‘Preços favoráveis aparecerão’: o que o estrategista-chefe da XP ouviu de investidores estrangeiros sobre a bolsa brasileira

Como os investidores estrangeiros estão enxergando a bolsa brasileira neste começo de 2025? Fernando Ferreira, estrategista-chefe da XP, conta em relatório que os gringos estão “cautelosamente otimistas”. Mas sem pressa para alocações em ações domésticas.
“Há claramente uma rotação regional acontecendo, com os Estados Unidos ficando para trás após vários anos de desempenho superior. Esse desempenho inferior é claramente positivo para todos os ativos fora dos Estados Unidos, que têm dominado os portfólios por vários anos”, escreve Ferreira após rodada de conversa com investidores estrangeiros.
“Além disso, os sólidos fundamentos micro, juntamente com preços atraentes e um potencial catalisador à frente são razões para o otimismo. No entanto, o sentimento é de que haverá volatilidade à frente, e oportunidades para aumentar a exposição ao Brasil a preços favoráveis aparecerão”, destaca o estrategista-chefe da XP.
Ações no radar dos investidores estrangeiros
Conforme Fernando Ferreira, em termos de ações, Mercado Livre continua a reinar como o maior consenso entre investidores na América Latina. Enquanto o Nubank ainda é o segundo favorito.
Porém, anota o estrategista-chefe da XP, vários investidores parecem ter reduzido posições antes ou depois dos resultados do 4º trimestre de 2024.
“Outras ações que geralmente aparecem na maioria das discussões e portfólios: Petrobras, Itaú, BTG, XP, Sabesp. Aalguns mencionaram ELET3. WEG, Embraer, Localiza, e vimos um interesse crescente em construtoras também (como Cyrela e Cury).”
“Em termos de alocações de setores e estilos no Brasil, os investidores americanos parecem focados em ações de maior capitalização, líquidas e com um viés para qualidade/defensivas.”
Trade eleitoral
Ainda no relatório, Fernando Ferreira menciona que, na América Latina, após o forte rali na Argentina, o tema das eleições está na mente de todos investidores.
Dessa forma, Chile e Colômbia também têm surfado um rali de eleições, em antecipação às eleições presidenciais, que ocorrerão em 25 de novembro no Chile e 26 de maio na Colômbia.
Já no Brasil, as eleições também estiveram presentes em 100% das reuniões com investidores estrangeiros. E eles estão claramente olhando para tal como um evento muito importante no horizonte.
“No entanto, a maioria concorda que ainda é cedo para começar a operar eleições 18 meses antes do evento. Nosso estudo mostra que o trade de eleições geralmente começa em torno de 12-14 meses antes, e fica mais evidente nos 6 meses que antecedem as eleições”, completa o estrategista-chefe da XP.
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