Os ETFs (Exchange Traded Fund), fundos que replicam o desempenho de índices, são uma classe de ativos cada vez mais popular no Brasil. Segundo dados da B3, os investidores movimentaram, em média, R$ 31,2 bilhões por mês neste ano comprando ou vendendo cotas desses fundos. O número representa um aumento de 3% em relação à média mensal de 2020. A ideia dos ETF é dar a você, investidor e investidora, a oportunidade de diversificar sua carteira. E quando o assunto são os ETFs temáticos, a diversificação é cada vez maior e mais específica.
O que são ETFs temáticos
Os ETFs temáticos são fundos de investimento ligados a assuntos específicos, como responsabilidade social, tecnologia, saúde e inovação genética. Os gestores replicam o desempenho de índices ligados a diversos temas que vão moldar nossas vidas em alguns anos. Eles já estão sendo chamados de megatendências. Alguns exemplos práticos: a Itaú Asset oferece o DNAI11, fundo que investe em empresas que tendem a se beneficiar do desenvolvimento de produtos e serviços relacionados a sequenciamento genético na área de saúde e agricultura. Outro fundo é o MILL11, que captura novidades ligadas à geração millennial. Os dois estão listados na B3. Para investir neles e em outros ETFs temáticos basta ter conta em uma correta e procurar pelos ativos lá. Eles são negociados como as ações.
Para quem curte risco
Se você não tem disponibilidade ou paciência para deixar seu dinheiro em um desses fundos por pelo menos um ano, esse tipo de investimento não é o mais adequado para sua carteira. “Com os investimentos temáticos nós oferecemos uma visão de médio a longo prazo”, explica Renato Eid, superintendente de Estratégia Beta e Integração ESG da Itaú Asset. Quem coloca ETFs temáticos na carteira está subindo de patamar quando o assunto é diversificação. Isso porque esses fundos investem em empresas de diversos setores, geralmente fora do Brasil. Quando o assunto é alocação, não há receita pronta. O investidor precisa saber quanto risco está disposto a correr, o quanto confia no crescimento daquele setor e qual o objetivo do investimento.
Estude antes de investir
O primeiro item a ser colocado na ponta do lápis é o básico: os ETFs temáticos são ativos de renda variável, que, por natureza, apresentam volatilidade. O investidor precisa de estômago para aguentar a variação dos preços e focar no longo prazo. É importante também estar atento na variação cambial, já que esses fundos investem em empresas de fora do Brasil – o que não é regra, mas é o cenário mais comum.
Depois, é preciso saber pelo menos o básico sobre o setor onde você está investindo. “O investidor deve ter um prognóstico do tema em que escolheu aportar seu dinheiro e estimar como será o desempenho daquele setor em relação a outros”, ensina Pedro Paulo Silveira, gestor de investimentos da Nova Futura Gestora de Recursos.
Ainda é interessante conhecer as empresas nas quais o fundo investe. As gestoras disponibilizam em seus sites todas as informações sobre os ETFs que oferecem, inclusive qual índice tem seu despenho espelhado pelo fundo. A partir daí, dá para pesquisar sobre as empresas que compõem o índice. No fim do dia, é nelas que você está colocando seu dinheiro.
Mesmo depois de conhecer tudo sobre as empresas, o trabalho ainda não está pronto. É preciso saber quanto a gestora cobra com taxa de administração ou taxa de desempenho. E, o mais importante: tenha paciência.