Os ETFs de criptomoedas de todo o mundo tiveram saques líquidos (diferença entre aplicações e resgates) de US$ 556 milhões em abril, conforme os dados da Investment Company Institute (ETFGI), empresa independente de pesquisa e consultoria que cobre tendências no ecossistema global de ETFs. Com isso, o total aplicado em ETFs de criptomoedas passou a ser de US$ 13,21 bilhões no fim de abril, volume 18,8% menor do que o observado em março.
A fuga dos investidores é uma resposta à forte desvalorização das criptomoedas recentemente. Em abril, a mais famosa delas e com maior valor de mercado, o bitcoin, recuou 16%. A segunda criptomoeda mais negociada do mundo, o ethereum, teve queda de 15%.
As quedas sucessivas das moedas digitais ganhou o apelido de “inverno cripto” e ocorre em meio aos aumentos das taxas de juros americanas, que levaram os investidores a fugir dos ativos mais arriscados dos mercados financeiros globais. Atualmente, existem 140 ETFs de criptomoedas listados em 17 Bolsas de 13 países. Só em abril foram lançados 17 novos ETFs de ativos digitais.
O que são os ETFs de criptomoedas?
Em menos de um ano, os ETFs de criptomoedas já movimentaram R$ 8 bilhões. Esses fundos investem em índices que mostram o desempenho de criptos como bitcoin e ethereum. Ou seja, é um investimento indireto nesses ativos.
Existem cinco fundos disponíveis na B3 que acompanham os índices de criptomoedas: dois de bitcoins, dois investem no ethereum e outro acompanha um índice com uma ampla cesta de criptomoedas, mas com maior participação do bitcoin.
Quais são as vantagens dos ETFs de criptos?
Entre os pontos a favor dos ETFs de criptomoedas está a diversificação . O investimento em criptos é indicado para os investidores arrojados que buscam aumentar o patrimônio. Esses fundos podem ser vistos como uma porta de entrada para o mundo das moedas digitais. Dos cinco fundos de índices de criptomoedas disponíveis hoje na B3, o que traz maior diversificação é o HASH11.
A segurança também é um ponto positivo. Enquanto as moedas digitais não são reguladas, os fundos de índice estão debaixo da supervisão da CVM e Anbima.
Para quem não quer ter dor de cabeça na hora de declarar o Imposto de Renda, os ETFs facilitam a tarefa. Isso porque algumas exchanges (corretoras de criptomoedas) podem não fornecer relatórios, já que não são obrigadas a fazer isso.
E quais são as desvantagens dos ETFs de cripto?
A maior desvantagem de investir em criptomoedas através de ETFs é limitar o horário de negociação. Enquanto a B3 permite a negociação das cotas dos fundos de segunda a sexta das 10h05 às 16h55, as criptomoedas têm negociação 24/7.
Como são ativos muito voláteis e influenciados por declarações de famosos do mercado financeiro, as criptomoedas podem despencar ou ganhar preço de uma hora para outra. Ter seu horário de negociação limitado pode fazer o investidor perder o momento ideal de aumentar ou diminuir sua exposição a um ativo.
Outro ponto que alguns investidores podem não gostar é não ter o controle da gestão nas mãos. Os investidores mais experientes tendem a se incomodar com isto. Muitos deles também querem fazer a custódia das criptomoedas, o que não é possível quando o investimento acontece via ETFs, já que não há a compra do bitcoin ou ethereum.