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Como ficam os fundos imobiliários com a deflação no Brasil?
Pelo terceiro mês seguido, o Brasil registrou uma deflação. Com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) caindo, alguns investimentos foram impactados — como os fundos imobiliários. “Essa queda impacta todos os ativos indexados à inflação. Neste caso, os fundos de papel são os mais afetados, já que tem mais exposição”, explica Vitor Senra, sócio-fundador da Brio Investimentos.
Por outro lado, segundo o especialista, os fundos de tijolo também acabam sentindo, já que muitos contratos de locação são indexados à índices inflacionários.
De acordo com um levantamento feito pela Economatica, os fundos de papel, também conhecidos como fundos de recebíveis, reduziram a distribuição de dividendos em até 88% entre julho e setembro. O impacto do IPCA negativo já era esperado. A dúvida, portanto, passa a ser sobre o futuro desses ativos.
Não é o fim para os fundos de papel
Na visão de Fernando Siqueira e Caio Ventura, analistas de Fundos Imobiliários da Guide Investimentos, o pior já passou. “Acreditamos que a performance negativa observada nos últimos meses corrobora com o contexto macroeconômico de reajuste inflacionário, porém, reforçamos que não oferece ameaça ao setor no médio-longo prazo”, ressaltam em um relatório.
De acordo com o documento, os fundos de papel passaram a representar aproximadamente 44% do IFIX neste ano, praticamente dobrando seu peso no índice em relação a 2019. “A combinação entre um modelo operacional defensivo, de baixa volatilidade e alta renda possui função estratégica indispensável na composição dos portfólios, além de grande atratividade a investidores pessoa física”, destacam os analistas.
Foco no longo prazo
Na visão de Vitor Senra, a deflação vista nos últimos meses não é uma tendência, mas um evento atípico. “O índice veio negativo por conta da redução de imposto sobre combustível e telecomunicação. Mas, neste mês, já tivemos uma prévia do IPCA positiva. O que temos visto é um cenário de inflação alta no mundo todo”, ressalta.
Diante disso, a perspectiva para os fundos imobiliários é positiva. “Estamos em um momento interessante para ter essa modalidade na carteira, principalmente pensando no longo prazo”, diz Vitor.
O especialista dá a dica: o investidor deve montar seu portfólio com base em pesquisa e estudo sobre o gestor do fundo. “Quando falamos de FIIs, o ideal é conhecer muito bem o trabalho do gestor, os relatórios gerenciais e o histórico de investimento. Existe muita informação disponível hoje em dia”, reforça.
Fundos com potencial
Já os analistas da Guide enxergam alguns nomes como favoritos em função das quedas recentes e potencial de retorno no curto-prazo: VBI CRI (CVBI11); RBR Rendimento High Grade (RBRR11); Barigui Rendimentos Imobiliários (BARI11); Urca Prime Renda (URPR11).
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