Os jovens brasileiros de 13 a 25 anos (conhecidos como young millenials) têm feito escolhas mais conservadoras quando o assunto é investimentos. Quase metade deles (46%) tem em seu portfólio ações da Itaúsa (ITSA4), ativo tradicionalmente buscado por quem quer ganhar dividendos, segundo levantamento do TradeMap. A Itaúsa, que comumente aparece em carteiras recomendadas para aposentadoria, pagou dividendos equivalentes a 4,2% do preço da ação nos últimos 12 meses e 7,6% em 24 meses.
Em segundo lugar ficou o fundo imobiliário Maxi Renda (MXRF11), presente em 33% das carteiras. Os dividendos pagos pelo MaxiRenda foi de 10,9% em 12 meses e de quase 20% em 24 meses.
O terceiro ativo favorito entre os jovens é a ação da Magazine Luiza (MGLU3), com 28% de participação nos portfólio, que foge da regra de bons frutos em dividendos. A Magazine Luiza pagou 0,5% em 12 meses e 2,35% em 24 meses.
“Embora pague menos dividendos que as outras da lista, o que explica a presença da Magalu é o fato de ela ser muito sugerida em podcasts e vídeos, material bastante consumido pelos jovens”, afirma Júlia Athayde, chefe de educação do TradeMap.
Outros nomes tradicionais que aparecem na lista são Weg, Banco do Brasil e Taesa. Quase a metade dos investidores do levantamento tem até R$ 2,5 mil aplicados.
Confira as 10 ações e fundos imobiliários mais presentes nas carteiras de investimentos dos jovens:
Ativo
Código
Presença em carteiras
Itaúsa
ITSA4
45,89%
Maxi Renda
MXRF11
33,67%
Magazine Luiza
MGLU3
27,74%
Weg
WEGE3
23,95%
Banco do Brasil
BBAS3
21,61%
BTG Fundo de Fundos
BCFF11
21,48%
Fleury
FLRY3
20,98%
EDP Brasil
ENBR3
20,85%
Taesa
TAEE11
20,72%
B3
B3SA3
19,89%
Fonte: TradeMap
Qual é o perfil dos jovens que investem na Bolsa?
Segundo a Anbima, 19,8% dos investidores brasileiros têm entre 16 e 25 anos. Dados da B3, a Bolsa brasileira, apontam para um rejuvenescimento do público que investe em ações, pelo menos desde 2019.
Enquanto em 2018, pessoas de até 25 anos representavam apenas 4% do total de investidores, em 2019, esse número dobrou, atingindo 8%. Em maio deste ano, 17% dos investidores cadastrados na B3 estavam nessa faixa etária.
Jovens atraídos pela tecnologia
Para a executiva do TradeMap, essa alta do público jovem no mundo dos investimentos pode estar relacionada à digitalização das negociações, que tornaram o universo da renda variável mais atrativo e acessível.
Outra explicação pode estar no aumento da produção e da difusão de conteúdos sobre educação financeira na internet. Segundo dados da Anbima divulgados no relatório “Influence” – termo que se refere aos influenciadores que falam de investimentos –, os 277 influenciadores mapeados possuíam um público de 91,5 milhões de seguidores em dezembro de 2021.