Vale a pena investir em renda variável, com as NTN-B pagando IPCA+6%?
Painel no TAG Summit reuniu gestores para debater como atravessar as variações do mercado
Com as NTN-B pagando um retorno anual de IPCA+6%, muitos analistas têm se questionado sobre os motivos para investir em renda variável. Esse dilema norteou o debate de um painel realizado na terça-feira (14) no TAG Summit, evento promovido pela TAG Investimentos em São Paulo.
Para Alexandre Silverio, fundador e CEO da Tenax Capital, um dos participantes da mesa “Renda variável: atravessando as variações do mercado”, o investidor precisa se familiarizar com um novo cenário. De acordo com ele, a economia global está se acostumando a viver com os juros mais altos, ao lembrar os juros reais acima de 2% atualmente nos EUA.
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Nesse contexto, Alexandre Rezende, COO e sócio-fundador da Oceana Investimentos, pontua que é preciso buscar estratégias com “margem de segurança”, além de “alocar capital em coisas que você não vai perder dinheiro”.
“A cabeça do investidor tem que ter um bom faro de oportunidade. O Brasil é um país de empresas bem-sucedidas a despeito de um ambiente macroeconômico turbulento”, destaca Rezende. Na avaliação do COO, a bolsa brasileira não está barata, mas há oportunidades específicas.
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De acordo com André Gordon, sócio-fundador da GTI, já “vimos épocas muito mais desafiadoras, com juros mais altos e empresas em situações piores”.
Melhor momento para comprar ações
Gordon ressalta que ganhar dinheiro com renda variável é possível sempre do mesmo jeito: com disciplina. Ela salienta que os melhores momentos para comprar ações são os ruins.
“Em geral, quem sai da bolsa, sai na hora errada”, sentencia ele, que destaca os papéis do Itaú (ITUB4) e Suzano (SUZB3) como boas oportunidades no momento.
Entre os setores para se investir, Silverio destaca o elétrico e o de shopping centers.
Já Rezende, por sua vez, traz o exemplo da Localiza (RENT3). Na sua visão, é uma empresa que deve crescer à medida que os mais jovens têm abandonado o desejo de comprar um carro.
Nesse sentido, buscam alternativas pontuais, como aluguéis de automóveis para viagens de fim de semana, por exemplo.
O COO da Oceana cita ainda o Iguatemi (IGTI11), pontuando que o varejo de alto luxo tem se mostrado resiliente.
De acordo com Rezende, se temos de um lado a NTN-B pagando IPCA+6%, de outro, existe a oportunidade de comprar o melhor portfólio de Shopping Malls do Brasil. Neste caso, a perspectiva de retorno, em um cenário conservador, seria de IPCA+15%.