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ETFs de S&P 500 e Tesouro IPCA+ brilham com diferença de juros do Brasil para os EUA
A alta da taxa Selic no Brasil e a queda dos juros nos Estados Unidos levou Fundos de Índice (Exchange Traded Funds, ou ETF, em inglês) de bolsas no exterior a dispararem no valor da cota. ETF atrelados ao S&P 500, como o IVVB11, da BlackRock, e o SPXI11, da Itaú Asset, terminaram a semana passada em alta de 2%, contra queda do mesmo nível do Ibovespa.
Mas especialistas alertam que o principal índice da bolsa de Nova York pode estar com preço esticado. Ao mesmo tempo em que vem sendo impulsionado pelo grupo Magnificent 7, de big techs como Amazon e Apple.
No cenário doméstico, fundos ligados a índices de renda fixa da Anbima ganham mais destaque, principalmente os que estão ligados aos títulos do Tesouro IPCA+.
Diferencial de juros é positivo para ETF de S&P 500, mas não só
Com as decisões de BC e Federal Reserve, investir em ETFs brasileiros que imitam os índices das bolsas de Nova York tornou-se mais atrativo para o investidor local.
Paula Zogbi, head de reasearch da Nomad, aponta que, por isso, a valorização dos ETFs americanos é só “uma questão de tempo” com a queda de juros. Junto, os fundos ligados aos índice S&P 500, como o IVVB11 e o SPXI11, também devem seguir em alta.
De acordo com a especialista, ainda assim, vale se expor aos ETFs no exterior devido à forte liquidez dos fundos de índice no exterior.
“Lá fora é mais líquido do que (negociar) o IVVB11, principalmente porque taxas são mais baixas e o mercado é maior e mais competitivo”, argumenta.
Zogbi explica que os ETFs de S&P 500 são de curto prazo. Mas que o índice em si está bem precificado, apesar de ter as maiores empresas do mundo em sua composição.
Hoje, o S&P 500 está precificado em 27 vezes sobre o lucro líquido. Isso quer dizer que o valor de mercado das empresas é 27 vezes maior do que o lucro por ação delas, calcula Evandro Medeiros, analista da Suno Research. E, caso o índice sofra uma correção, isso afeta o IVVB11 e o SPXI11.
“O juro não é o único fator que determina a performance de ativos de risco; o preço é igualmente
importante (se não mais). O múltiplo do S&P 500 pode ser considerado elevado”, diz.
No Brasil, ETFs de renda fixa brilham com alta da Selic
Se aqui e lá fora os ETFs de S&P 500, como o IVVB11, brilham com o corte do Fed, os fundos de índice de renda fixa brasileiros voltam ao radar com o novo ciclo de alta da Selic.
Para investir “em um dos juros reais mais altos do mundo”, comenta Medeiros, o investidor deve procurar os índices IMAB11 e o B5P211, negociados na B3.
O IMAB11 procura replicar o desempenho da carteira de Notas do Tesouro Nacional série B (NTN-B), atreladas ao rendimento sobre o IPCA (IPCA+). Já o B5P211 é composto por títulos da mesma natureza, mas de curto a médio prazo, como Tesouro IPCA+ 2026, 2027.
ETFs de renda fixa vêm ganhando destaque no Brasil, afirma Renato Eid, gestor de fundos de índice na Itaú Asset. Algumas vantagens do investimento incluem isenção de come-cotas e reinvestimento de cupons dos títulos do Tesouro sem a incidência de Imposto de Renda.
“O B5P211 é o fundo com menor volatilidade, de cerca de 2,70%. Já o IMAB11 tem em torno de 6,50% a 7% de volatilidade por apostar em títulos mais longos”, relata Eid.
Ele ressalta que os ETFs também têm custo de taxa de administração de 0,20% a 0,25%. São menores do as de fundos de renda fixa ativa e passiva.
Eleições dos Estados Unidos afetam ETF: veja tendências
Analistas apontam alternativas de investimentos além dos ETF de S&P 500 ou de renda fixa brasileira.
No exterior, alguns fundos de índice setoriais pagam dividendos trimestrais.
Outra alternativa, aponta Paula Zogbi, é a aposta no mercado imobiliário americano. E aí entram as eleições nos Estados Unidos: tanto Donald Trump (Republicanos) quanto a vice-presidente Kamala Harris (Democratas), candidatos à Presidência, reforçaram que devem estimular o setor com pacotes econômicos.
“A taxa de hipoteca vem caindo porque há menos casas no mercado. Assim, existe a promessa dos dois candidatos estimular mercado imobiliário nos EUA. Juros baixos também ajudam”, diz Paula, da Nomad.
Ela indica dois ETF de REITS, fundos imobiliários dos Estados Unidos:
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