Em 2021, por conta da alta dos juros e da queda da Bolsa, muitas pessoas que investiam na renda variável acabaram migrando para a renda fixa. Esse é um movimento que deve continuar acontecendo em 2022, um ano mais volátil quando o assunto é investimentos. “A tendência é que os juros continuem subindo para combater a inflação. Nesse sentido, a renda fixa se torna atrativa, mas acredito que em qualquer cenário você não deve focar em apenas uma classe de ativos”, ressalta Valter Police, planejador financeiro CFP pela Planejar.
Um bom investidor, segundo o especialista, é aquele que distribui sua carteira em várias opções. “É claro que o cenário econômico influencia nos investimentos, mas o que define um bom retorno é como você divide seu patrimônio e não aposta tudo em uma só modalidade. A tendência é que as pessoas só enxerguem uma classe de ativos quando ela está no ápice. Mas, as coisas se movimentam”, ressalta Valter.
Em um cenário volátil, os títulos pós-fixados acabam tendo um risco menor. “O retorno do investimento acaba oscilando menos porque vai acompanhar as taxas e o movimento do mercado. Quando você opta por um título prefixado, apesar de saber desde o início o quanto vai receber, a remuneração só vale para o dia do vencimento. Em qualquer outra data que você queira olhar seu saldo e resgatar o investimento, ele pode estar valendo menos. Isso faz com que essa variação se traduza em risco”, explica Valter.
Avalie o risco de crédito
Com a alta das taxas, quem comprou um título prefixado hoje teve uma taxa melhor do que quem comprou o mesmo título um ano atrás. Por outro lado, se o cenário continuar semelhante em 2022, quem investiu nesses títulos pode sair perdendo. “Não dá para ter certeza. Mas isso faz com que os títulos pré sejam mais arriscados. Porém, antes de qualquer coisa, até mesmo do retorno, você precisa avaliar um dos maiores riscos da renda fixa, que é o risco de crédito”, alerta Valter.
Mas, o especialista reforça: não existe um vilão nessa história. “Você deve diversificar sempre, tendo vários emissores de títulos para diminuir os riscos, o que pode incluir os prefixados. Essa mistura e diversificação depende muito do seu perfil de investidor. Você precisa entender seus objetivos e quais classes de ativos são compatíveis com eles”, diz Valter.