Por dentro da WEG: é hora de investir nas ações da ‘fábrica de bilionários’?
Conhecida como a “fábrica de bilionários”, a WEG é hoje a empresa com mais acionistas no ranking de brasileiros bilionários da Forbes. No total, são 29 membros na lista – incluindo Livia Voigt, de apenas 19 anos, e Anne Werninghaus, maior acionista individual da companhia . Mas, afinal, qual é a história da companhia?
Tudo começou em 16 de setembro de 1961, na cidade de Jaraguá do Sul, Santa Catarina. Três nomes estão por trás da fundação da empresa: Werner Ricardo Voight, Eggon João da Silva e Geraldo Werninghaus. No início, a empresa se chamava Eletromotores Jaraguá. Depois, virou WEG – uma junção das iniciais dos fundadores.
Produzindo inicialmente motores elétricos, a WEG ampliou suas atividades a partir da década de 80. O novo portfólio incluía produtos para automação industrial, vernizes eletroisolantes, componentes eletroeletrônicos e outros itens.
Expansão internacional e investimento em IA
Em 1976, a companhia abriu um escritório na Alemanha em parceria com a Motores Jara. Hoje, a WEG está presente em países como Estados Unidos, China, África do Sul e Colômbia. A multinacional exporta para mais de 135 países.
Mirando em novos processos e tecnologias, a companhia anunciou, em julho de 2023, a aquisição de 100% da BirminD. A empresa de tecnologia atua no mercado de inteligência artificial para processos industriais. De acordo com a WEG, a aquisição faz parte da estratégia de crescimento dos negócios digitais.
Entre os produtos e serviços citados pela companhia estão o B-WISE o e Motion Drive Operation Center (MDOC), serviços de monitoramento de ativos industriais com sensor de dados e diagnósticos baseados em insights de inteligência artificial e algoritmos de machine learning.
Um patrimônio bilionário
O resultado de toda essa história é um patrimônio bilionário. Para se ter uma ideia, a companhia vale mais de R$ 162 bilhões. Só os 29 membros na lista de brasileiros bilionários e descendentes dos fundadores da WEG, por exemplo, têm juntos um patrimônio de R$ 85,53 bilhões.
Ainda sobre os números, são mais de um bilhão de produtos de automação fabricados e 123 mil em margem de valor agregado (MVA) em geradores. Além disso, a companhia possui mais de 19 milhões de motores e 6 mil MVA em transformadores produzidos anualmente.
Próximo passo: turbinas eólicas nos EUA
No início do maio deste ano, a WEG anunciou seu novo plano: participar do mercado de geração eólica nos Estados Unidos. Os investimentos iniciais previstos não foram revelados pela companhia. Além disso, o que se sabe até agora é que eles estão previstos no orçamento de capital já aprovado pela empresa.
De acordo com a WEG, o plano é utilizar sua fábrica de motores e geradores de alta tensão, localizada em Mineápolis/MN, para progressivamente também fabricar sua plataforma de aerogeradores 7.X MW.
Como foi o último balanço da empresa?
A WEG reportou seu balanço para o primeiro trimestre do ano com resultados mistos. Em relatório divulgado pelo Itaú BBA, analistas do time da área de Equity Research ressaltam que a margem Ebitda (eficiência operacional) da companhia subiu sequencialmente. Isso reforçou a visão da equipe de que deverá acomodar-se em um nível acima do que o mercado esperava.
A companhia registrou um lucro líquido de R$ 1,33 bilhão no primeiro trimestre de 2024. O valor representa uma baixa de 23,9% em relação ao quarto trimestre de 2023 (4T23), mas alta de 1,6% sob o mesmo período no ano passado. Já a Receita Operacional Líquida (ROL) foi de R$ 8,033 bilhões, alta anual de 4,4%.
É hora de investir na WEG (WEGE3)?
O relatório divulgado pelo Itaú BBA ainda destaca que a alíquota efetiva de Imposto de Renda foi melhor do que a esperada para o trimestre. “Tudo isso pode sugerir revisões positivas nas estimativas do mercado. Reiteramos nossa recomendação de “compra” para WEGE3, com preço-alvo de R$ 47 ao fim de 2024”, dizem os analistas.
Já Nilson Marcelo, analista quantitativo da CM Capital, acredita que o balanço do primeiro trimestre de 2024 reflete tanto a resiliência da empresa quanto os desafios enfrentados no mercado global.
No entanto, de acordo com o especialista, houve uma redução significativa no lucro líquido quando comparado ao último trimestre de 2023, o que sugere desafios relacionados à queda da demanda por equipamentos eletrônicos industriais (EEI) e à volatilidade cambial.
Apesar disso, Nilson destaca que a WEG manteve margens operacionais sólidas e um retorno robusto sobre o capital investido, o que reforça a percepção de sua resiliência. “Com base na análise do cenário atual, recomendo a compra das ações, com um preço-alvo de R$ 46, dado o potencial de crescimento a médio e longo prazo”.
Segundo Nilson, a expansão global da empresa e as recentes aquisições, como a da Regal Rexnord, demonstram seu compromisso com a diversificação e o crescimento contínuo.
Portanto, conclui o analista, a recomendação de compra considera tanto os desafios do mercado global quanto as tendências de crescimento a longo prazo. “Isso sinaliza que a WEG é uma aposta sólida para o futuro”.
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