Retorno de NTN-B cai em novembro, mas título segue líder entre gestores por falta de melhor ativo
Título de renda fixa atrelados à inflação assustaram o investidor nos últimos dias
Sucesso de público e de crítica em 2023, os títulos de renda fixa atrelados à inflação (NTN-B ou IPCA+) assustaram o investidor nos últimos dias, com redução dos prêmios distribuídos para além da correção monetária.
Esses produtos automaticamente recompõe as perdas dos aplicadores com a inflação oficial do país, medida pelo IPCA. E fazem sucesso por garantir um prêmio extra, que há um ano bateu em 6,50% no título com vencimento em 2035, e, há sete dias, desceu até 5,60% – uma queda superior a 10% neste período de 12 meses.
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NTN-B: juros estão fechando
Esse movimento para baixo da NTN-B ou IPCA+, esse título turbinado de renda fixa era, de certa forma, esperado pelo mercado.
Com o abrandamento do título de tesouro dos Estados Unidos (Treasury), que opera neste momento em fogo baixo, e com o ritmo momentaneamente equilibrado da economia local, a curva de juros no Brasil começou a fechar.
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Segundo dados do site Investing.com, os contratos de juros futuros de curto prazo, com vencimento daqui a um ano, cederam de 11,30% há um mês para 10,65%, registrados no fechamento de mercado desta segunda-feira (27).
Os contratos de médio prazo, com vencimento para cinco anos, caíram de 11,69%, para atuais 10,75%. E os de longo prazo, para daqui a dez anos, reduziram de 11,90% há 30 dias, para 11,02%, computados ontem.
‘Não tem para onde ir’, diz gestora
Para a gestora Nohad Toufic Harati, diretora de investimentos da family office Harati, a lógica em um momento de fechamento de curvas seria buscar outros produtos para além da NTN-B. Mas, dado o período do ano, quase no Natal, e o cenário global para alocações, o melhor é esperar pelo ano que vem.
“Esse seria o raciocínio (buscar outros produtos), mas vai diversificar com o que? Nem a Black Friday salvou. Muito difícil fazer uma alocação hoje. Até quem mandou dólares há um ano, com medo da eleição, está arrependido hoje”, diz ela.
O ano já acabou
Para Nohad, o ano já acabou. o negócio é esperar para monitorar o apetite do mercado a partir do ano que vem sobre movimentos globais, como as eleições nos Estados Unidos, a guerra na Ucrânia e no Oriente Médio, e o que fazer com a China.
“São fatores que impactam a dívida dos Estados Unidos e, consequentemente, inflação (no mundo)”, afirma.
Fundos de pensão ainda estão abraçados com a NTN-B
Esse “é melhor esperar” está presente até nas estratégias dos fundos de pensão, que têm diretrizes que obrigam um certo nível de realocação caso as NTN-Bs, porto-seguro do mercado, caiam para baixo de 5% ou, no caso da Previ, fundo dos funcionários do Banco do Brasil, para exatos 4,75% ao ano.
“Hoje ainda existe prêmio nos vértices das NTN-Bs de longo e curto prazos. Mas a nossa ideia é ir monitorando o mercado. Agora, é esperar”, diz Claudio Goncalves, diretor de investimentos da Fundação Previ, fundo de pensão que tem hoje R$ 255 bilhões sob gestão.