para financiar algum projeto ou rolagem de dívida. 

Uma das diferenças entre os bonds e as debêntures é a duração dos títulos. Os norte-americanos costumam ser mais longos e é comum encontrar bonds perpétuos, que vão pagando cupons aos investidores e têm janelas de recompra pela empresa. 

A liquidez é uma arma do crédito privado norte-americano. Isto porque as empresas dos EUA têm muito mais visibilidade que as brasileiras e vender um bond da Microsoft ou Apple, por exemplo, não deve ser difícil para um investidor.

“Existe o risco de liquidez, mas ele é pequeno”, afirma Antonyo Giannini, estrategista da Avenue. “Em economias desenvolvidas, o perigo é muito menor do que no Brasil”, complementa. 

Apesar de atrativos, os bonds não são tão acessíveis. É possível investir nesse instrumento com, no mínimo, US$ 10 mil. 

Se a gente quiser vender pode ser que não tenha demanda, mas é risco menor, principalmente em economias desenvolvidas. 

Treasures: os ativos mais seguros

Esses títulos são emitidos pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos.

Na prática, quem compra esse tipo de ativo está emprestando dinheiro para o governo norte-americano em troca de um prêmio. 

Como são emitidos pelo governo da maior economia do mundo, esses ativos são considerados o investimento mais seguro que existe. 

ETFs podem ter bonds e treasures

Há ainda uma forma de investir em vários ativos de renda fixa nos EUA ao mesmo tempo.

ETFs são fundos que acompanham índices. Eles podem ter uma seleção de bonds e treasures e são uma boa opção para investidores de varejo. 

É possível investir em ETFs de renda fixa internacional com US$ 5.

“São uma boa para quem quer começar a investir em títulos de dívida”, diz. Para ele, “não faz sentido colocar todo o capital em uma empresa específica”, por mais segura que ela seja. Como em todo tipo de investimento, a diversificação aqui também é muito bem-vinda.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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