Bancos e empresas expostas ao dólar: as apostas do JPMorgan para a bolsa brasileira

As ações sugeridas pelo banco americano para ter na carteira agora são aquelas consideradas relativamente baratas e pouco endividadas

Tela mostra variação de ativos financeiros. Foto: Getty Images
Tela mostra variação de ativos financeiros. Foto: Getty Images

Embora tenha mantido uma recomendação otimista, de compra (“overweight”), para a renda variável no Brasil, o JPMorgan sugere uma mudança de estratégia.

Antes, o banco indicava foco em papéis mais defensivos e que têm comportamento parecido com os de títulos de renda fixa (“bond proxies”), mas agora as ações mais recomendadas pelo JP são as de instituições financeiras e de empresas expostas ao dólar.

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As ações sugeridas pelo banco são aquelas consideradas relativamente baratas e pouco endividadas. Mercado Livre, Itaú Unibanco, Nubank, Vale ON, WEG, Itaúsa, Prio, Gerdau, BRF, Embraer e Porto Seguro estão entre os papéis recomendados pelos estrategistas do JPMorgan.

‘Preços estão baratos’

Em relatório enviado a clientes, os profissionais afirmam que, mesmo com níveis de preços considerados atrativos, o Brasil é um dos países com pior desempenho no mundo tanto em bolsa quanto em câmbio neste ano, mas ressaltam que uma mudança no cenário internacional pode mudar essa dinâmica.

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“O mercado está pouco alocado e os preços estão baratos. Embora praticamente não haja gatilhos locais de curto prazo que possam mudar a narrativa por enquanto, o Brasil está muito exposto à história global: Federal Reserve, China, PMIs, entre outras coisas que podem alcançar níveis que induzam ao risco, e, quando isso acontecer, o Brasil ficará à frente da maioria dos outros mercados, como foi o caso no quarto trimestre de 2023”, afirma, em relatório, a estrategista de ações para Brasil e América Latina do JPMorgan, Emy Shayo Cherman, e equipe.

O banco lembra que, desde março, alguns fatores têm pressionado negativamente o MSCI brasileiro, ao citar a reprecificação nas expectativas para juros brasileiros e americanos; a mudança nas metas fiscais do Brasil; o aumento nas projeções de inflação; o real mais fraco; as enchentes no Rio Grande do Sul; e a mudança na presidência da Petrobras.

Real mais forte

Por outro lado, a equipe de estratégia cita fatores positivos, como um crescimento econômico ainda sólido; novos detalhes da reforma tributária; a validação do Supremo Tribunal Federal (STF) à Lei das Estatais; a melhora no fluxo estrangeiro em maio; os preços atrativos; os resultados das empresas; e a recuperação nos últimos dois meses das ações da Vale.

Entre as questões que ainda podem melhorar, estão o otimismo do mercado quando o Fed começar a cortar juros. “Isso mudaria mais uma vez o humor do mercado a favor de mais risco. O fluxo estrangeiro poderia melhorar muito com isso”, afirmam os estrategistas do banco. “Nós esperamos um corte do Fed em julho, seguido por outro em dezembro. O resultado seria ações mais altas e um real mais forte.”

Além disso, a narrativa do mercado pode mudar se, mesmo com os juros altos, o PIB brasileiro continuar com crescimento firme, como ocorre nos Estados Unidos. A redução dos resgates de fundos locais, uma transição sem percalços no Banco Central e revisões para cima nas expectativas de resultados das empresas também poderiam trazer mais otimismo.

Com informações do Valor Pro, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico

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