BDRs de ETFs: saiba mais sobre esta opção para investir no exterior
De acordo com a B3, o número de investidores no ativo foi de 419 em dezembro de 2020 para 10.790 em setembro de 2021
Já não é de hoje que muitos especialistas em investimentos indicam a diversificação da carteira com ativos financeiros internacionais.
Desse modo, os ETFs têm sido uma opção para investidores que querem diversificar a carteira com mais praticidade. Indo além e saindo do Brasil, aqueles que desejam apostar no mercado internacional podem ainda investir nos Brazilian Depositary Receipts (BDRs) de ETFs.
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Classificados como renda variável, eles são ativos que têm como lastro cotas de ETFs emitidos no exterior. Ou seja, eles permitem que investidores locais invistam em ETFs que seguem índices de ações de fora. “Basicamente, o BDR é um ativo estrangeiro negociado no Brasil. Da mesma forma que existem BDRs de ações, também existem de ETFs. A lógica é a mesma”, explica André Chede, sócio da Turing.
De acordo com dados divulgados pela B3, o número de investidores em BDRs de ETFs deu um salto em menos de um ano: de 419 em dezembro de 2020 para 10.790 em setembro de 2021. Quem pensa em investir na modalidade tem hoje diversas opções. Os BDRs de ETFs são negociados na própria Bolsa brasileira e têm sempre um ticker formado por quatro letras maiúsculas e pelo número 39.
Quais as vantagens e riscos dos BDRs de ETFs?
Uma das principais vantagens é a diversificação e diluição de riscos. “Por meio de um BDR de ETF você pode acessar um leque de produtos lá fora. É uma oportunidade de ampliar a carteira”, ressalta André. A exposição a uma moeda estrangeira como o dólar pode ser vantajosa, principalmente em momentos de crise no Brasil. Além disso, é possível investir em BDRs de ETFs diretamente por corretoras locais, sem necessidade de abrir conta no exterior.
Por outro lado, você também precisa considerar os riscos. Por ser um investimento de renda variável, não há garantia de retorno e os ativos oscilam de acordo com o mercado. Além disso, os BDRs de ETFs são relativamente novos e pouco explorados — a negociação para o investidor pessoa física começou em 2020. Por isso, eles podem ter menos liquidez quando comparados a outros ativos da renda variável.
E o rendimento?
A rentabilidade varia de acordo com o desempenho do ETF. Enquanto os dividendos dos ETFs da Bolsa de Valores do Brasil são reinvestidos automaticamente no próprio fundo, os BDRs de ETFs, por serem lastreados nos fundos estrangeiros, podem fazer a distribuição dos lucros para os investidores. Um dado importante: em países como Estados Unidos, a tributação dos dividendos é retida em 30% na fonte. Portanto, os dividendos não chegam por inteiro no bolso de quem investe. Em relação ao Imposto de Renda, se houver ganho de capital a alíquota é de 15% nas operações comuns e 20% nas de day trade.
Dá para começar aos poucos
Em setembro de 2020, a B3 alterou a regra para BDRs de ETFs, que deixaram de ter o lote-padrão de dez unidades, podendo ser negociados a partir de uma unidade. A decisão criou melhores condições de acesso aos investidores físicos. Ou seja, se você quer apostar na modalidade, pode começar aos poucos e com investimento baixo. Existem opções no mercado com aporte inicial de R$ 100.