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Investir em fundos imobiliários: entenda o que muda com possível alta da taxa Selic
A chance de alta na taxa Selic em setembro é grande. O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne na próxima semana e a decisão sai na quarta-feira (18) E, com a nova alta de juros no horizonte, o setor que deve despontar ainda mais ao investir em fundos imobiliários são os FIIs de recebíveis de crédito, ou no jargão do mercado, de papel.
Especialistas ouvidos pela Inteligência Financeira reforçam que fundos atrelados a títulos de CRI indexados ao CDI, ou seja, à taxa de transações que acompanha a Selic, devem aumentar dividendos nos próximos meses. Mas a economia aquecida dá pistas de que os fundos de imóveis não devem ficar de lado.
Queda da Selic favorece FIIs de papel; entenda
Os fundos imobiliários de CRI ligados ao CDI tiveram forte alta em trinta dias, acompanhando as chances de alta na Selic.
O fundo das gestoras Kinea e Valora com mais de 90% de exposição ao CDI subiram no IFIX (Índice de Fundos de Investimento Imobiliário da B3) no período. O Kinea Rendimentos Imobiliários (KNCR11) saltou 3,02%, enquanto o Valora CRI CDI (VGIR11) carteira registrou alta de 2,66%.
Assim, a chance de alta da Selic em setembro sinaliza cenário favorável para investir em fundos imobiliários de crédito atrelados aos juros.
A expectativa é de que os FIIs de papel paguem mais dividendos por mais tempo com o aumento da taxa, diz Lucas Fürst. “Sempre com a alta de juros, o IPCA e o CDI terão valorização no mercado, o que leva os fundos imobiliários de crédito a pagarem mais dividendos”, completa o operador da Manchester Investimentos.
O fôlego de mais dividendos deve vir na verdade do ganho nominal da remuneração fixa dos CRIs, segundo explicação de Marx Gonçalvez, analista de FIIs e sócio da Nord Research.
“Naturalmente, os principais beneficiários são papéis que têm CRI com lastro em CDI”, completa. “À medida em que a Selic sobe, o CDI sobe e, portanto, a distribuição aumenta.”
Contudo, a desancoragem da expectativa de inflação no Boletim Focus para 2024 – a 4,30%, próxima do teto da meta do Banco Central – também traz vantagens para investir em fundos imobiliários de IPCA.
Ao fim, comenta Eliane Teixeira, economista da Cy.Capital, os fundos imobiliários consideram os ganhos das taxas sobre títulos prefixados. Isso leva o mercado a equalizar ganhos dos prêmios, independentemente da variável.
“FII de papel são contracíclicos, ou seja, eles variam menos com indicadores econômicos do que fundos de tijolo”.
Como fica investir em fundos imobiliários de tijolo?
Especialistas alertam que os fundos imobiliários de “tijolo”, cuja carteira tem como retorno o lucro do aluguel de imóveis como galpões, shoppings e escritórios, podem subir se a economia do Brasil continuar aquecida no ano.
A força da economia no Brasil deu o recado pelo PIB do terceiro trimestre: o dado mostrou alta de 1,4% no crescimento econômico contra 0,9% do consenso do mercado.
“A economia real indo bem é bom para FII de tijolo”, afirma Eliane. “A política monetária, afinal, tem efeito na economia somente em 18 meses. Será a partir desse período em que podemos ver desaceleração. É um horizonte de tempo grande para o investidor”, prossegue.
Gonçalvez lembra que investir em fundos imobiliários de tijolo significa apostar em ativos que dependem de consumo e emprego para distribuir proventos. “Num cenário em que esse crescimento continua positivo, não descarto novas locações de galpões logísticos”, diz.
“O fato é de que o fundamento deve continuar muito bom.”
Investir em fundos imobiliários de shopping também costuma render mais no final do ano, segundo Fürst. “É uma questão de aumento sazonal de consumo”, conclui o operador da Manchester.
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