Tesouro Prefixado: saiba o que é e como compor uma carteira de investimentos com esse título

O investimento é ideal para quem deseja saber exatamente o valor que receberá ao final da aplicação; mas há riscos

Atualmente há três opções de títulos prefixados disponíveis pelo Tesouro Direto (Foto: Freepik)
Atualmente há três opções de títulos prefixados disponíveis pelo Tesouro Direto (Foto: Freepik)

Você já ouviu falar no Tesouro Prefixado? Menos popular que o Tesouro Selic e o Tesouro IPCA+, é o único título do Tesouro Direto, como seu nome indica, inteiramente prefixado. Ou seja, estamos falando de uma opção para compor a carteira em que o investidor sabe sua remuneração final desde o momento que faz a aplicação.

Mas será que vale a pena? Entenda como funciona esse título público e veja se é uma boa alternativa para o seu perfil.

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O que é o Tesouro Prefixado?

Os títulos prefixados do Tesouro Direto são aqueles que têm taxa de juros fixa, ou seja, você já a conhece no momento que adquire o produto. Nesse sentido, é o investimento ideal para quem quer saber exatamente o valor que receberá ao final da aplicação, no vencimento do título.

“O Tesouro Prefixado, exatamente como diz o nome, é um título que paga uma taxa já combinada no momento da contratação. Então, é diferente dos outros títulos, que você só fica sabendo da remuneração final quando eles vencem”, resume Jayme Carvalho, economista-chefe da SuperRico.

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Como funciona o Tesouro Prefixado?

Investir no Tesouro Prefixado ou em qualquer outro título público do Tesouro Direto é como se você emprestasse dinheiro ao governo federal. Em resumo, você entrega determinado valor para a instituição que, por sua vez, vai devolver o valor acrescido dos juros no prazo combinado.

Enquanto seu dinheiro fica aplicado, o governo pode, por exemplo, financiar a dívida interna e também fazer investimentos no país.

Quais são as principais vantagens?

De acordo com o site do Tesouro Direto, as principais vantagens dos títulos públicos prefixados são as seguintes:

  • Garante uma rentabilidade fixa;
  • Você sabe exatamente quanto vai resgatar no final;
  • Ideal para metas de médio e longo prazo.

Como compor uma carteira com o Tesouro Prefixado? Quais os riscos?

Na avaliação do economista-chefe da SuperRico, o Tesouro Prefixado deve ser usado para objetivos de médio prazo. “É um título que a gente usa compondo com outros instrumentos de renda fixa. Não é usado para reserva de emergência, porque possui um vencimento com um prazo mais longo”, pontua Carvalho.

O especialista salienta que, com a taxa prefixada, trabalha-se com uma “grande incerteza”. “Se os juros voltarem a subir, por exemplo, ela já está fixada a um valor abaixo. Afinal, foi o estipulado no momento da contratação. Então, é um produto que tem um pouco mais de risco do que as pessoas tendem a acreditar. Por isso, a gente o usa para objetivos de médio prazo, compondo com outros títulos de renda fixa“, explica Carvalho.

Por outro lado, vale ressaltar que o investimento no Tesouro Prefixado tem a garantia do governo federal, independentemente do volume do seu investimento ou da quantidade de títulos que você tem.

Quanto rende o Tesouro Prefixado?

Atualmente há três opções de títulos prefixados disponíveis pelo Tesouro Direto; confira abaixo.

Tesouro Prefixado 2027

Esse título vence em 01/01/2027. Indicado para aqueles que desejam realizar investimentos de médio prazo. É mais interessante para quem pode deixar o seu dinheiro render até o vencimento do investimento, pois não paga juros semestrais. Em caso de resgate antecipado, o Tesouro Nacional garante sua recompra pelos seus valores de mercado.

Assim, se você investir hoje R$ 10 mil, no vencimento, em janeiro de 2027, terá em sua conta R$ 12.376,32, já descontados o Imposto de Renda e a taxa da B3. A rentabilidade anual desse título em 27/08/2024 é de 11,48%, com aplicação mínima de R$ 31,04.

Tesouro Prefixado 2031

Esse título vence em 01/01/2031. Tem características semelhantes às do Tesouro Prefixado 2027, ou seja, também é recomendado para aqueles que querem realizar investimentos de médio prazo e é mais interessante para quem pode deixar o seu dinheiro render até o vencimento do investimento, pois não paga juro semestrais.

Se você investir hoje R$ 10 mil, no vencimento, em janeiro de 2031, terá em sua conta R$ 18.295,87, já descontados o IR e a taxa da B3. A rentabilidade anual desse título em 27/08/2024 é de 11,72%, com aplicação mínima de R$ 34,81.

Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2035

Esse título vence em 01/01/2035. Indicado para aqueles que querem realizar investimentos de longo prazo. De acordo com o site do Tesouro Direto, é mais interessante para quem precisa dos seus rendimentos para complementar renda. Isso porque paga juros a cada semestre (cupons de juros). Em caso de resgate antecipado, o Tesouro Nacional também garante sua recompra pelo seu valor de mercado.

Se você investir hoje R$ 10 mil, no vencimento, em janeiro de 2035, contará com R$ 25.626,68, já descontados o IR e a taxa da B3. A rentabilidade anual desse título em 27/08/2024 é de 11,66%, com aplicação mínima de R$ 36,97.

E se você quiser simular outros valores no Tesouro Prefixado, assim como diferentes produtos da renda fixa, basta acessar a Calculdora de Renda Fixa da Inteligência Financeira.

Mas, afinal, o Tesouro Prefixado vale a pena agora?

O economista-chefe da SuperRico salienta que, apesar de a rentabilidade de 11,72% do Tesouro Prefixado 2031, por exemplo, ser “muito melhor do que a opção de deixar o dinheiro para o curtíssimo prazo”, rendendo a Selic ou o CDI, com a taxa rodando perto de 10,50%, é preciso atenção.

“O problema é que, pensando sete anos para frente, eu considero esses títulos mais arriscados do que qualquer outro título do Tesouro Direto. Quais são os pontos de atenção? Primeiro, o prazo. Em segundo lugar, essa taxa no futuro pode ser baixa. Afinal, se um processo de inflação começar e o Governo tiver que subir os juros, essa taxa pode ficar abaixo do que a taxa corrente. Assim, pensando no curtíssimo prazo, parece interessante, mas olhando mais para o longo prazo, tem um risco que não é simples. Por isso, preferimos os títulos prefixados mais curtos, até 2027”, avalia Carvalho.

Como funciona a marcação a mercado no Tesouro Direto?

Quem investe em um título do Tesouro Direto recebe a promessa de pagamento desse valor corrigido a uma determinada condição ao final do prazo estipulado. Por exemplo, no Tesouro Prefixado 2031, você vai receber em 1º de janeiro de 2031 o seu investimento corrigido em 11,72% ao ano por todo o período.

No entanto, caso o investidor decida sair antes, ele estará sujeito à chamada “marcação a mercado“. Ou seja, ao valor do título no mercado no momento da saída. Se os títulos ofertados naquele momento forem mais vantajosos, o que o investidor tem na mão perde valor e ele pode sair até no prejuízo.

Porém, se as taxas forem menores do que aquela que ele tem disponível, esse título pode disparar e render uma valorização acima da taxa contratada. É atraente, mas requer muita atenção e conhecimento do mercado, de acordo com os especialistas.

Imposto de Renda do Tesouro Prefixado

Em relação aos impostos, quem investir no Tesouro Prefixado deve pagar o Imposto de Renda (IR) no momento do resgate. A alíquota desse imposto é regressiva, ou seja, quanto mais tempo você carregar o título, menos imposto irá pagar.

Vale lembrar que o fato gerador do IR, ou seja, o valor sobre qual incidirá o imposto, é apenas sobre os seus rendimentos do período em que você manteve seu dinheiro aplicado, e não sobre o montante total da sua aplicação.

Então, funciona assim: se o tempo de duração for de até 180 dias, a alíquota de IR é de 22,5%. Se for de 181 a 360 dias, é de 20%. Entre 361 e 720 dias, de 17,5%. E, por fim, 721 dias ou mais, a alíquota é de 15%.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.

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