Os fundos de investimentos tiveram resgates líquidos (diferença entre saques e aplicações) de R$ 13,2 bilhões em janeiro, puxados pelos saques nos multimercados, de R$ 19,4 bilhões, e nas carteiras de ações, com baixas de R$ 10,6 bilhões. A exemplo do que se viu ao longo do ano passado, em meio ao ciclo de alta de juros, os portfólios de renda fixa lideram a atração de dinheiro novo, com R$ 22,4 bilhões no período. Os dados são da Anbima.
Houve perda de tração na indústria quando se compara aos números de 2021. Em 12 meses, a captação líquida (mais aplicações que resgates) caiu para R$ 383,2 bilhões, ante os R$ 397,2 bilhões de dezembro. “Com a alta da Selic, os investidores têm alocado parte de suas carteiras para a renda fixa, o que faz com que os fundos mais arriscados, como ações e multimercados, sofram resgates, como vem acontecendo desde o final de 2021”, afirma em nota o diretor da Anbima, Pedro Rudge. O patrimônio líquido dessa classe aumentou 15,8% em 12 meses, de R$ 2,2 trilhões para R$ 2,6 trilhões.
Os fundos de previdência, por sua vez, voltaram a ter resgate líquido, de R$ 1,3 bilhão. Ao longo de 2021, a classe fechou três meses com retiradas: abril (R$ 9,4 bilhões), agosto (R$ 102,1 milhões) e setembro (R$ 882 milhões).
Com relação às rentabilidades, nos fundos de renda fixa se destacaram os tipos: duração alta grau de investimento (investem, no mínimo, 80% da carteira em títulos públicos) com 1,33% e crédito livre (podem manter mais de 20% da carteira em títulos de médio e alto risco) com 0,85%.
Nos multimercados, o maior retorno no mês foram os tipos long and short neutro (fazem operações de ativos e derivativos ligados ao mercado de renda variável, montando posições compradas e vendidas com objetivo de manter exposição financeira limitada a 5%) com 4,57% e long and short direcional (têm o mesmo objetivo que o long short neutro, mas não têm limitação de exposição) com 2,03%.
O que você tem a ver com isso?
É importante conhecer os números do mercado, principalmente esses da Anbima, para você saber para onde outros investidores estão indo. Isso pode de dar um novo olhar sobre sua carteira. Também pode te dar um norte sobre um ativo que você esteja de olho, mas não sabe muito bem se deve comprar neste momento. Mas cuidado: os especialistas sempre alertam para o perigo do efeito manada, aquele em que todos os investidores seguem o mesmo caminho. Quando isso acontece, a cotação de um título despenca. Como você evita entrar na manada? Estudando o mercado e nunca perdendo de vista seu perfil de investidor, bem como seus objetivos e prazos pensados para cada aplicação feita.
Com reportagem do Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor Econômico