- Home
- Onde investir
- Renda variável
- Vale investir na Suzano depois da desistência da compra da International Paper e disparada do dólar?
Vale investir na Suzano depois da desistência da compra da International Paper e disparada do dólar?
Empresas citadas na reportagem:
As ações da Suzano (SUZB3) chegaram a subir 18% com o fim das negociações para aquisição da International Paper. O mercado entendeu que a aquisição seria problemática para a empresa brasileira de papel e celulose. Havia a preocupação com o endividamento necessário para comprar uma companhia com valor de mercado semelhante ao dela.
Diante disso, alguns agentes do mercado atualizam projeções.
O Itaú BBA, por exemplo, diz que vale a pena investir na SUZB3. Agora, o banco de investimento tem recomendação de compra e preço-alvo de R$ 67 para o final de 2024. Isso significaria um upside próximo de 17,5%.
Nesse sentido, a perspectiva do banco também é positiva para o ano que vem. “Nos níveis atuais, vemos a Suzano sendo negociada a atraentes 5,3x EV/EBITDA em 2025”.
SUZB3 é opção defensiva em momento de alta do dólar
Assim, o BBA diz gostar da Suzano (SUZB3) “como opção defensiva” em momento de alta do dólar com o fim da volatilidade do papel após as negociações com a IP.
“A Suzano poderia mais uma vez ser considerada uma opção defensiva para desvalorização ainda maior do real”, diz o BBA.
A moeda brasileira caiu 6% no mês passado em relação ao dólar, que está na faixa de R$ 5,50. Nesse cenário, o banco de investimento diz acreditar “que as preocupações relacionadas com o ambiente econômico poderão continuar a pesar sobre a moeda”.
Assim, ações defensivas seriam ainda mais importantes. E as empresas de papel e celulose entram nessa lista como importantes exportadoras.
“Quando desvalorizado, o câmbio torna os produtos brasileiros mais atrativos para compradores em outros países porque ficam relativamente mais baratos, algo que pode ajudar bastante a Suzano daqui em diante”, explica Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.
Outros ‘drivers’
O Itaú BBA prevê como principal risco a queda do preço da celulose, esperada para o segundo semestre. “O segundo semestre de 2024 poderá ser mais desafiador para os preços, mas continuamos otimistas no médio prazo”.
Ainda assim, o banco prevê que o risco-retorno da Suzano (SUZB3) compensa já em 2024.
Entre os fatores que podem favorecer a empresa está o controle que ela tem sobre a produção. “Com isso, ela consegue fazer reajuste de preços, que muitas vezes já estão em dólar”, acrescenta Cruz, da RB.
Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, também destaca a variação do preço da celulose como driver importante nos próximos semestres.
“Contudo, a Suzano já possui um menor custo de produção, então, mesmo que o preço da celulose caia, a Suzano ainda tem uma boa folga em suas margens frente os seus concorrentes”, avalia.
Médio e longo prazos
Nos médio e longo prazos, a empresa tem grande quantidade de projetos em andamento, incluindo a expansão de uma de suas fábricas de celulose.
O Projeto Cerrado, com investimento estimado em R$ 22,2 bilhões, é parte do que a empresa chama de “maior ciclo de investimentos da história da companhia”.
“Em um primeiro momento, isso vai exigir compra de eucalipto de produtores locais”, ressalta Cruz. “O que pode aumentar um pouco neste ano e pode encarecer um pouco seus custos. Mas isso é passageiro, depois ela vai se retroalimentar”, acrescenta.
Essa fase será conduzida por um novo CEO. João Alberto de Abreu, ex-Rumo, passou a comandar a Suzano (SUZB3) desde o dia 1º de julho. Ele sucede a Walter Schalka, que esteve à frente da empresa de papel e celulose nos últimos onde anos.
Leia a seguir