Tesouro Direto: como saber se os títulos públicos são bons ou não para você?
Ativo tem 2,5 milhões de investidores, com aplicação média de R$ 6 mil - você deveria ser um deles?
Emprestar dinheiro para quem tem uma dívida bilionária parece loucura, mas no mundo dos investimentos, isso é possível. Prova disso são os títulos públicos, ativos emitidos pelo governo federal para captar recursos que irão financiar atividades públicas. Os títulos públicos já atraíram 2,5 milhões de investidores. Mas, antes de decidir fazer parte deste grupo de investidores, é preciso conhecer bem as vantagens e desvantagens do Tesouro Direto.
Quem investe no Tesouro está emprestando dinheiro para o governo federal. Apesar de a União ter reportado déficit primário de R$ 58,44 bilhões no final de março, especialistas consideram os títulos públicos um investimento seguro.
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E a demanda por estes ativos é alta. Só para você ter uma ideia, o Tesouro somou, em fevereiro, R$ 3,04 bilhões em operações. O valor médio dos investimentos no período foi de R$ 6 mil e a modalidade mais buscada é a que reúne os títulos indexados à Selic.
No mês passado o Copom reduziu a taxa básica de juros para 10,75%, mas a mudança não afugentou investidores, diz Joaquim Paiffer, cofundador da Atom S/A.
“Apesar da queda, a taxa continua atraente, o que é bastante atraente”. Para especialista em operações estruturadas, a demanda pelo Tesouro Selic deve se manter, assim como em outros papéis do segmento.
“Tem também títulos que pagam IPCA mais 5,5%, em prazos mais longos. Então, com certeza, [o Tesouro Direto] ainda vale muito a pena porque as taxas estão muito atraentes”, emenda.
Assim, o Tesouro Direto se mostra um tipo de ativo que se consagrou entre os investidores de renda fixa. Veja a seguir suas principais vantagens e desvantagens.
Principais vantagens do Tesouro Direto
- Rentabilidade: o investidor encontra taxas médias interessantes. O título mais procurado é o Tesouro Selic, cuja rentabilidade é a taxa básica de juros. Mas também há opções atrepadas ao IPCA com adição de percentuais que chegam a 6% ao ano.
- Segurança: para Joaquim Paiffer, da Atom S/A, essa é uma das principais vantagens. Para ele, o risco de a aplicação colapsar é mínimo, uma vez que os investimentos estão lastreados no Tesouro Nacional.
- Baixo valor mínimo de entrada: brasileiros conseguem começar a investir com R$ 30.
- Liquidez: os títulos possuem liquidez diária. Ou seja, o investidor pode resgatar o dinheiro quando desejar.
- Facilidade de acesso: bancos de varejo já oferecem a possibilidade de investimento em seus aplicativos, mas também é possível encontrar muitas informações sobre como realizar essa aplicação no site do governo dedicado.
Principais desvantagens do Tesouro Direto
- Pagamento de impostos: a rentabilidade pode ser parcialmente minada pelos impostos obrigatórios. O IR, por exemplo, chega a 22,5%. Há também a cobrança de IOF, proporcional à quantidade de dias da aplicação, e que chega a 96%. Ambos os tributos incidem apenas sobre a rentabilidade.
- Pagamento de taxas: algumas instituições cobram a chamada taxa de administração. Porém, no site oficial do ativo é possível encontrar as empresas que oferecem isenção desta taxa. Já a taxa de custódia é devida à B3 em investimentos acima de R$ 10 mil e custa 0,2% ao ano, calculada sobre o valor investido e também sobre o rendimento.
- Rentabilidade menor que o CDB: A Inteligência Financeira comparou as rentabilidades entre o Tesouro e o CDB e identificou que, em um investimento de R$ 4 milhões, o segundo ativo performou melhor. Veja quanto cada um rendeu em detalhes.
Vale a pena investir no Tesouro Direto?
Para Joaquim Paiffer, da Atom S/A, a resposta é sim. Esta modalidade de ativo oferece rentabilidade atrativa e segurança. Para ele, os papéis com rentabilidade ligados à inflação são mais interessantes.
“Os títulos indexados ao IPCA oferecem mais tranquilidade ao investidor. No longo prazo eles terão melhor rentabilidade, uma segurança melhor em relação àqueles indexados à Selic”, afirma o especialista ao considerar a desvalorização da moeda frente à inflação.
Dependendo do cenário, o Tesouro não supera a rentabilidade do CDB nos bancos privados, mas se a decisão é emprestar dinheiro para quem está no vermelho, a melhor escolha continua sendo o governo.
Com edição de Anne Dias.