As turbulências no mercado afetaram os fundos de investimentos ligados ao agronegócio?
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A queda do setor foi pontual, com seca, quebra de safra, crise hídrica e transporte mais caro
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Em menos de seis meses, a CVM recebeu 30 registros de lançamento de fundos agroindustriais
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Os investimentos vão avançar principalmente para trazer novas tecnologias para o campo
A receita do setor agropecuário em geral caiu 8% no terceiro trimestre de 2021 em relação ao trimestre anterior, puxando a queda de 0,1% do PIB do período. De acordo com o IBGE, essa foi a pior queda trimestral do setor desde o primeiro trimestre de 2012. Segundo Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, o resultado foi uma junção de alguns fatores. “O setor enfrentou um dos piores cenários com seca, quebra de safra, crise hídrica e transporte mais caro. Isso tudo levou a uma queda mais forte.”
Com as turbulências no mercado, surge a dúvida: como ficam os investimentos ligados ao setor? Na visão de Gustavo, não há motivo para pânico. “O primeiro semestre foi muito bom para o agronegócio. O setor conseguiu passar por esse ano sem muito impacto. Foi algo pontual. O agro tem sido um dos setores que mais se destacam, com muitas empresas vindo ao mercado, seja para fazer IPO ou buscar recursos pelo Fiagro, por exemplo”, ressalta.
Os Fundos de Investimento das Cadeias Agroindustriais (Fiagro) estão, inclusive, entre as prioridades na agenda regulatória da CVM para 2022. “Desde que lançamos a norma provisória e experimental que possibilitou a constituição de Fiagro já tivemos quase 30 registros, revelando o potencial desse veículo de investimento coletivo especificamente criado para aplicar recursos no agronegócio brasileiro”, afirma Antonio Berwanger, superintendente de desenvolvimento de mercado da CVM em comunicado.
O que você deve esperar para o ano que vem?
Para o próximo ano, segundo Gustavo, podemos esperar um crescimento do agronegócio e dos investimentos ligados ao setor. “O agro ainda é tímido em termos de mercado. Tem muitas empresas passando por profissionalização, trazendo mais tecnologia para o campo. Ou seja, ainda é um setor que tem muito a crescer”, ressalta.
O estrategista entende que os produtos de investimento ligados ao setor são boas indicações, e, para o ano que vem, devem ganhar mais espaço. “Por ser um produto novo, o Fiagro ainda tem pouca cobertura, mas eu entendo que é um investimento interessante. É uma boa oportunidade para aproveitar esse crescimento do mercado”, afirma Gustavo.
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