Petrobras (PETR4) ainda pode ter bons dividendos em 2023, avalia XP
Analistas da corretora consideram que pode levar tempo para a estatal 'mudar radicalmente o rumo de suas práticas'
O novo plano estratégico da Petrobras mantém a linha mestra dos últimos anos, mas o cenário mais provável é de revisão e, portanto, o retorno aos acionistas da Petrobras provavelmente dependerá de dividendos futuros, diz a XP, em relatório.
“Para 2023, acreditamos que os dividendos ainda podem ser bons, pois leva tempo para a Petrobras mudar radicalmente o rumo de suas práticas”, escrevem os analistas Andre Vidal e Helena Kelm. Porém, a partir de 2024, dependerá da política de preços de combustíveis, e da vigência da lei das estatais, dizem.
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“Como o governo recém-eleito tem, pelo menos até agora, falado sobre direcionar a Petrobras para outros caminhos menos amigáveis para os acionistas minoritários, sentimos que os investidores prestarão mais atenção às notícias vindas de Brasília do que a este plano como um guia para o futuro da Petrobras”, de acordo com os analisas.
Eles destacam que o plano da Petrobras segue focado em exploração e produção no pré-sal, política de paridade de importação para combustíveis, racionalização de ativos de refinaria, disciplina de capital e retorno aos acionistas, enquanto mais direcionamento em renováveis não foi explicitamente incluído.
A XP tem recomendação de compra para as ações preferenciais da Petrobras (PETR4), mas alertou para o alto risco (político) da ação, com preço-alvo de R$ 35,50, potencial de alta de 38% ante o fechamento de quinta-feira na B3.
Citi: plano estratégico será revisado
O plano estratégico da Petrobras e suas declarações em evento para investidores foram positivos, mostrando expansão de investimentos no pré-sal e aumento de capacidade de refino, diz o Citi. A empresa também reforçou o pagamento de até US$ 70 bilhões em dividendos nos próximos cinco anos.
Os analistas Gabriel Barra, Andrés Cardona e Joaquim Alves Atie escrevem que as diretrizes devem ser revisadas pelo novo governo no ano que vem, dando um foco maior em energia renovável e refino.
“No primeiro ano do novo mandato provavelmente não veremos grandes mudanças em investimentos, mas no médio prazo a tendência é ter um volume maior neste quesito”, afirmam.
Por conta dessa incertezas de alocação de capital, política de preços no próximo governo e possíveis mudanças no pagamento de dividendos, o banco fica com uma visão cautelosa sobre a empresa.
O Citi tem recomendação de compra para Petrobras, com preço-alvo em US$ 19 para os recibos de ação (ADRs) negociados na Bolsa de Nova York (Nyse), potencial de alta de 68,4% sobre o fechamento de quinta.