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Itaú (ITUB3), Bradesco (BBDC3) e Taesa (TAEE3) pagam dividendos mensais; veja se elas valem a pena
Muitos investidores buscam não apenas a valorização do ativo, mas também um rendimento extra. E descobrir quais ações que pagam dividendos mensais pode ser uma boa oportunidade. Assim como saber também se o papel está “barato”, ou seja, se tem potencial de valorização na atual conjuntura macroeconômica.
O que interfere no valor de uma ação?
Como a taxa de juros interfere nas ações de uma empresa? A oscilação do dólar mexe nos lucros da companhia? A atividade está com potencial de crescimento ou há alguma sazonalidade jogando contra?
São muitas variáveis na hora de escolher. A Inteligência Financeira foi atrás de quem entende do assunto para esclarecer. Bora lá!
Dividendos: investidores acreditam no crescimento da empresa
Dividendos são uma parte do lucro líquido da empresa, que ela decide distribuir com a intenção de remunerar o acionista.
O que importa para o investidor que busca dividendos é estar exposto a empresas que cresçam, gerem caixa, lucrem e que distribuam uma fatia cada vez maior desse lucro. É o que afirma Pedro Mattos, Head de alocação da InvestSmart.
Além disso, ele explica que as empresas que costumam pagar mais dividendos e de forma mensal, e/ou trimestral, são as empresas que têm uma maior previsão do fluxo de caixa e dos seus lucros.
“Normalmente, são empresas do setor financeiro e elétrico, que possuem uma menor variação nos lucros mês a mês e conseguem se organizar para o pagamento”, diz.
E a Inteligência Financeira reuniu a análise de especialistas como Pedro para contribuir com a sua escolha quando for decidir entre as ações que pagam dividendos mensais e com boas perspectivas pela frente.
Não são recomendações de investimento. São papéis para você, investidor e investidora, analisar, comparar com outras ações e tomar suas decisões. Vamos a eles:
Ações que pagam dividendos mensais
Itaú Unibanco (ITUB3, ITUB4)
Itaú Unibanco (ITUB3, ITUB4) é um papel praticamente unânime entre os analistas que olham para os pagadores mensais de dividendos. Na última segunda-feira (7), a maior instituição financeira da América Latina em ativos reportou lucro de abril a junho de R$ 8,74 bilhões. Assim, o aumento foi de 13,9% ante o mesmo período de 2022
“É a primeira ação que eu colocaria em carteira. Paga dividendos mensais e também duas vezes por ano, complementares ao pagamento mensal. Tem que casar as duas coisas, porque esse papel é um bom investimento e está com múltiplos abaixo da média histórica. Também tem uma qualidade da carteira de crédito melhor e menos arriscada do que outros bancos”, diz Leonardo Piovesan, CNPI e analista fundamentalista da Quantzed.
Com isso, a preferência também é de Fernando Siqueira, da Guide Investimentos. “A ação está barata, os resultados têm sido bons, apesar de alguns outros bancos terem divulgado resultados ruins. Sofreu pouco com essa questão da Americanas (AMER3). Como o preço da ação está baixo, favorece o dividend yeld (DI) de ficar um pouco mais alto”, diz.
Lembrando que, historicamente, o Itaú (ITUB3, ITUB4) tem pago em média R$ 0,015 por ação todos os meses.
Bradesco (BBDC3, BBDC4)
Embora os últimos resultados tenham sido bastante afetados pela exposição às dívidas da Americanas (AMER3), o Bradesco (BBDC3, BBDC4) ainda é visto como uma opção no setor financeiro.
O banco teve queda do lucro no segundo trimestre deste ano, uma vez que as provisões para perdas com calotes quase dobraram, refletindo novo aumento da inadimplência.
Desta forma, o segundo maior banco privado do país anunciou que seu lucro de abril a junho somou R$ 4,518 bilhões, queda de 35,8% ante o mesmo período de 2022.
Além disso, Leonardo Piovesan lembra que a carteira de crédito do banco tem mais riscos que a do Itaú, mas destaca a periodicidade de pagamentos de dividendos.
“[O Bradesco] também paga dividendos mensais, paga o juros sobre capital próprio (JCP) a cada 30 dias e tem pagamentos intercalares ao longo do ano”, afirma.
Já para Pedro Matos, retomando análise da XP, os dois bancos, Itaú e Bradesco, ainda são os destaques na área financeira. “Isso porque o time (XP), além de enxergar um bom histórico de dividendos em ambas as empresas e uma política de distribuição favorável ao acionista, enxerga também o Bradesco como uma das maiores seguradoras do país e Itaú com um histórico de rentabilidade líder no setor”, diz.
Taesa (TAEE3, TAEE4, TAEE11)
As ações da Transmissora Aliança de Energia Elétrica, a Taesa (TAEE3,TAEE4, TAEE11), costumam ser um porto seguro para quem investe esperando dividendos. Afinal, empresas do setor elétrico têm contratos longos e frequentemente são boas distribuidoras de lucros.
Embora os pagamentos de distribuição de lucros da Taesa (TAEE3,TAEE4, TAEE11), não sejam mensais, eles ocorrem quatro vezes ao ano. A própria Taesa (TAEE3,TAEE4, TAEE11), por exemplo, tem dividend yield (DY) atual de cerca de 14%, mais alto que a Selic (13,25%).
Então, a companhia informou na quarta-feira (2) que seu conselho de administração aprovou a distribuição de R$ 313.440.298,45 em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP). O total corresponde a R$ 97.192.323,30 a título de dividendos intercalares e a R$ 216.247.975,15 de JCP.
Além disso, a remuneração das transmissoras de energia é feita por meio da Receita Anual Permitida (RAP).
O recebimento da RAP depende da disponibilidade das linhas e não do volume de energia transportado, o que torna a receita das transmissoras muito previsível
“Também pode ser uma uma opção interessante de investimento, já que a receita da empresa é corrigida pelo IPCA e pelo IGP-M. Então, você tem a garantia se entrar no período inflacionário mais forte, ela ter esse repasse aí pra inflação, que também acaba sendo repassado para os dividendos. Então também seria um possível bom investimento para esse ano”, explica Leonardo Piovesan.
E Fernando Siqueira explica que o setor de transmissão, é o mais previsível quanto a expectativa de receitas.
“Taesa é uma empresa elétrica, setor bem defensivo, que paga bastante dividendo. E uma empresa de transmissão, que é o mais estável de todos os segmentos aí dentro do setor elétrico. São dividendos altos e regulares”, diz.
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