Investidores sacam R$ 42 bilhões de fundos multimercados
Levantamento da Anbima mostra que a alta dos juros foi uma das causas dos resgates
Os fundos multimercados registraram uma saída de R$ 42 bilhões, de acordo com a Anbima. Em janeiro, os saques foram de R$ 19 bilhões, recorde em seis anos. Em fevereiro, foram R$ 17,1 bilhões. O cenário melhorou em março, mas ainda assim pelo menos R$ 7,1 bilhões deixaram os fundos multimercados. Já os fundos de ações perderam R$ 30 bilhões no período. Na sequência, os de previdência e de ETFs tiveram retiradas de R$ 2,8 bilhões e R$ 1,6 bilhão, respectivamente.
Por outro lado, os fundos cambiais, com captação de R$ 1,3 bilhão, e os de renda fixa, com uma forte captação líquida de R$ 133 bilhões. Estes mais conservadores puxaram a indústria no trimestre. No total, foram R$ 57,6 bilhões pelo setor.
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Em 2020, a classe atingiu a maior captação anual em quase duas décadas, de R$ 103,9 bilhões. O movimento positivo se repetiu em 2021, quando R$ 66 bilhões foram para os produtos multimercados. A inversão de cenário reflete as mudanças na taxa de juros nos últimos dois anos. Em fevereiro de 2020, a Selic estava em 4,5%; foi para 2% em 6 de agosto daquele ano, a mínima histórica. O patamar mínimo da taxa foi mantido até o dia 17 de março de 2021, quando o aperto monetário foi iniciado para conter a inflação crescente. Pouco mais de um ano depois, os juros já estão em 11,75%.
Já os produtos multimercados somam mais de R$ 1,5 bilhão em PL – 21,9% da indústria. Essa classe só perde para a renda fixa, cujo valor combinado é de R$ 2,7 bilhões, cerca de 38,42% do total.